Associações do setor pedem esclarecimentos ao governo sobre participação no Rehidro e PHBC
A inclusão de projetos de fertilizantes nos programas de incentivo à produção de hidrogênio de baixa emissão gerou ruídos entre associações do setor e o Ministério da Fazenda. O impasse gira em torno da possibilidade de exclusão desses projetos das políticas públicas de descarbonização industrial.
Associações questionam exclusão do setor de fertilizantes
Associações representativas do setor de fertilizantes, hidrogênio verde e energia eólica enviaram ao Ministério da Fazenda, no início de abril, uma carta cobrando esclarecimentos sobre os critérios dos programas Rehidro e PHBC. Segundo a reportagem da Eixos, as entidades temem que os projetos de fertilizantes produzidos com hidrogênio verde não estejam contemplados nos subsídios fiscais e desonerações previstos nas novas políticas públicas.
Governo nega exclusão e reforça compromisso com o hidrogênio com o setor de fertilizantes
Em resposta às críticas, o Ministério da Fazenda negou que os produtores de fertilizantes verdes serão excluídos dos benefícios. Em nota à agência Eixos, a pasta reforçou que a produção nacional de fertilizantes a partir de hidrogênio de baixa emissão é considerada estratégica para o Brasil, dado o alto nível de importação desses insumos e sua relevância para o agronegócio. A Fazenda também relembrou que os subsídios priorizarão projetos alinhados com os objetivos de descarbonização da indústria.
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Potencial competitivo e estratégico do hidrogênio verde
A produção de hidrogênio com baixa pegada de carbono tem sido apontada como alternativa viável para substituir o gás natural na fabricação de amônia, principal componente dos fertilizantes. Hoje, o Brasil depende fortemente da importação desse insumo de países como a Rússia e produtores do Golfo Pérsico. Com o fortalecimento da indústria local, o país pode avançar em soberania energética, além de agregar valor ao agronegócio com produtos mais sustentáveis.
Impactos esperados para a política de transição energética
Especialistas avaliam que a inclusão clara de fertilizantes verdes nas políticas de incentivo ao hidrogênio ajudaria a acelerar a transição energética no setor agrícola. A medida também pode atrair novos investimentos, impulsionar a inovação tecnológica e consolidar o Brasil como referência em energia limpa aplicada à produção de alimentos. A expectativa é de que as diretrizes finais da Política Nacional do Hidrogênio contemplem esse alinhamento entre sustentabilidade e competitividade.