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Governo em alerta: Petrobras planeja recompra de refinaria vendida por US$ 1,8 bilhão em 2021

Escrito por Roberta Souza
Publicado em 19/07/2024 às 12:31
petrobras, estatal, refinaria
Foto: reprodução FUP

Estatal brasileira considera reaquisição de refinaria vendida ao mubadala em 2021

A estatal Petrobras (PETR4) está em negociações avançadas para recomprar a Refinaria de Mataripe (antiga RLAM), que havia sido vendida ao fundo Mubadala em 2021 por US$ 1,8 bilhão. Segundo informações do Estadão, a estatal e o Mubadala estão prestes a firmar um acordo vinculativo, o que reacende preocupações sobre uma possível intervenção governamental na Petrobras, de acordo com o site Infomoney.

Detalhes da negociação da estatal

A Petrobras já concluiu a devida diligência e pode fazer uma oferta vinculante até setembro, com o fechamento da transação previsto para 2025, dependendo da aprovação do conselho de administração da empresa. Este movimento é visto com cautela pelo mercado, especialmente pelo Goldman Sachs, que alerta para o risco de intervenção governamental, dado que o atual governo federal criticou anteriormente a venda de ativos da Petrobras.

O plano estratégico atual da Petrobras inclui um capex adicional de até US$ 11 bilhões para fusões, aquisições e outros investimentos entre 2024 e 2028. Entretanto, este orçamento pode limitar os dividendos extraordinários no curto prazo.

Valor de mercado e desafios regulatórios

De acordo com o Bradesco BBI, o valor atual da Refinaria de Mataripe da estatal varia entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2,8 bilhões, sem considerar os investimentos no projeto de biodiesel. A principal questão é se a Petrobras poderá adquirir o controle acionário da refinaria, especialmente após o recente aditivo ao acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Este aditivo desobriga a Petrobras de vender algumas refinarias, mas mantém a obrigatoriedade de desinvestir em outras, incluindo a RLAM.

Impacto no mercado e perspectivas de dividendos

O BTG Pactual considera este movimento negativo, uma vez que a estatal Petrobras tem obtido retornos mais baixos no segmento de refino em comparação ao seu principal negócio de exploração e produção (E&P). Apesar de alguns analistas argumentarem que há obstáculos que impedem a Petrobras de aumentar os investimentos em E&P, o BTG acredita que a melhor estratégia seria devolver maiores dividendos aos acionistas.

No entanto, o BTG não prevê uma redução significativa nos pagamentos de dividendos no curto prazo, pois a negociação ainda não foi confirmada e, se for, poderá envolver a aquisição de uma participação menor na refinaria. O banco estima que a transação só seria concluída em 2025, considerando os procedimentos de governança necessários. Além disso, o modelo do BTG já inclui cerca de US$ 2 bilhões para fusões e aquisições nos próximos 12 meses, o que significa que a recompra da Mataripe está amplamente precificada.

Ajustando o valor de venda pela inflação dos EUA (12%), o custo atual da refinaria seria próximo a US$ 2 bilhões, ou US$ 2,1 bilhões ao incluir uma estimativa de US$ 300 milhões para investimentos feitos pelo Mubadala para melhorar o ativo.

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Roberta Souza

Engenheira de Petróleo, pós-graduada em Comissionamento de Unidades Industriais, especialista em Corrosão Industrial. Entre em contato para sugestão de pauta, divulgação de vagas de emprego ou proposta de publicidade em nosso portal. Não recebemos currículos

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