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Governo regulamenta metas de descarbonização para o setor de gás

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 09/09/2025 às 09:30
Tubulações metálicas em refinaria ao meio-dia com céu parcialmente nublado.
Estrutura de dutos industriais refletindo a luz do sol em um cenário de meio-dia com nuvens no céu.
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Avance na descarbonização para o setor de gás com novas metas que estimulam biometano e energia limpa no Brasil.

O setor de gás natural no Brasil passa por uma transformação significativa, pois agora o governo regulamenta as metas de descarbonização para os próximos anos.

Em setembro de 2025, o governo federal publicou o decreto nº 12.614, que detalha a Lei nº 14.993 de 2024, criando o Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e incentivando o uso de biometano.

Dessa forma, o país marca um novo capítulo na política energética brasileira, além disso, alinhando-se às metas globais de redução de gases de efeito estufa.

Historicamente, o Brasil possui um setor de gás natural em crescimento, com produção concentrada em campos de petróleo offshore, principalmente na Bacia de Campos, e importações significativas de gás natural liquefeito.

Durante décadas, o setor focou na expansão da infraestrutura e no atendimento à demanda energética, sem, entretanto, implementar mecanismos estruturados de descarbonização.

Portanto, o decreto de 2025 inaugura uma nova era, na qual a sustentabilidade e a redução de emissões se tornam obrigações para produtores e importadores de gás natural.

O decreto estabelece que a partir de 2026, todas as empresas deverão comprovar a redução anual de suas emissões de gases de efeito estufa.

A meta inicial será de 1%, podendo chegar a 10% nos anos seguintes, reforçando o compromisso do país com uma transição energética gradual e sustentável.

Assim, o setor poderá se adaptar sem comprometer a oferta de energia, além de incentivar a inovação tecnológica e a produção de combustíveis renováveis, como o biometano.

Além disso, o programa promove a integração entre diferentes setores da economia, como agricultura, indústria e transporte, criando um ecossistema energético mais eficiente e menos poluente.

Por exemplo, a produção de biometano aproveita resíduos orgânicos que poderiam gerar poluição, contribuindo para a descarbonização para o setor de gás e estimulando práticas de economia circular.

Instrumentos para a descarbonização e incentivos ao biometano

Um dos instrumentos centrais do programa são os Certificados de Garantia de Origem do Biometano (CGOBs).

Com esses certificados, as empresas podem comprovar a produção e comercialização do biometano e, assim, cumprir suas metas de descarbonização.

O decreto também permite que os volumes de gás natural de pequenos produtores e importadores fiquem de fora do cálculo das metas, reconhecendo os desafios de adaptação desse segmento.

As empresas ainda podem reduzir a meta proporcionalmente à descarbonização obtida pelo uso do biogás na geração de energia elétrica.

Além disso, a regulamentação das metas de descarbonização para o setor de gás acompanha a expansão da produção e infraestrutura de biometano no país.

O governo oferece incentivos financeiros, linhas de crédito e prioridade em programas federais, estimulando investimentos privados e públicos na cadeia de produção de biocombustíveis.

O Brasil já acumulou experiências significativas em biogás e biometano, principalmente em estados com forte presença do agronegócio, como São Paulo e Minas Gerais.

Essas experiências servem como base para um crescimento mais estruturado e eficiente do setor.

Além disso, a criação de polos regionais de biometano acelera a disseminação tecnológica, tornando o setor mais competitivo e sustentável a longo prazo.

Consequentemente, as empresas se tornam mais preparadas para atender às metas de descarbonização.

O incentivo à inovação tecnológica estimula investimentos em equipamentos mais eficientes, processos de captura de carbono e soluções que aumentem a produção de biometano sem comprometer a qualidade ou a segurança energética.

Portanto, a descarbonização para o setor de gás surge como uma oportunidade de crescimento econômico aliado à proteção ambiental.

Fiscalização, regulamentação e papel do governo

O decreto confere à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a responsabilidade de fiscalizar e validar as metas.

As empresas que não cumprirem as exigências sofrerão multas calculadas com base no valor de mercado dos certificados, além de outras penalidades previstas em lei.

Dessa forma, o mecanismo garante credibilidade ao programa e cria um ambiente de segurança jurídica e regulatória para investidores.

A política de descarbonização para o setor de gás integra o Programa Combustível do Futuro, lançado em 2024.

O programa diversifica a matriz energética brasileira, promove o uso de fontes renováveis e incentiva a redução das emissões de carbono no transporte e na indústria.

Portanto, a regulamentação das metas consolida essa política, permitindo que o país avance rumo a uma economia de baixo carbono.

No cenário internacional, o Brasil cumpre compromissos assumidos em acordos climáticos, como o Acordo de Paris, que define metas globais de redução de gases de efeito estufa.

A regulamentação das metas de descarbonização para o setor de gás reforça o compromisso com a sustentabilidade e estimula a inovação tecnológica, ao mesmo tempo que empresas buscam soluções eficientes para capturar, produzir e comercializar biometano.

A regulamentação também incentiva parcerias público-privadas, essenciais para ampliar a infraestrutura necessária à produção e distribuição de biometano.

Assim, essas parcerias reduzem custos, aceleram investimentos e criam soluções regionais adaptadas à realidade de cada estado, fortalecendo o mercado de energia limpa no Brasil.

Benefícios sociais, econômicos e regionais

A expansão da produção de biometano gera empregos na cadeia de valor, desde a coleta de resíduos orgânicos até a operação de plantas de processamento.

Municípios próximos a projetos de biometano recebem investimentos em infraestrutura e oportunidades de capacitação profissional.

Portanto, a política fortalece o desenvolvimento regional e a economia local, enquanto contribui para a redução das emissões.

Além disso, a descarbonização para o setor de gás reduz a dependência de combustíveis fósseis importados, aumentando a segurança energética do país.

A diversificação da matriz fortalece o setor industrial e abre oportunidades para pequenas e médias empresas que atuam na cadeia de biometano, desde fornecedores de tecnologia até cooperativas de coleta de resíduos.

O sucesso da descarbonização para o setor de gás depende da colaboração entre governo, empresas e sociedade.

O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentará ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) o estudo necessário para definir as metas, garantindo decisões baseadas em dados técnicos e projeções realistas.

Dessa forma, a participação institucional cria regras claras, estimulando investimentos de longo prazo no setor.

Caminho para uma matriz energética sustentável

A regulamentação das metas de descarbonização posiciona o Brasil em uma nova fase de desenvolvimento energético, na qual sustentabilidade, inovação e responsabilidade ambiental se tornam prioridades.

O decreto nº 12.614 estimula a transformação estrutural do setor de gás, promovendo o uso de biometano e outras fontes limpas de energia.

Historicamente, essa medida reforça a integração da matriz energética brasileira com padrões globais de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas.

Em resumo, a descarbonização para o setor de gás é um passo decisivo para consolidar uma matriz energética mais limpa, eficiente e resiliente.

A regulamentação fortalece o papel do biometano, cria instrumentos de comprovação como os certificados de origem e estabelece mecanismos de fiscalização robustos.

Ao mesmo tempo, promove desenvolvimento econômico, inovação tecnológica e responsabilidade social.

Essa política mostra que é possível conciliar crescimento energético com sustentabilidade, projetando o Brasil como referência em energia limpa na América Latina e no mundo.

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COP30: Evento do IBP debate descarbonização do setor de óleo e gás | CNN MONEY – CNN Brasil Money

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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