Nova alta no imposto de importação encarece carros híbridos e elétricos no Brasil, enquanto marcas aceleram produção local para conter preços em meio a mudanças no setor automotivo.
A partir do dia 1º de julho entrou em vigor a nova alíquota do imposto de importação para carros híbridos e elétricos no Brasil. O ajuste faz parte da estratégia de retomada gradual dos tributos para veículos eletrificados importados, anunciada pelo Governo Federal desde 2023. Com a mudança, os carros mais caros e modelos compactos que utilizam motor elétrico passam a ter custo de importação mais alto, o que deve se refletir no preço final ao consumidor.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os híbridos convencionais (HEV) passam de 25% para 30% de imposto, enquanto os híbridos plug-in (PHEV) sobem de 20% para 28%. Já os elétricos a bateria (BEV) terão a alíquota elevada de 18% para 25%. A previsão do governo é que, em um ano, todos os veículos eletrificados importados passem a pagar 35% de imposto de importação, equiparando-se ao patamar dos veículos a combustão.
Marcas se antecipam para reduzir impacto
Com o aumento do imposto de importação, montadoras que lideram as vendas de carros híbridos e elétricos no país têm buscado estratégias para reduzir o impacto dos novos custos. A BYD, uma das líderes do segmento, importou recentemente cerca de 7 mil veículos em um único navio vindo da China para formar estoque antes do reajuste. Outras marcas como GWM e OMODA Jaecoo também estão se organizando para acelerar a nacionalização de seus modelos.
-
Kia Sportage 2025 tem R$ 20 mil de desconto, mas será que o custo-benefício compensa?
-
Honda Civic 2012 g9: manutenção, peças e gastos, tudo o que você precisa saber
-
Duas novas tecnologias híbridas da Volkswagen chegam ao Brasil, veja os modelos que recebem primeiro
-
Substituto do Fiat Bravo, SUV cupê híbrido com motor 1.0 turbo de 130 cv, câmbio CVT e porta-malas maior que o de sedãs médios tem desconto de R$ 32 mil e preço menor que o VW Tera. Conheça o Fiat Fastback 2026
A BYD planeja inaugurar sua fábrica em Camaçari (BA) nos próximos meses, enquanto a GWM já está em fase de pré-montagem de veículos no Brasil. A produção local reduz os impostos: no regime CKD, o imposto cai para 16%, e no regime SKD, para 18%, oferecendo uma alternativa para manter os preços mais competitivos em meio ao aumento das tarifas de importação.
Anfavea defendia antecipação
A Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) pressionou para que o imposto de 35% fosse antecipado ainda em 2024, visando fortalecer a indústria local e aumentar a competitividade dos fabricantes nacionais. Contudo, o Governo Federal decidiu manter o cronograma de elevação gradual, permitindo que as empresas ajustem seus planos de nacionalização e adaptem suas operações.
Com a mudança gradual, a expectativa do setor é que as marcas consigam manter uma transição controlada, evitando rupturas bruscas no mercado e reduzindo o risco de falta de estoque em concessionárias.
Carros híbridos e elétricos ficarão mais caros
Ainda não há dados precisos sobre quanto os modelos mais vendidos no mercado, como BYD Dolphin Mini, BYD Song Plus, GWM Haval H6 e Ora 03, ficarão mais caros com a elevação do imposto. Porém, a expectativa é que os preços subam gradualmente ao longo dos próximos meses, acompanhando a renovação dos estoques importados.
Esses modelos, que se destacam por zero ou baixa emissão de poluentes, serão diretamente impactados, visto que o Brasil ainda não produz veículos 100% elétricos a bateria em larga escala. Com a alta do imposto, o custo para o consumidor final aumentará, criando desafios para o crescimento da mobilidade elétrica no país.
Incentivo à produção local
Apesar do impacto no preço dos veículos importados, a medida busca incentivar a produção local de carros híbridos e elétricos no Brasil. A estratégia faz parte de um esforço do governo para equilibrar a balança comercial e estimular a industrialização local em um segmento estratégico para o futuro do setor automotivo.
A instalação de fábricas de marcas como BYD, GWM e outras no país representa um movimento importante para a popularização dos veículos elétricos no mercado brasileiro. A tendência é que, com o tempo, a produção local possa oferecer preços mais competitivos e reduzir a dependência de importações, mantendo a expansão da frota eletrificada no país.
Ficha resumida das novas alíquotas
Tipo de veículo | Alíquota anterior | Alíquota atual | Alíquota prevista em 1 ano |
---|---|---|---|
Híbrido puro (HEV) | 25% | 30% | 35% |
Híbrido plug-in (PHEV) | 20% | 28% | 35% |
Elétrico a bateria (BEV) | 18% | 25% | 35% |