Um marco no setor: especialistas discutem novos mecanismos de financiamento para o crescimento da mineração nacional
O segundo dia do 8º Encontro da Média e Pequena Mineração, evento que faz parte da Brasmin em Goiânia, foi marcado por um painel impactante. A discussão centralizou-se nos mecanismos emergentes de financiamento e atração de investimentos para o setor de mineração. Miguel Nery, coordenador da rede Invest Mining, atuou como moderador do debate e apontou a necessidade do Brasil se estabelecer como um grande ator na mineração global, semelhante à Austrália e Canadá.
Criando um Ambiente Propício para a Pesquisa Mineral
Nery salientou a urgência de desenvolver um ambiente de negócios adequado que incentive a pesquisa mineral. Ele defendeu a ideia de estabelecer um mercado de capital dedicado ao venture capital, com o apoio da B3, a bolsa de valores oficial do Brasil, para estimular investimentos no setor de mineração. Nery afirmou que o capital tem se tornado menos especulativo e as empresas mineradoras brasileiras estão mais robustas e maduras.
“Em meio à transição energética, vemos o crescente interesse dos investidores internacionais em implementar projetos no país em curto prazo”, observou Nery. Segundo ele, a Invest Mining foi criada precisamente para melhorar o cenário de investimento para a mineração no Brasil e fomentar a interação entre empresas e investidores. Uma das principais iniciativas da rede é viabilizar a listagem de empresas de pesquisa mineral, ainda não operacionais, na bolsa, potencializando assim as descobertas de novos jazimentos e a diversificação da produção industrial.
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O Papel Fundamental do BNDES e da B3 no Financiamento da Mineração Brasileira
Pedro Dias, um especialista em mineração, discorreu sobre o papel crucial do BNDES no financiamento da mineração brasileira. Ele realçou a necessidade de uma estratégia alinhada para atrair novos investimentos para projetos de pesquisa. Dias afirmou que o banco tem apoiado grandes projetos, além de cerca de 1800 pequenas e médias empresas. Ele anunciou que o BNDES pretende respaldar projetos de expansão de minerais críticos para a transição energética e segurança alimentar, reforçando processos inovadores e sustentáveis.
Em sua apresentação, Leonardo Rezende, da B3, admitiu que a bolsa brasileira precisa se aprimorar para atender melhor o setor de mineração. “A B3 está pronta para apoiar o setor no desenvolvimento do mercado”, disse Rezende, explicando como a B3 funciona e quais os mecanismos disponíveis para apoiar o setor de mineração.
Ricardo Ré, da startup Hand Bag, abordou a aceleração de projetos nascentes no Brasil, enfatizando a dificuldade das empresas em captar recursos. Luiz Mauricio Azevedo, presidente do Conselho Deliberativo da ABPM, alertou sobre os desafios que os mineradores enfrentam no Brasil, entre eles, superar o risco e obter aporte de capital. Ele observou que poucos investidores brasileiros se beneficiaram do boom da Sigma, que obteve ganhos bilionários nos últimos anos com seu projeto de lítio no Vale do Jequitinhonha.
O painel contou ainda com a participação de Edson Del Moro, gerente da Hochschild no Brasil, que discutiu sobre o projeto de ouro em Mara Rosa, Goiás.