Avance na descarbonização para o setor de gás com novas metas que estimulam biometano e energia limpa no Brasil.
O setor de gás natural no Brasil passa por uma transformação significativa, pois agora o governo regulamenta as metas de descarbonização para os próximos anos.
Em setembro de 2025, o governo federal publicou o decreto nº 12.614, que detalha a Lei nº 14.993 de 2024, criando o Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e incentivando o uso de biometano.
Dessa forma, o país marca um novo capítulo na política energética brasileira, além disso, alinhando-se às metas globais de redução de gases de efeito estufa.
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Historicamente, o Brasil possui um setor de gás natural em crescimento, com produção concentrada em campos de petróleo offshore, principalmente na Bacia de Campos, e importações significativas de gás natural liquefeito.
Durante décadas, o setor focou na expansão da infraestrutura e no atendimento à demanda energética, sem, entretanto, implementar mecanismos estruturados de descarbonização.
Portanto, o decreto de 2025 inaugura uma nova era, na qual a sustentabilidade e a redução de emissões se tornam obrigações para produtores e importadores de gás natural.
O decreto estabelece que a partir de 2026, todas as empresas deverão comprovar a redução anual de suas emissões de gases de efeito estufa.
A meta inicial será de 1%, podendo chegar a 10% nos anos seguintes, reforçando o compromisso do país com uma transição energética gradual e sustentável.
Assim, o setor poderá se adaptar sem comprometer a oferta de energia, além de incentivar a inovação tecnológica e a produção de combustíveis renováveis, como o biometano.
Além disso, o programa promove a integração entre diferentes setores da economia, como agricultura, indústria e transporte, criando um ecossistema energético mais eficiente e menos poluente.
Por exemplo, a produção de biometano aproveita resíduos orgânicos que poderiam gerar poluição, contribuindo para a descarbonização para o setor de gás e estimulando práticas de economia circular.
Instrumentos para a descarbonização e incentivos ao biometano
Um dos instrumentos centrais do programa são os Certificados de Garantia de Origem do Biometano (CGOBs).
Com esses certificados, as empresas podem comprovar a produção e comercialização do biometano e, assim, cumprir suas metas de descarbonização.
O decreto também permite que os volumes de gás natural de pequenos produtores e importadores fiquem de fora do cálculo das metas, reconhecendo os desafios de adaptação desse segmento.
As empresas ainda podem reduzir a meta proporcionalmente à descarbonização obtida pelo uso do biogás na geração de energia elétrica.
Além disso, a regulamentação das metas de descarbonização para o setor de gás acompanha a expansão da produção e infraestrutura de biometano no país.
O governo oferece incentivos financeiros, linhas de crédito e prioridade em programas federais, estimulando investimentos privados e públicos na cadeia de produção de biocombustíveis.
O Brasil já acumulou experiências significativas em biogás e biometano, principalmente em estados com forte presença do agronegócio, como São Paulo e Minas Gerais.
Essas experiências servem como base para um crescimento mais estruturado e eficiente do setor.
Além disso, a criação de polos regionais de biometano acelera a disseminação tecnológica, tornando o setor mais competitivo e sustentável a longo prazo.
Consequentemente, as empresas se tornam mais preparadas para atender às metas de descarbonização.
O incentivo à inovação tecnológica estimula investimentos em equipamentos mais eficientes, processos de captura de carbono e soluções que aumentem a produção de biometano sem comprometer a qualidade ou a segurança energética.
Portanto, a descarbonização para o setor de gás surge como uma oportunidade de crescimento econômico aliado à proteção ambiental.
Fiscalização, regulamentação e papel do governo
O decreto confere à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a responsabilidade de fiscalizar e validar as metas.
As empresas que não cumprirem as exigências sofrerão multas calculadas com base no valor de mercado dos certificados, além de outras penalidades previstas em lei.
Dessa forma, o mecanismo garante credibilidade ao programa e cria um ambiente de segurança jurídica e regulatória para investidores.
A política de descarbonização para o setor de gás integra o Programa Combustível do Futuro, lançado em 2024.
O programa diversifica a matriz energética brasileira, promove o uso de fontes renováveis e incentiva a redução das emissões de carbono no transporte e na indústria.
Portanto, a regulamentação das metas consolida essa política, permitindo que o país avance rumo a uma economia de baixo carbono.
No cenário internacional, o Brasil cumpre compromissos assumidos em acordos climáticos, como o Acordo de Paris, que define metas globais de redução de gases de efeito estufa.
A regulamentação das metas de descarbonização para o setor de gás reforça o compromisso com a sustentabilidade e estimula a inovação tecnológica, ao mesmo tempo que empresas buscam soluções eficientes para capturar, produzir e comercializar biometano.
A regulamentação também incentiva parcerias público-privadas, essenciais para ampliar a infraestrutura necessária à produção e distribuição de biometano.
Assim, essas parcerias reduzem custos, aceleram investimentos e criam soluções regionais adaptadas à realidade de cada estado, fortalecendo o mercado de energia limpa no Brasil.
Benefícios sociais, econômicos e regionais
A expansão da produção de biometano gera empregos na cadeia de valor, desde a coleta de resíduos orgânicos até a operação de plantas de processamento.
Municípios próximos a projetos de biometano recebem investimentos em infraestrutura e oportunidades de capacitação profissional.
Portanto, a política fortalece o desenvolvimento regional e a economia local, enquanto contribui para a redução das emissões.
Além disso, a descarbonização para o setor de gás reduz a dependência de combustíveis fósseis importados, aumentando a segurança energética do país.
A diversificação da matriz fortalece o setor industrial e abre oportunidades para pequenas e médias empresas que atuam na cadeia de biometano, desde fornecedores de tecnologia até cooperativas de coleta de resíduos.
O sucesso da descarbonização para o setor de gás depende da colaboração entre governo, empresas e sociedade.
O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentará ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) o estudo necessário para definir as metas, garantindo decisões baseadas em dados técnicos e projeções realistas.
Dessa forma, a participação institucional cria regras claras, estimulando investimentos de longo prazo no setor.
Caminho para uma matriz energética sustentável
A regulamentação das metas de descarbonização posiciona o Brasil em uma nova fase de desenvolvimento energético, na qual sustentabilidade, inovação e responsabilidade ambiental se tornam prioridades.
O decreto nº 12.614 estimula a transformação estrutural do setor de gás, promovendo o uso de biometano e outras fontes limpas de energia.
Historicamente, essa medida reforça a integração da matriz energética brasileira com padrões globais de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas.
Em resumo, a descarbonização para o setor de gás é um passo decisivo para consolidar uma matriz energética mais limpa, eficiente e resiliente.
A regulamentação fortalece o papel do biometano, cria instrumentos de comprovação como os certificados de origem e estabelece mecanismos de fiscalização robustos.
Ao mesmo tempo, promove desenvolvimento econômico, inovação tecnológica e responsabilidade social.
Essa política mostra que é possível conciliar crescimento energético com sustentabilidade, projetando o Brasil como referência em energia limpa na América Latina e no mundo.