Os investimentos no hidrogênio e nas formas de energia limpa são pequenos se comparados ao valor gasto nas refinarias de biocombustíveis
Atualmente, as grandes petrolíferas europeias estão apostando no hidrogênio como combustível de transporte para o futuro, mas essa grande aposta nunca foi maior que a quantia gasta nas refinarias de biocombustíveis. De acordo com um novo estudo da Transport & Environment (T&E), os investimentos em refino de biocombustíveis são oito vezes maiores. A T&E acredita que os produtores de petróleo não estão levando suas apostas em combustíveis limpos a sério, e sim fazendo a escolha da “opção fácil e insustentável de biocombustíveis”.
As gigantes de petróleo, na verdade, não pretendem criar uma energia totalmente limpa
As gigantes de petróleo europeu Shell , BP, Total, ENI e Repsol estão investindo em hidrogênio, mas apenas parte disso é considerado verdadeiramente ‘verde’. A maioria de seus investimentos são para diminuir a intensidade da emissão de carbono em suas operações de refinaria, não para desenvolver combustíveis de transporte limpos, como mostra o estudo da T&E.
De acordo com Geert Decock , gerente de eletricidade e energia da T&E: “Os produtores de petróleo estão promovendo o hidrogênio como sua grande aposta para o futuro, mas, na realidade, seus investimentos em hidrogênio verde são lamentáveis. Em vez disso, eles estão concentrando sua nova capacidade de refino em biocombustíveis que não podem suprir de forma sustentável as necessidades mundiais de transporte. Esta não é uma indústria que ultrapassa os limites da tecnologia limpa. “
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Altos investimentos das petrolíferas europeias no “hidrogênio azul”, que supostamente emite baixo carbono
O refino de petróleo é um dos principais usuários de hidrogênio hoje, com a maioria usando hidrogênio cinza, que gera a emissão de muito gás carbônico. Segundo a T&E, as empresas petrolíferas estão investindo cerca de € 6,5 bilhões no chamado hidrogênio azul “de baixo carbono” para limpar seus processos de produção. Esses investimentos representam o dobro do que está sendo gasto na produção de hidrogênio “verde” e de combustíveis eletrônicos, que poderiam ser usados para “limpar” a aviação e o transporte marítimo.
Geert Decock conclui que “onde os produtores de petróleo estão investindo em hidrogênio, a maioria está indo para substituir as operações sujas de hidrogênio cinza por hidrogênio azul, que ainda usa gás fóssil poluente. Em vez de desperdiçar seu tempo com soluções fáceis e de curto prazo, as refinarias de petróleo deveriam passar a produzir hidrogênio verde e combustíveis eletrônicos para navios e aviões hoje”.