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Homem poderia ter pegado 10 anos de prisão por tentar reunir todos os elementos da tabela periódica

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 20/04/2025 às 23:20
tabela periódica
Foto: IA
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Reunir todos os elementos da tabela periódica pode parecer um desafio científico fascinante — mas também extremamente perigoso. Um homem descobriu isso da pior forma ao tentar montar sua própria coleção e acabar envolvido com substâncias altamente controladas, como urânio e césio. O caso quase lhe custou 10 anos de prisão e acendeu discussões sobre os limites entre ciência amadora e segurança pública.

Um jovem australiano poderia pegar até 10 anos de prisão após tentar completar uma coleção inusitada: reunir todos os elementos da tabela periódica, inclusive os radioativos.

O australiano Emmanuel Lidden, de 24 anos, escapou da condenação criminal após ter se declarado culpado de importar materiais nucleares para a Austrália.

Em vez de cumprir pena, ele recebeu uma suspensão da pena por bom comportamento. A decisão foi tomada pela juíza Leonie Flannery no tribunal distrital de Downing Centre, em Sydney. Ou seja, o juiz o considerou culpado, mas não acredita que ele represente uma ameaça e que há circunstâncias atenuantes.

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Em 2023, Lidden havia encomendado pequenas amostras de urânio e plutônio pela internet. Os itens foram entregues no apartamento de seus pais, na capital australiana.

A entrega do pacote gerou uma operação de grande escala com agentes da Força de Fronteira Australiana, bombeiros, policiais e paramédicos, que isolaram a área e trataram a situação como incidente com materiais perigosos.

Colecionador de elementos químicos

O advogado de defesa, John Sutton, argumentou durante o processo que Lidden não agiu com má-fé.

Ele descreveu seu cliente como um “nerd da ciência”, apaixonado por colecionar elementos da tabela periódica. Segundo ele, o jovem não tinha intenções maliciosas nem conhecimento do rigor legal relacionado à importação de materiais nucleares.

Foi uma manifestação de autocontrole, retraindo-se para a coleção; poderia ter sido qualquer coisa, mas neste caso ele se agarrou à tabela periódica”, disse Sutton. Em março, durante a audiência de sentença, o advogado já havia alegado que os crimes foram cometidos por pura ingenuidade.

A juíza concordou com essa visão e apontou que Lidden apresentava problemas de saúde mental. Ela destacou que, apesar da gravidade dos atos, não houve intenção de causar dano ou ameaça à segurança pública.

Críticas à atuação das autoridades

Após a decisão, o advogado criticou duramente a conduta da Força de Fronteira Australiana.

Ele afirmou que a operação foi desproporcional e mal conduzida, considerando as pequenas quantidades envolvidas. “Foi uma investigação terrível por uma série de razões”, disse Sutton. “Poderíamos comê-los e ainda estaríamos perfeitamente bem.

Ele também questionou se levar o caso ao tribunal era, de fato, de interesse público. Segundo ele, cientistas de várias partes do mundo manifestaram surpresa diante da acusação.

Em resposta, o superintendente da força de fronteira, James Ryan, defendeu a operação. Ele afirmou que a investigação foi “extremamente complexa e sensível” e reafirmou o compromisso da agência com a segurança da comunidade.

Caso inédito e educativo

Lidden é a primeira pessoa a ser processada sob as leis de não proliferação nuclear da Austrália. Essas normas foram criadas para prevenir ameaças como armas de destruição em massa e atos de terrorismo. Segundo as autoridades, o caso deve servir como exemplo educativo para a população sobre os limites da importação de substâncias perigosas.

O jovem havia encomendado os materiais de um site científico dos Estados Unidos. De acordo com a lei australiana, é possível importar esses itens legalmente, desde que o interessado obtenha autorização prévia do Escritório de Salvaguardas e Não Proliferação.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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