Em um mundo cada vez mais conectado, a Petrobras lucra e os brasileiros sofrem com a demanda da China pelo petróleo – a estatal vende o barril pelo preço das commodities e cobra dos brasileiros altos valores pelo litro do diesel e da gasolina.
De acordo com dados revelados pela Administração Geral das Alfândegas, durante esta quinta-feira, 09 de junho, é estimado que a importação de petróleo pela China tenha apresentado uma alta de 12% em relação ao mesmo período do ano de 2021. Isso impacta diretamente nas commodities e na economia brasileira, ainda mais em relação à Petrobras que tem, desde o ano de 2016, a autorização do governo Temer para variar os seus preços de acordo com o mercado externo e os repassar aos brasileiros. Segundo a estatal, os preços dos combustíveis já estão “defasados em dois dígitos” e o presidente da República, Jair Bolsonaro, luta para conseguir controlar as variações ao sugerir uma diminuição nas tributações estaduais de ICMS.
De acordo com a Reuters, em matéria exclusiva, a China seria um dos maiores e importadores de petróleo do mundo, superando a marca de 45 milhões de toneladas durante o mês de maio, o que é referente a mais de 10,79 milhões de barris por dia, valor este que é maior em relação ao ano de 2021 no mesmo período, em que tiveram a média de importação 10,3 milhões de barris de BPD. Enquanto isso, as importações do país durante o mês de janeiro tiveram uma queda de 1,7% em relação ao mesmo período do ano de 2021, mas, mesmo assim, passaram de 200 milhões de toneladas trazidas de fora para o mercado interno.
As operações nas refinarias foram recuperadas após fortes quedas durante março e abril, atualmente, o valor do Brent está sendo cotado com alta acumulada de 65% a US$ 122 por barril. Será que os chineses estão revendo para os russos?
Uma hipótese levantada em relação ao aumento de importação dos chineses mesmo perante um momento de crise econômica mundial pelo preço do petróleo, tendo o acumulado de 65% em um ano, é que os chineses e indianos estão enviando uma parte do que é comprado para os russos, que sofreram com as sanções comerciais impostas pelos norte-americanos.
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Os aumentos foram maiores do que o esperado, visto que, durante os meses de março e abril, o setor de refino e compra de petróleo sofreu com inflações elevadas. A consultoria de commodities chinesa JLC, alega, entretanto, que estão em estado de recuperação da Covid-19 e que mais de 60% de todas as refinarias já voltaram a funcionar.
Estoques chegam ao maior nível desde o mês de julho de 2021
Vortexa Analytics afirma que os estoques de petróleo pelos chineses estão em uma das maiores taxas desde o ano de 2021. Até o final do mês de março, já estavam contando com mais de 920 milhões de barris, o que seria o suficiente para o processamento das operações em ao menos dois meses das refinarias chinesas. Enquanto isso, as exportações de derivados e refinados do petróleo tiveram queda de 40% no mês de maio, mostrando, assim, que o país precisa consumir muito e não tem interesse em vender uma grande parte do que é fabricado.
Com o alto consumo vindo da China e a instabilidade quanto à guerra entre Rússia e Ucrânia, estima-se que os impactos logo caiam sobre a economia brasileira, com a realização de novos aumentos de preços advindos da Petrobras.
Em compensação a isso, é válido salientar que a China teve uma queda em suas importações de gás natural, que apresentaram queda de 9% nos primeiros cinco meses do ano. O GNL tem queda de 19%.