Mais de um mês após o seu último reajuste, a Petrobras deve nesta semana elevar os preços da gasolina e do diesel, que estão abaixo do IPP
Tanto o Palácio do Planalto quanto o Ministério da Economia têm a expectativa de que a Petrobras anunciará uma nova elevação de preços do diesel e da gasolina ainda nesta semana, conforme informou a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, na última segunda-feira (dia 13).
O último reajuste da Petrobras ocorreu no dia 9 de maio, há mais de um mês atrás, quando o preço do diesel foi alterado em 8,9%. Os valores da gasolina, por sua vez, estão há quase 100 dias sem sofrer qualquer modificação, haja vista que o último aumento foi divulgado pela estatal no mês de março, sendo equivalente a 18,8%.
Durante esse período, a Petrobras passou por mais uma troca de CEOs, que pode ser relacionada à insatisfação do presidente Jair Bolsonaro frente aos impactos observados sobre a sua popularidade devido à alta dos combustíveis, como a gasolina e o diesel.
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Preço do diesel está 14% abaixo do IPP, enquanto o da gasolina está 31% menor em relação aos preços de importação
De acordo com estimativas do mercado financeiro, os preços praticados pela Petrobras em suas refinarias estão abaixo do IPP (preços paritários de importação) em cerca de 14% para o diesel e 31% para a gasolina.
Segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo), o preço médio da gasolina ao consumidor é correspondente a R$ 7,247, enquanto o do diesel é equivalente a R$ 6,886.
O relatório do BTG publicado na semana passada indicou que a Petrobras deve permanecer pressionada graças ao projeto (PL 18/2022), que pretende instituir a diminuição dos impostos sobre os combustíveis e deve ser votado nas próximas semanas.
Sob esse viés, o banco analisou que, com o projeto, qualquer responsabilidade futura sobre os preços mais elevados dos combustíveis pode acabar sendo quase inteiramente atribuída à estatal a partir de agora. Para o BTG, que tem preferência por produtores menores para surfar a tese do petróleo, tudo isso deve seguir impedindo que os negócios da Petrobras sejam feitos totalmente em acordo com os seus fundamentos.
Nesta segunda-feira, o petróleo tipo Brent, que é utilizado como referência pela companhia, sofreu redução de 1,38%, porém continuou sendo negociado acima de US$ 120. As ações da Petrobras apresentaram queda de 2,39%, a R$ 28,94.
Presidente Jair Bolsonaro tece críticas à Petrobras e defende a aprovação da PEC dos combustíveis
O presidente Jair Bolsonaro declarou, também nesta segunda-feira (13), defesa à imposição de teto ao ICMS, em cruzada contra a Petrobras. Ele acrescentou, ainda, que, caso a proposta seja aprovada, o preço da gasolina – que já atingiu a marca de 5 dólares nos Estados Unidos – possui previsão de queda de em média R$ 2, enquanto o preço do diesel deve baixar por volta de R$ 1.
Durante entrevista à Rádio CBN-Recife, o chefe do Executivo afirmou que o governo irá cobrir o ICMS do diesel que é cobrado pelos estados, em um esforço para reduzir os impostos estaduais. Segundo ele, o Estado não está arrecadando, está perdendo, porém é necessário priorizar o povo, que sofre com os altos preços da gasolina.
Bolsonaro voltou também a transmitir ataques à Petrobras, além de culpar a guerra na Ucrânia pela elevação dos preços dos combustíveis. Para ele, a Petrobras é uma empresa excepcional, todavia não apresenta um viés social previsto pela própria Constituição. O presidente opina que a estatal está tendo lucros abusivos, que crescem junto com a crise.