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Governo Federal quer comprar a maior mina de nióbio do mundo

Escrito por Valdemar Medeiros
Publicado em 08/06/2022 às 12:52
Atualizado em 12/06/2022 às 18:44
Governo Federal - Bolsonaro - Codemig - Nióbio - MG - Minas Gerais
A maior das minas brasileiras é justamente a que é controlada pela Codemig, em Araxá (MG), que possui 73% do nióbio mundial. – imagem: Divulgação

Governo Federal planeja comprar a Codemig, empresa de nióbio controlada pelo estado de Minas Gerais. Bolsonaro teme que outros países possam ter reservas estratégicas de nióbio.

O presidente da República Jair Bolsonaro afirmou na segunda-feira (6) que o Governo Federal pretende comprar ações da Codemig, empresa que está sendo vendida pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Bolsonaro afirma que há interesse da União para evitar que o nióbio brasileiro caia nas mãos de outros países. No começo deste ano, no mês de fevereiro, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) rejeitou o pedido de urgência para vetar a venda da Codemig.

Minas Gerais planeja privatizar a Codemig

De acordo com Bolsonaro, quando Zema falou em vender as ações da Codemig, o Governo Federal começou a negociar para que pudesse assumir estas ações. É importante lembrar que, no ano passado, Minas Gerais anunciou a intenção de privatizar a Codemig. Entretanto, até então, os legisladores estaduais ainda não avaliaram o processo.

A empresa recebe royalties da fabricação de nióbio, que é utilizado em super condutores, aço, entre outros. Bolsonaro, em entrevista ao canal AgroMais, braço do grupo Bandeirantes voltado para temas do setor de agronegócio, comentou sobre o encontro com Elon Musk, bilionário sul-africano controlador da Tesla, empresa de carros elétricos.

O presidente brasileiro voltou a insistir que as baterias de nióbio com grafeno seriam o futuro da indústria de veículos e também exaltou o fato de grande parte do nióbio estar em território nacional. De acordo com Jair bolsonaro, o Brasil possui 98% do nióbio mundial, matéria-prima produzida pela Codemig. O Catalão foi vendido  para outro país, no último governo. Em Araxá, o nióbio é parte do governo de Minas Gerais, com quem o Governo Federal está realizando negociações.

Governo Federal defende que país deve parar exportações de commodities

A estratégia, já revelada para integrantes do governo de Minas, é que o BNDES poderia ficar com as ações. Antigos representantes do governo do estado consideram que o nióbio não tem toda essa importância estratégica que Bolsonaro aponta e, por isso, acham um bom negócio se desfazerem das ações.

Na entrevista, o presidente também defendeu que o Brasil deve parar de exportar a matéria-prima e passar a trabalhar na industrialização do material ainda no país, pois há um risco de que os outros países estejam fazendo reservas estratégicas do produto.

O Brasil também possui, na região dos Seis Lagos, no Amazonas, grandes volumes de nióbio. Havia sido tratado com o governo americano, ainda sob a regência de Donald Trump, como isso poderia ser explorado agregando maior valor.

Bolsonaro destacou que é injusto exportar o nióbio da Codemig e de outras mineradoras in natura. Em Araxá, há diversas empresas de outros países que importam nióbio brasileiro. Também é possível ver que há países que não possuem tecnologia nenhuma. O que o presidente sugere é que eles estejam fazendo reservas para o futuro.

Conheça a Codemig

A Codemig foi fundada em dezembro de 2003, a partir da alteração da denominação social da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e da incorporação da Companhia de Distritos Industriais de Minas Gerais (CDI/MG) e da Empresa Mineira de Turismo, além dos ativos da extinta Companhia de Desenvolvimento Urbano de Minas Gerais.

Até 2018, a empresa era responsável por vários projetos e ações de incentivo ao desenvolvimento econômico do Estado, que foram então assumidos por sua acionista majoritária, a Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais.

Valdemar Medeiros

Jornalista em formação, especialista na criação de conteúdos com foco em ações de SEO. Escreve sobre Indústria Automotiva, Energias Renováveis e Ciência e Tecnologia

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