O Ceará avança na transição energética com novo projeto de ZPE aprovado pelo governo, atraindo bilhões em investimentos para data centers e produção de amônia verde no Nordeste
Na segunda-feira, 3 de novembro de 2025, o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportações (CZPE) aprovou 12 projetos estratégicos, sendo dez deles destinados à ZPE do Ceará, localizada no Complexo do Pecém. O anúncio representa o maior volume de investimentos já aprovado para uma única ZPE no Brasil, somando R$ 585 bilhões, com destaque para a implantação de data centers e uma fábrica de amônia verde.
ZPE do Ceará: epicentro de inovação e exportação
Essa decisão do Governo federal marca um avanço significativo na política industrial e energética do país, consolidando o Ceará como um polo de inovação e sustentabilidade. Além disso, os projetos aprovados devem gerar mais de 30 mil empregos diretos, impulsionando a economia local e nacional.
A Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, situada no Porto do Pecém, foi o principal destino dos investimentos aprovados. Dos R$ 585 bilhões validados pelo CZPE, 97% estão concentrados na ZPE cearense, evidenciando sua importância estratégica.
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Entre os projetos aprovados, destacam-se:
- Nove data centers, incluindo um da Bytedance (TikTok), com investimentos de R$ 571 bilhões
- Uma fábrica de amônia verde líquida, com previsão de R$ 12 bilhões em aportes iniciais e R$ 349 bilhões em infraestrutura e equipamentos
Esses empreendimentos reforçam o papel da ZPE como plataforma de exportação de serviços digitais e produtos sustentáveis, alinhando-se às metas globais de descarbonização.
Data centers no Ceará: infraestrutura digital de escala global
A instalação de data centers no Ceará representa um salto na infraestrutura digital brasileira. Empresas como Bytedance Brasil Tecnologia Ltda e outras lideram os projetos, que devem movimentar R$ 80 bilhões por ano em exportações de serviços.
Esses centros de dados serão abastecidos por energia limpa e sustentável, com R$ 81 bilhões destinados exclusivamente à infraestrutura energética. A escolha do Ceará se deve à sua localização geográfica estratégica, com cabos submarinos de fibra óptica que conectam o Brasil à Europa, África e América do Norte.
O Ceará se consolida como hub digital do Atlântico Sul, afirmou um representante do CZPE durante a reunião. Além disso, os data centers devem impulsionar a conectividade nacional, melhorar a segurança cibernética e atrair novas empresas de tecnologia para o país.
Amônia verde: combustível do futuro e vetor da transição energética
Outro destaque é a aprovação de uma fábrica de amônia verde líquida, que será construída em quatro etapas entre 2027 e 2032. A amônia verde é produzida a partir de hidrogênio obtido por eletrólise da água, utilizando energia renovável, como solar e eólica.
Esse projeto é essencial para a transição energética, pois a amônia verde pode ser usada como combustível limpo em setores como transporte marítimo, fertilizantes e geração de energia. A planta terá capacidade para exportar grandes volumes, posicionando o Brasil como fornecedor global de combustíveis sustentáveis.
A iniciativa também contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, promovendo uma economia de baixo carbono e alinhada aos compromissos internacionais de sustentabilidade.
Impacto econômico e social no Ceará com apoio do Governo
Os investimentos aprovados terão impacto direto na economia cearense, com a criação de mais de 30 mil empregos diretos e milhares de indiretos. Além disso, haverá aumento da arrecadação tributária, fortalecimento da cadeia produtiva local e desenvolvimento de mão de obra qualificada.
A presença de grandes empresas internacionais também atrairá novos negócios e parcerias, consolidando o Ceará como referência em inovação, tecnologia e sustentabilidade.
O Governo estadual, em parceria com o federal, tem atuado para garantir infraestrutura adequada, incentivos fiscais e capacitação profissional, criando um ambiente favorável ao desenvolvimento industrial e tecnológico.
Sustentabilidade e transição energética como pilares da nova ZPE
A aprovação dos projetos está alinhada com os compromissos do Brasil com a Agenda 2030 da ONU e o Acordo de Paris. A produção de amônia verde e o uso de energia limpa nos data centers são exemplos concretos de como o país pode crescer economicamente sem comprometer o meio ambiente.
Além disso, os empreendimentos aprovados devem estimular a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias limpas, promovendo inovação e competitividade no setor energético.
O papel estratégico do Governo na viabilização da ZPE no Ceará
O Governo federal, por meio do CZPE e do MDIC, foi fundamental para a aprovação dos projetos. A articulação entre os setores público e privado garantiu a viabilidade técnica, ambiental e econômica dos empreendimentos.
Além disso, o Governo tem promovido políticas de incentivo à transição energética, como a desoneração de equipamentos para energia renovável e a criação de marcos regulatórios para o hidrogênio verde.
A atuação integrada entre ministérios, agências reguladoras e governos estaduais tem sido essencial para atrair investimentos e garantir a execução dos projetos com responsabilidade e eficiência.
Perspectivas futuras para o Ceará e o Brasil
A aprovação da nova ZPE no Ceará, com foco em data centers e amônia verde, representa um marco histórico para o Brasil. Com R$ 585 bilhões em investimentos, o país dá um passo decisivo rumo à transição energética, à digitalização da economia e à geração de empregos sustentáveis.
O Ceará se posiciona como líder na nova economia verde, atraindo investimentos, inovação e protagonismo internacional. A atuação estratégica do Governo e o engajamento do setor privado mostram que é possível crescer com responsabilidade ambiental e inclusão social.
Nos próximos anos, espera-se que o modelo adotado no Ceará sirva de referência para outras regiões do país, ampliando o impacto positivo da política de ZPEs e consolidando o Brasil como potência em energia limpa e tecnologia.



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