Em carta oficial, a embaixada japonesa e fabricantes como Honda, Yamaha e Suzuki alertam que a proibição de motos a gasolina em Hanói pode causar falências e desemprego em massa.
O governo japonês e as principais fabricantes de motocicletas emitiram um alerta ao Vietnã sobre os possíveis efeitos econômicos e de emprego causados pela decisão de proibir motocicletas movidas a gasolina no centro de Hanói a partir de 2026.
A medida, oficializada em julho pelo governo vietnamita sob a orientação do primeiro-ministro Pham Minh Chinh, tem como meta reduzir os altos níveis de poluição atmosférica na capital.
Reação do Japão e das montadoras
A embaixada japonesa enviou uma carta às autoridades do Vietnã classificando a mudança como abrupta.
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O documento destacou riscos de desemprego em setores de apoio, como concessionárias e fornecedores de peças de reposição, e pediu um período de adaptação para a transição à eletrificação, com implementação gradual das restrições.
Fabricantes japonesas como Honda, Yamaha e Suzuki também manifestaram preocupação, alertando sobre possíveis interrupções na produção e falências de empresas da cadeia de suprimentos.
A Honda, que domina cerca de 80% do mercado vietnamita de motocicletas, vendeu 2,6 milhões de unidades em 2024 e opera quatro fábricas no país.
Embora quase todos os seus modelos sejam movidos a gasolina, a empresa oferece atualmente dois modelos elétricos e enfrenta queda expressiva nas vendas desde o anúncio da medida.
Mercado em transformação e resposta vietnamita
O mercado de motocicletas no Vietnã, avaliado em US$ 4,6 bilhões, tem uma taxa de utilização próxima de 80% entre mais de 100 milhões de habitantes.
Mesmo sem impacto direto sobre os carros, as vendas de automóveis a gasolina caíram 18% em setembro em relação ao ano anterior, segundo dados da associação VAMA.
Enquanto as fabricantes japonesas analisam o futuro de suas operações, a empresa local VinFast registrou aumento de 55% nas vendas de motocicletas e bicicletas elétricas no segundo trimestre de 2025, alcançando quase 70.000 unidades vendidas.
Até o momento, o governo vietnamita não respondeu formalmente às preocupações japonesas, mas reforçou que a restrição é essencial para melhorar a qualidade do ar em Hanói.
O primeiro-ministro Pham Minh Chinh afirmou que o país busca cooperação internacional para reduzir emissões e que pretende adotar um roteiro compartilhado de transição. A Cidade de Ho Chi Minh também planeja restrições semelhantes nos próximos anos.
Mudança política no Japão
Paralelamente, o Parlamento japonês nomeou Sanae Takaichi como primeira-ministra — a primeira mulher a ocupar o cargo.
Takaichi lidera um governo de coalizão que prioriza a estabilidade política e a manutenção de acordos com a oposição, o que pode influenciar futuras decisões sobre os interesses econômicos do Japão em mercados estrangeiros como o vietnamita.
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