Governo holandês age para proteger segurança econômica e garantir o fornecimento estratégico de chips no continente
O governo da Holanda anunciou em 12 de outubro de 2025 que assumiu o controle da fabricante chinesa de semicondutores Nexperia, sediada em território holandês.
A ação, confirmada pelo Ministério de Assuntos Econômicos, buscou proteger a segurança nacional e garantir o abastecimento de chips para indústrias europeias.
Além disso, o movimento teve como base a preservação da soberania tecnológica da União Europeia.
A Nexperia, fundada em 2017, é uma subsidiária da estatal chinesa Wingtech Technology, uma das maiores produtoras globais de semicondutores.
Ainda assim, o governo holandês considerou que a empresa apresentava “graves deficiências e falhas administrativas”.
Por isso, em 30 de setembro de 2025, a Lei de Disponibilidade de Bens foi acionada para permitir a intervenção direta na companhia.
Holanda justifica intervenção como medida de segurança econômica
Conforme o comunicado oficial, a decisão foi necessária para evitar riscos ao futuro da Nexperia na Europa.
Além disso, o governo destacou a importância da empresa para a manutenção de uma cadeia de valor crítica à economia continental.
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O Ministério enfatizou que quaisquer decisões internas contrárias aos interesses europeus poderão ser revertidas.
Com isso, o controle administrativo da companhia foi temporariamente colocado sob supervisão estatal.
Segundo o governo, a Nexperia é estratégica para montadoras e indústrias eletrônicas europeias, motivo pelo qual a preservação de sua operação é essencial.
O órgão reforçou ainda que ações empresariais prejudiciais aos interesses holandeses e europeus serão bloqueadas de imediato.
Por esse motivo, o país classificou a medida como “altamente excepcional”, justificando sua aplicação em defesa da segurança econômica.
Mercado reage e ações da Wingtech despencam após o anúncio
Logo após o comunicado, as ações da Wingtech Technology recuaram 10% na Bolsa de Xangai, em 13 de outubro de 2025.
O mercado reagiu de forma negativa ao perceber o avanço da intervenção europeia sobre empresas chinesas.
Apesar da forte reação, Pequim ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
A decisão ocorre em um momento de tensão nas relações comerciais entre a União Europeia e a China.
Embora autoridades europeias tentem demonstrar equilíbrio, a medida reflete o esforço do bloco para reduzir a dependência de fornecedores asiáticos.
Por outro lado, o governo holandês assegurou que a intervenção não possui caráter político, mas sim foco técnico e econômico.
Além disso, garantiu que as operações da Nexperia continuarão funcionando normalmente sob vigilância estatal temporária.
União Europeia tenta equilibrar diplomacia e segurança tecnológica
A medida surge enquanto a União Europeia tenta conciliar segurança tecnológica e cooperação econômica com a China.
Durante 2025, ocorreram diversas divergências em áreas como tecnologia e saúde, gerando impasses comerciais.
Contudo, no fim de setembro de 2025, uma reunião entre o primeiro-ministro chinês Li Qiang e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou um breve alívio nas tensões.
Mesmo assim, a decisão da Holanda voltou a acender o alerta diplomático em Bruxelas e Pequim.
De fato, o episódio reacende o debate sobre a influência chinesa em setores estratégicos europeus.
Por isso, especialistas destacam que a Europa busca proteger sua autonomia em tecnologia avançada e fortalecer o controle sobre empresas estrangeiras críticas.
Ato holandês serve como alerta para o resto da Europa
Especialistas europeus avaliam que a intervenção marca um novo estágio da política de defesa econômica da União Europeia.
Além disso, simboliza a disposição dos governos de atuar firmemente para proteger seus setores estratégicos.
Ainda que o movimento possa reduzir temporariamente investimentos chineses, ele reforça a determinação europeia em preservar sua soberania industrial.
Esse comportamento se intensificou após as medidas de segurança econômica adotadas pelo bloco desde 2024.
Com isso, o caso Nexperia se consolida como um marco regulatório para a indústria tecnológica do continente.
A decisão demonstra que a proteção de cadeias de suprimentos críticas agora supera interesses diplomáticos imediatos.