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Honda ergue a maior fábrica de motos do mundo, com capacidade para 2,61 milhões de unidades ao ano e produção de uma moto a cada 12 segundos

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 24/06/2025 às 14:11
Atualizado em 25/06/2025 às 10:31
Honda constrói a maior fábrica de motos do mundo na Índia, foca exportação para o Brasil e amplia a disputa entre japoneses e chineses no mercado global.
Honda constrói a maior fábrica de motos do mundo na Índia, foca exportação para o Brasil e amplia a disputa entre japoneses e chineses no mercado global.
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Honda inicia produção na maior fábrica de motos do mundo na Índia, ampliando exportação para o Brasil e impulsionando a disputa global com a China.

A indústria mundial de motocicletas assiste a uma movimentação histórica.

A Honda está construindo, na Índia, a maior fábrica de motos do mundo, com capacidade de produção que deve atingir 2,61 milhões de unidades por ano até 2027.

O ritmo acelerado impressiona: a cada 12 segundos, uma nova moto sai da linha de montagem.

Este avanço coloca a produção indiana não só no topo do setor, mas também reposiciona o Brasil no mapa estratégico global, transformando o país em destino prioritário das exportações da fabricante japonesa e elevando o mercado nacional ao centro de uma disputa crescente entre Japão e China.

Expansão industrial da Honda na Índia

Desde que iniciou as operações em Vithalapur, estado de Gujarat, em 2016, a Honda vem ampliando sua capacidade produtiva de forma contínua.

O complexo industrial começou com 600 mil unidades anuais e, em menos de uma década, superou a marca de 2 milhões de motos fabricadas por ano.

Com a adição de uma quarta linha de montagem, prevista para ser concluída em 2027, a produção atingirá um novo patamar, refletindo a estratégia da empresa de fazer da Índia o principal polo de fabricação de motos no mundo.

De acordo com dados recentes, a Honda já produziu mais de 70 milhões de motocicletas em território indiano, reforçando a posição do país como protagonista no cenário global.

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Índia como polo estratégico para exportação

Mas por que a Índia?

A resposta envolve uma combinação de fatores estratégicos.

Além de possuir um dos maiores mercados consumidores de motos do planeta, a Índia se consolidou como plataforma de exportação para diversas regiões, entre elas América Latina, Sudeste Asiático e África.

Em 2024, a produção total de motocicletas no país ultrapassou seis milhões de unidades, sinalizando um crescimento consistente do setor.

Para a Honda, investir pesadamente nesse território significa não só atender à demanda local, mas também garantir agilidade e escala no fornecimento global.

Brasil no centro da disputa global

Outro aspecto relevante é a transformação do Brasil em um dos focos principais da nova planta da Honda.

O mercado brasileiro, reconhecido pela demanda robusta por motocicletas de baixa e média cilindrada, passa a ocupar papel central nos planos de exportação da marca japonesa.

A disputa pela liderança, tradicionalmente protagonizada por Honda e Yamaha no território brasileiro, ganha novos contornos diante da ofensiva das marcas chinesas, que avançam sobre o mercado internacional com modelos inovadores e preços competitivos.

Segundo especialistas do setor, o Brasil figura entre os principais destinos das exportações da Honda, impulsionando ainda mais a competitividade local.

Investimento japonês e estratégia industrial

No entanto, a Honda não é a única gigante japonesa a apostar pesado na Índia.

A Suzuki, outra tradicional montadora do país do sol nascente, também anunciou a construção de uma nova fábrica em Kharkhoda, no estado de Haryana, com investimento de US$ 137 milhões e início das operações previsto para 2027.

A expectativa é adicionar 750 mil unidades anuais à capacidade da empresa.

Ao contrário da estratégia de exibir protótipos futuristas ou disputar rankings de potência, a Suzuki concentra seus esforços na produção de scooters e motocicletas utilitárias, justamente os segmentos que lideram os volumes de venda global.

Centros de produção focados em mercados emergentes

Ambas as fábricas, da Honda e da Suzuki, têm como foco principal o abastecimento de mercados emergentes fora da Índia.

O objetivo é consolidar essas plantas como centros logísticos e industriais capazes de responder rapidamente às demandas de países em desenvolvimento, regiões onde o uso da motocicleta é intensivo, seja como meio de transporte pessoal, seja para atividades econômicas e logísticas.

Este movimento ocorre em meio à crescente presença da indústria chinesa, que, ao longo dos últimos anos, conquistou mercados em todos os continentes, combinando tecnologia, design arrojado e agressiva política de preços.

Avanço chinês no setor de motocicletas

O avanço chinês no setor tem chamado atenção pela rapidez com que as fabricantes conseguiram inserir seus produtos em mercados antes dominados por japonesas.

Modelos elétricos, motocicletas conectadas e designs inovadores passaram a ser uma marca registrada das montadoras da China, que vêm intensificando sua atuação especialmente na África, América do Sul e Sudeste Asiático.

Para enfrentar essa concorrência, as empresas japonesas têm apostado em robustez industrial, escala produtiva e tradição de qualidade.

Resposta silenciosa do Japão e impacto no consumidor

Esse novo capítulo na disputa pelo domínio do mercado global de motocicletas revela uma mudança de paradigma.

Ao invés de apostar apenas em inovação tecnológica visível ao consumidor final, Honda e Suzuki buscam consolidar cadeias produtivas altamente eficientes e integradas, capazes de atender grandes volumes em ritmo acelerado e com logística otimizada.

Esse é o pano de fundo da chamada resposta silenciosa do Japão ao avanço chinês: menos espetáculo midiático, mais infraestrutura e capacidade de entrega.

A presença crescente de fábricas japonesas na Índia também sinaliza para outros mercados, como o brasileiro, uma oferta cada vez maior de modelos adaptados às preferências locais, além de maior disponibilidade de peças e serviços.

Para o consumidor, esse cenário promete novidades constantes, maior concorrência e, possivelmente, preços mais atrativos.

O setor, que já movimenta bilhões de dólares anualmente, tende a se tornar ainda mais dinâmico e estratégico nos próximos anos, conforme as montadoras aceleram seus investimentos e buscam ampliar suas fatias de mercado.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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