Investidores monitoram o discurso do presidente do Banco Central e acompanham tensões políticas na França e nos EUA
O Ibovespa opera em queda nesta segunda-feira, 6 de outubro de 2025, após iniciar o dia sem impulso relevante.
Por volta das 11h10, o principal índice da B3 recuava 0,37%, alcançando 143.668 pontos.
Em paralelo, o dólar comercial caía 0,25%, sendo negociado a R$ 5,32.
Investidores acompanhavam o discurso do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento realizado em São Paulo.
De acordo com o executivo-chefe da Multiplike, Volnei Eying, o momento pede prudência e racionalidade.
Apesar da leve melhora no mercado acionário, é essencial manter liquidez e previsibilidade.
Ele destacou que a transição para um ciclo de maior equilíbrio entre risco e retorno favorece ativos estruturados.
Esse movimento reforça o papel da renda fixa no portfólio, segundo o executivo.
Bancos e siderúrgicas mostram desempenho misto
Entre os grandes bancos, o cenário permanecia majoritariamente negativo.
O Santander (SANB11) registrava leve alta de 0,14% às 10h30.
O Banco do Brasil (BBAS3) recuava 0,79%, o Bradesco (BBDC4) caía 0,47%, e o Itaú (ITUB4) apresentava baixa de 0,34%.
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No setor siderúrgico, o desempenho era mais equilibrado.
As ações da Companhia Siderúrgica Nacional (CSNA3) subiam 0,73%.
A Gerdau (GOAU4) avançava 0,10%, e a Usiminas (USIM5) aumentava 0,68%.
Por outro lado, a Gerdau (GGBR4) destoava e registrava queda de 0,11%, refletindo ajustes pontuais no segmento.
Europa reage à crise política na França
O cenário internacional influenciava os mercados nesta segunda-feira.
Na Europa, as bolsas e o euro operavam em queda após a renúncia inesperada do primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu.
A saída ocorreu na madrugada de 6 de outubro de 2025, cerca de 14 horas após anunciar seu gabinete.
A instabilidade política na França vem crescendo desde a reeleição de Emmanuel Macron em 2022.
Nenhum partido detém maioria no Parlamento, o que dificulta o avanço de pautas econômicas.
Diante desse impasse, há expectativa de que Macron convoque novas eleições legislativas.
Caso isso ocorra, o país poderá ver o sexto primeiro-ministro em apenas dois anos.
A situação amplia a incerteza política europeia e pressiona o mercado regional.
Incerteza fiscal e busca por refúgio nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o clima também era de cautela.
Investidores enfrentam a paralisação parcial do governo americano, o que mantém a ausência de indicadores econômicos relevantes.
Esse cenário, somado à falta de clareza sobre o orçamento federal, amplia a volatilidade dos ativos.
Mesmo assim, o ouro atingiu nova máxima histórica, cotado próximo de US$ 4.000 por onça.
A valorização reflete a busca por ativos de proteção em meio à incerteza fiscal.
O bitcoin também renovou recorde de valorização, impulsionado pela aversão ao risco.
Em Wall Street, o Dow Jones recuava 0,49%, o S&P 500 subia 0,19%, e o Nasdaq avançava 0,45%.
Esses números mostram um movimento seletivo entre tecnologia e setores defensivos.
Expectativas para os próximos dias
Para os analistas, a semana será marcada por volatilidade controlada, embora o mercado ainda processe o discurso recente do Banco Central. Além disso, as incertezas políticas globais continuam influenciando o humor dos investidores.
Enquanto isso, o foco permanecerá direcionado às decisões fiscais do governo brasileiro, bem como às negociações internacionais em andamento. Portanto, espera-se que cada movimento seja analisado com cautela e estratégia.
Além disso, especialistas destacam que a resiliência da renda fixa seguirá como pilar fundamental, visto que a busca por diversificação tende a crescer diante da instabilidade. Assim, investidores mantêm atenção redobrada para equilibrar riscos e oportunidades.
Por fim, essas medidas serão essenciais até que o cenário global revele maior clareza e previsibilidade. Dessa forma, o mercado poderá retomar gradualmente a confiança e o ritmo das operações.