Uma empresa dos EUA está criando um míssil de longo alcance com impressionantes 1.609 km de alcance e capacidade para transportar 454 kg de carga útil
A Lockheed Martin, uma das maiores empresas do setor de defesa dos Estados Unidos, apresentou seu mais recente avanço no campo dos mísseis de longo alcance. Durante a conferência Air, Space & Cyber 2024, realizada em Washington, a companhia revelou o AGM-158 XR, uma versão aprimorada da linha Joint-Air-to-Surface Standoff Missile (JASSM). Este novo míssil é projetado para atingir alvos a distâncias extremas e carregar uma ogiva de até 1.000 libras, o que o torna um dos mais poderosos e eficazes de sua categoria.
A série JASSM já é amplamente utilizada pela Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) para missões de ataque de longa distância e, com a nova variante AGM-158 XR, a Lockheed Martin pretende ampliar ainda mais o alcance e a eficiência desses mísseis.
A linha JASSM também conta com versões navais, conhecidas como Long-Range Anti-Ship Missile (LRASM), empregadas pela Marinha dos EUA em operações marítimas de ataque.
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Uma das características mais notáveis desses mísseis é a sua baixa detecção, que permite que sejam lançados de aeronaves e navios sem serem prontamente detectados por radares inimigos.
A capacidade do AGM-158 XR de atingir alvos a até 1.000 milhas (aproximadamente 1.600 km) de distância se compara a mísseis renomados, como o Tomahawk, aumentando consideravelmente o poder estratégico da Força Aérea.
O design modular do míssil permite atualizações contínuas, com aviônicos e sensores de última geração, garantindo que ele se mantenha eficaz e relevante em missões futuras.
Versatilidade e modularidade
Uma das principais inovações do AGM-158 XR é sua modularidade. John Hill, gerente geral da Lockheed Martin, destacou que o míssil foi projetado para ser facilmente modificado e atualizado. “Enquanto fazemos modificações, estamos indo para o digital. Estamos alavancando a estrutura de planejamento de missão existente e a arquitetura de software“, disse Hill durante a apresentação.
Essa flexibilidade permite que o AGM-158 XR seja adaptado a diferentes tipos de missões, além de incorporar melhorias em tempo real à medida que avança na linha de produção.
Isso garante que os combatentes no campo possam contar com o armamento mais moderno e eficaz, independentemente das circunstâncias da missão.
Além disso, a nova variante conta com uma série de melhorias no seu revestimento, que passa a ser em preto semi brilhante.
Segundo especialistas da Lockheed Martin, essa alteração foi projetada para reduzir a assinatura visual do míssil, tornando-o menos detectável por sistemas de monitoramento inimigos.
Impacto nas operações de combate
A capacidade de longa distância do AGM-158 XR traz vantagens significativas para as plataformas de lançamento, como caças F-16, F-15 e F-18, além de bombardeiros estratégicos.
O míssil foi desenvolvido para aumentar a capacidade de sobrevivência dessas aeronaves, permitindo que operem a uma distância segura de seus alvos, longe do alcance de defesas antiaéreas.
Uma das estratégias mais promissoras para o uso do AGM-158 XR é sua integração com o sistema “Rapid Dragon”, uma técnica que utiliza aeronaves de carga para lançar mísseis a grandes distâncias. Como essas aeronaves são mais vulneráveis que caças ou bombardeiros, o míssil oferece a vantagem de poder ser lançado a centenas de milhas de distância do alvo, aumentando a segurança das tripulações e a eficácia das missões.
Perspectivas para o futuro
Embora a Lockheed Martin tenha revelado muitos detalhes sobre o AGM-158 XR, o míssil ainda não foi testado em condições reais de combate.
A empresa planeja produzir cerca de 1.100 unidades por ano, combinando variantes do AGM-158 ER e XR, de acordo com a demanda da USAF e de forças armadas estrangeiras.
Entretanto, como a variante XR é financiada internamente, ainda levará alguns anos até que ela seja submetida a testes de voo profundo.
Até lá, a Lockheed Martin continuará aprimorando seu design modular e capacidades de combate, garantindo que esse míssil se torne um dos principais pilares da defesa aérea dos EUA e de seus aliados.