Cidade pretende passar a usar lava vulcânica em construções. Material natural e resistente pode ser alternativa sustentável e econômica para obras. Veja como funciona a aplicação
Uma arquiteta na Islândia está propondo uma nova forma de construir prédios e estruturas: usando lava vulcânica como materia prima. Arnhildur Pálmadóttir lidera o projeto “Lavaforming”, que transforma o poder destrutivo da lava em algo útil para a construção civil. A ideia é simples, mas ousada: guiar a lava ainda derretida por canais até que ela esfrie e forme estruturas sólidas.
O projeto é desenvolvido pelo escritório s.ap architects, com sede em Reykjavík, capital da Islândia. A região é conhecida por sua intensa atividade vulcânica, já que está localizada entre as placas tectônicas Eurasiana e Norte-Americana.
Essa geografia única faz da Islândia o lugar ideal para explorar novas ideias envolvendo a lava, um dos materiais mais abundantes e desafiadores do local.
-
Polônia firma novo contrato de US$ 6,5 bilhões com Coreia do Sul para tanques K2
-
Vazou a bateria do iPhone 17 Pro: menor, com aço e sem espaço para chip físico
-
Pesquisadores descobriram um pequeno mundo misterioso em nosso sistema solar
-
A Lua esconde um tesouro abundante que vale US$ 20 milhões o quilo — e os cientistas estão prontos para extraí-lo
Como funciona o “Lavaforming”
A proposta de Pálmadóttir vai além de uma solução criativa. Ela quer mudar o jeito como a arquitetura lida com o meio ambiente. Em vez de continuar explorando recursos naturais intensamente, como ocorre com a mineração tradicional e a queima de combustíveis fósseis, o “Lavaforming” busca aproveitar os recursos naturais já disponíveis e ativos.
A lava, quando ainda está em estado líquido, pode alcançar temperaturas entre 700 e 1.200 graus Celsius. O plano é guiar esse material por canais previamente planejados, permitindo que ele esfrie em formas controladas e resistentes. A partir disso, seria possível criar desde fundações para casas até bases para cidades inteiras.
Apesar do potencial, o projeto enfrenta desafios técnicos importantes. Um dos principais é garantir que a lava se solidifique uniformemente. Quando o resfriamento ocorre irregularmente, a estrutura pode ficar instável.
A padronização das formas é um passo fundamental para transformar essa proposta em algo seguro e viável no dia a dia da construção.
Lava como material do futuro
Se esses obstáculos forem superados, a lava pode representar uma alternativa sustentável aos materiais tradicionais, como concreto e tijolo. Isso pode reduzir a dependência de recursos não renováveis e auxiliar na luta contra os impactos ambientais causados pelas construções atuais.
A Islândia já utiliza com eficiência a energia geotérmica, outra força natural presente no país. O uso da lava na construção pode ampliar ainda mais esse modelo de aproveitamento sustentável.
O projeto mostra como a natureza, mesmo em sua forma mais agressiva, pode ser incorporada de forma inteligente e criativa no desenvolvimento humano.
A proposta será apresentada na Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza. Lá, Pálmadóttir quer mostrar que a lava pode ter um papel no futuro da arquitetura, assim como a energia a vapor teve no passado.
A exposição pretende inspirar novas ideias sobre o uso de materiais naturais e o caminho das construções sustentáveis. A Islândia pode se tornar um exemplo mundial ao transformar a ameaça dos vulcões em uma oportunidade real de inovação.
Com informações de Correio Braziliense.