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Governo holandês intervém em empresa chinesa de chips e desafia Pequim em meio à corrida tecnológica mundial

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 13/10/2025 às 14:57
Bandeiras da Holanda e da China lado a lado com chips e placas eletrônicas ao fundo, simbolizando a disputa tecnológica europeia pelos semicondutores.
Bandeiras da Holanda e da China com semicondutores ao fundo representam o controle holandês sobre a fabricante chinesa Nexperia e as tensões geopolíticas na Europa.
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Governo holandês age para proteger segurança econômica e garantir o fornecimento estratégico de chips no continente

O governo da Holanda anunciou em 12 de outubro de 2025 que assumiu o controle da fabricante chinesa de semicondutores Nexperia, sediada em território holandês.
A ação, confirmada pelo Ministério de Assuntos Econômicos, buscou proteger a segurança nacional e garantir o abastecimento de chips para indústrias europeias.
Além disso, o movimento teve como base a preservação da soberania tecnológica da União Europeia.

A Nexperia, fundada em 2017, é uma subsidiária da estatal chinesa Wingtech Technology, uma das maiores produtoras globais de semicondutores.
Ainda assim, o governo holandês considerou que a empresa apresentava “graves deficiências e falhas administrativas”.
Por isso, em 30 de setembro de 2025, a Lei de Disponibilidade de Bens foi acionada para permitir a intervenção direta na companhia.

Holanda justifica intervenção como medida de segurança econômica

Conforme o comunicado oficial, a decisão foi necessária para evitar riscos ao futuro da Nexperia na Europa.
Além disso, o governo destacou a importância da empresa para a manutenção de uma cadeia de valor crítica à economia continental.

O Ministério enfatizou que quaisquer decisões internas contrárias aos interesses europeus poderão ser revertidas.
Com isso, o controle administrativo da companhia foi temporariamente colocado sob supervisão estatal.
Segundo o governo, a Nexperia é estratégica para montadoras e indústrias eletrônicas europeias, motivo pelo qual a preservação de sua operação é essencial.

O órgão reforçou ainda que ações empresariais prejudiciais aos interesses holandeses e europeus serão bloqueadas de imediato.
Por esse motivo, o país classificou a medida como “altamente excepcional”, justificando sua aplicação em defesa da segurança econômica.

Mercado reage e ações da Wingtech despencam após o anúncio

Logo após o comunicado, as ações da Wingtech Technology recuaram 10% na Bolsa de Xangai, em 13 de outubro de 2025.
O mercado reagiu de forma negativa ao perceber o avanço da intervenção europeia sobre empresas chinesas.
Apesar da forte reação, Pequim ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

A decisão ocorre em um momento de tensão nas relações comerciais entre a União Europeia e a China.
Embora autoridades europeias tentem demonstrar equilíbrio, a medida reflete o esforço do bloco para reduzir a dependência de fornecedores asiáticos.

Por outro lado, o governo holandês assegurou que a intervenção não possui caráter político, mas sim foco técnico e econômico.
Além disso, garantiu que as operações da Nexperia continuarão funcionando normalmente sob vigilância estatal temporária.

União Europeia tenta equilibrar diplomacia e segurança tecnológica

A medida surge enquanto a União Europeia tenta conciliar segurança tecnológica e cooperação econômica com a China.
Durante 2025, ocorreram diversas divergências em áreas como tecnologia e saúde, gerando impasses comerciais.

Contudo, no fim de setembro de 2025, uma reunião entre o primeiro-ministro chinês Li Qiang e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, indicou um breve alívio nas tensões.
Mesmo assim, a decisão da Holanda voltou a acender o alerta diplomático em Bruxelas e Pequim.

De fato, o episódio reacende o debate sobre a influência chinesa em setores estratégicos europeus.
Por isso, especialistas destacam que a Europa busca proteger sua autonomia em tecnologia avançada e fortalecer o controle sobre empresas estrangeiras críticas.

Ato holandês serve como alerta para o resto da Europa

Especialistas europeus avaliam que a intervenção marca um novo estágio da política de defesa econômica da União Europeia.
Além disso, simboliza a disposição dos governos de atuar firmemente para proteger seus setores estratégicos.

Ainda que o movimento possa reduzir temporariamente investimentos chineses, ele reforça a determinação europeia em preservar sua soberania industrial.
Esse comportamento se intensificou após as medidas de segurança econômica adotadas pelo bloco desde 2024.

Com isso, o caso Nexperia se consolida como um marco regulatório para a indústria tecnológica do continente.
A decisão demonstra que a proteção de cadeias de suprimentos críticas agora supera interesses diplomáticos imediatos.

Até onde a Europa está disposta a ir para defender sua soberania tecnológica?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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