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Goiás dispara na corrida por terras raras: mercado global projeta US$ 1 trilhão até 2030 e meta é dobrar 5.000 t/ano de ETR

Escrito por Rafaela Fabris
Publicado em 11/12/2024 às 20:21
Goiás dispara na corrida por terras raras: mercado global projeta US$ 1 trilhão até 2030 e meta é dobrar 5.000 t/ano de ETR
Serra Verde avança na produção de terras raras e busca dobrar capacidade de ETR até 2030

Com a demanda global por minerais críticos crescendo, a mineradora brasileira aposta na extração sustentável de terras raras para impulsionar a transição energética

No ritmo acelerado da transição energética, a busca por terras raras e outros minerais críticos está em alta, e o Brasil surge como um grande protagonista nesse cenário. A Mineração Serra Verde, instalada em Goiás, deu o pontapé inicial em 2024 na produção comercial de elementos de terras raras (ETRs), uma conquista que coloca o país no centro das atenções do mercado global, sobretudo diante da meta ambiciosa de dobrar sua capacidade de produção antes de 2030.

A procura por minerais críticos, como os necessários para baterias de veículos elétricos, turbinas eólicas e sistemas de energia renovável, dispara em ritmo exponencial. De acordo com dados da Agência Internacional de Energia, esse mercado movimentou US$ 230 bilhões em 2023 e pode atingir US$ 1 trilhão até o fim da década.

Nesse jogo, as terras raras representam uma parcela estratégica, já que são essenciais para a fabricação de componentes de alta tecnologia, refletindo diretamente na competitividade das cadeias produtivas.

Brasil tem terceira maior reserva global de terras raras

Potencial de Terras Raras (ETR), com base em dados de 201
Potencial de Terras Raras (ETR), com base em dados de 201

O Brasil, dono da terceira maior reserva global de terras raras, com 21 milhões de toneladas mapeadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM), consolida-se como um forte candidato a figurar entre os cinco maiores produtores mundiais.

As argilas iônicas, encontradas em diversas regiões do país, reforçam o potencial nacional. A Serra Verde, única produtora fora da Ásia a atuar em escala comercial com os quatro principais ETRs, não só iniciou suas operações, como também já integra a lista da Minerals Security Partnership (MSP) desde outubro de 2024, ressaltando sua relevância no fornecimento de minerais críticos.

Investimento de US$ 150 milhões

Para impulsionar seu crescimento, a mineradora recebeu um investimento de US$ 150 milhões liderado pelo Energy and Minerals Group e Vision Blue Resources. Esses aportes, somados às iniciativas de extração sustentável, sem detonação ou britagem, fazem da Serra Verde um exemplo de mineração responsável.

Programas de reflorestamento, preservação da biodiversidade e uso de energia solar complementam a estratégia, reduzindo o impacto ambiental e garantindo uma produção alinhada com os novos parâmetros globais.

Terras raras e minerais críticos

A presença de terras raras e outros minerais críticos em diversos pontos do mapa brasileiro, de Minas Gerais à Bahia, passando por Goiás, Amazonas, São Paulo, Tocantins e outros estados, reforça a imagem do país como um destino atraente para investidores.

Além das ETRs, o Brasil dispõe de nióbio, lítio, níquel e cobre. Projetos promissores, muitos deles ainda em fase de pesquisa, espalham-se pelo território, desenhando um cenário de ampla diversidade e potencial.

Geração de empregos qualificados

Nesse contexto, a ANM destaca um desafio importante: ampliar a cadeia de produção internamente. Em vez de se limitar à exportação de minerais brutos, o Brasil pode adotar uma postura mais verticalizada, desenvolvendo soluções de alto valor agregado. Essa mudança de estratégia fortaleceria a indústria local, geraria empregos qualificados e impulsionaria a economia verde, colocando o país na linha de frente do mercado global de minerais críticos.

Ao mirar um futuro em que a demanda por terras raras e recursos associados continua crescendo, a Serra Verde desponta como símbolo dessa nova fase da mineração brasileira. Enquanto a transição energética se expande, o Brasil consolida sua posição como um importante polo na produção de ETRs, contribuindo para um mundo mais sustentável, tecnológico e alinhado às metas ambientais globais.

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Marcilon Santos Seabra
Marcilon Santos Seabra
13/12/2024 13:22

Estão repassando tudo aos zoins da china, daqui uns dias não vamos poder plantar nem mandioca, imaginem pequi.

Rafaela Fabris

Fala sobre inovação, energia renováveis, petróleo e gás. Com mais de 1.200 artigos publicados no CPG, atualiza diariamente sobre oportunidades no mercado de trabalho brasileiro.

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