Com autorização inédita da ANAC, a retomada das entregas com drone otimiza rota de 36 km e redefine a logística na capital sergipana, conectando shopping a um município vizinho em segundos.
O iFood retomou oficialmente sua operação de entregas com drone em Aracaju (SE), transformando uma rota que levaria até uma hora por terra em um voo de menos de um minuto. A iniciativa, desenvolvida em parceria com a empresa de engenharia Speedbird Aero, otimiza um percurso de 36 quilômetros (ida e volta) que atravessa o Rio Sergipe, conectando o Shopping RioMar, na capital, ao município de Barra dos Coqueiros. A informação, detalhada pelo portal InfoMoney, marca um novo capítulo na logística brasileira.
O impacto da tecnologia é direto na eficiência: o drone cobre o trecho mais complexo do percurso, permitindo que entregadores parceiros realizem apenas a “última milha”, ou seja, o trecho final e mais curto até a casa do cliente. A operação, que começou como um projeto-piloto em 2021, agora funciona com uma autorização permanente da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), um marco regulatório que abre caminho para a expansão de serviços similares em todo o país.
Como funciona a rota aérea que desafia o trânsito?
A operação multimodal do iFood foi desenhada para resolver um gargalo logístico específico de Aracaju. O trajeto entre o Shopping RioMar e a Barra dos Coqueiros, embora geograficamente próximo, é demorado por vias terrestres devido à necessidade de contornar o rio. Com a tecnologia, o pedido é despachado do shopping e voa por menos de quatro quilômetros em linha reta, um trajeto que, segundo o InfoMoney, dura menos de 60 segundos. O drone pousa em um ponto de coleta (“droneport”), onde um entregador já está posicionado para retirar a encomenda e finalizar a entrega em poucos minutos.
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Essa abordagem otimiza o tempo de todos os envolvidos. “O iFood é multimodal: combina bicicletas, motos, carros, barcos, robôs e agora também drones para conectar um ecossistema complexo de entregas com precisão”, explicou Rodolfo Klautau, diretor de Logística do iFood, em declaração ao InfoMoney. Ele ressalta que o drone entra para resolver trechos que não fariam sentido para o entregador, que, por sua vez, “continua sendo alocado em rotas mais produtivas”. Dessa forma, a tecnologia não substitui o trabalho humano, mas o torna mais estratégico e rentável.
A tecnologia por trás do voo: segurança e capacidade ampliada
Nesta nova fase da operação, a tecnologia embarcada nos drones está mais robusta. A aeronave utilizada agora tem capacidade para transportar cargas de até 5 quilos, um aumento significativo em relação ao limite anterior de 3 quilos. O equipamento voa a uma velocidade de 50 km/h e a uma altitude de até 60 metros, o equivalente a um prédio de 20 andares, sendo operado remotamente por um centro de controle da Speedbird Aero localizado em Franca (SP), a milhares de quilômetros de distância.
A segurança é um pilar central do projeto. O drone foi projetado para suportar ventos de até 55 km/h e chuva leve, garantindo a continuidade das operações em diferentes condições climáticas. Além disso, a aeronave é equipada com um paraquedas de emergência que é acionado automaticamente em caso de falha, garantindo uma descida controlada. A capacidade operacional atual é de 280 pedidos por dia, com funcionamento diário de dez horas, sete dias por semana, demonstrando que o sistema já está preparado para uma demanda real e constante.
O marco regulatório da ANAC: o que a autorização permanente significa?
O grande diferencial deste projeto é a validação regulatória. A Speedbird Aero, parceira do iFood, é a única empresa no Brasil a obter aprovação da ANAC para dois modelos de drones destinados à operação BVLOS (sigla em inglês para “Além da Linha de Visada do Operador”). Este tipo de autorização, que levou entre 12 e 24 meses para ser concedida, é fundamental para voos de longa distância e sobre áreas povoadas, como é o caso de Aracaju. A autorização é permanente e representa um avanço para toda a indústria de mobilidade aérea.
“A retomada e expansão do projeto em Aracaju é um marco não apenas para o iFood e para a Speedbird, mas para todo o setor de mobilidade aérea no Brasil”, afirmou Manoel Coelho, CEO da Speedbird Aero, em comunicado divulgado pelo InfoMoney. Trata-se da primeira autorização permanente da ANAC para voos sobre áreas com circulação de pessoas, um passo fundamental para a consolidação das entregas com drone como uma modalidade logística viável e segura no país, abrindo precedentes para a expansão em outras cidades brasileiras.
A retomada das entregas com drone em Aracaju pelo iFood transcende uma simples inovação tecnológica. Ela representa a consolidação de um novo modelo logístico, onde a colaboração entre tecnologia autônoma e entregadores humanos gera mais eficiência, velocidade e inteligência para o ecossistema. Com o aval permanente da ANAC, o Brasil se posiciona na vanguarda da mobilidade aérea urbana na América do Sul, mostrando que o futuro das entregas já começou.
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