Estatal brasileira considera reaquisição de refinaria vendida ao mubadala em 2021
A estatal Petrobras (PETR4) está em negociações avançadas para recomprar a Refinaria de Mataripe (antiga RLAM), que havia sido vendida ao fundo Mubadala em 2021 por US$ 1,8 bilhão. Segundo informações do Estadão, a estatal e o Mubadala estão prestes a firmar um acordo vinculativo, o que reacende preocupações sobre uma possível intervenção governamental na Petrobras, de acordo com o site Infomoney.
Detalhes da negociação da estatal
A Petrobras já concluiu a devida diligência e pode fazer uma oferta vinculante até setembro, com o fechamento da transação previsto para 2025, dependendo da aprovação do conselho de administração da empresa. Este movimento é visto com cautela pelo mercado, especialmente pelo Goldman Sachs, que alerta para o risco de intervenção governamental, dado que o atual governo federal criticou anteriormente a venda de ativos da Petrobras.
O plano estratégico atual da Petrobras inclui um capex adicional de até US$ 11 bilhões para fusões, aquisições e outros investimentos entre 2024 e 2028. Entretanto, este orçamento pode limitar os dividendos extraordinários no curto prazo.
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Valor de mercado e desafios regulatórios
De acordo com o Bradesco BBI, o valor atual da Refinaria de Mataripe da estatal varia entre US$ 1,6 bilhão e US$ 2,8 bilhões, sem considerar os investimentos no projeto de biodiesel. A principal questão é se a Petrobras poderá adquirir o controle acionário da refinaria, especialmente após o recente aditivo ao acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Este aditivo desobriga a Petrobras de vender algumas refinarias, mas mantém a obrigatoriedade de desinvestir em outras, incluindo a RLAM.
Impacto no mercado e perspectivas de dividendos
O BTG Pactual considera este movimento negativo, uma vez que a estatal Petrobras tem obtido retornos mais baixos no segmento de refino em comparação ao seu principal negócio de exploração e produção (E&P). Apesar de alguns analistas argumentarem que há obstáculos que impedem a Petrobras de aumentar os investimentos em E&P, o BTG acredita que a melhor estratégia seria devolver maiores dividendos aos acionistas.
No entanto, o BTG não prevê uma redução significativa nos pagamentos de dividendos no curto prazo, pois a negociação ainda não foi confirmada e, se for, poderá envolver a aquisição de uma participação menor na refinaria. O banco estima que a transação só seria concluída em 2025, considerando os procedimentos de governança necessários. Além disso, o modelo do BTG já inclui cerca de US$ 2 bilhões para fusões e aquisições nos próximos 12 meses, o que significa que a recompra da Mataripe está amplamente precificada.
Ajustando o valor de venda pela inflação dos EUA (12%), o custo atual da refinaria seria próximo a US$ 2 bilhões, ou US$ 2,1 bilhões ao incluir uma estimativa de US$ 300 milhões para investimentos feitos pelo Mubadala para melhorar o ativo.