Cazé TV transforma lives descontraídas em fenômeno de audiência digital, desafia grandes emissoras e conquista milhões com transmissões esportivas voltadas à geração Z. Impacto crescente no mercado.
A Cazé TV voltou aos holofotes nas últimas semanas ao integrar a cobertura da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2025.
Embora não detenha exclusividade, o canal digital tem se destacado entre os meios que transmitem o torneio, consolidando-se como uma das principais plataformas de esportes online no Brasil.
Desde sua estreia marcante na Copa de 2022, a Cazé TV conquistou milhões de espectadores, chegando há alguns dias a marca de 20 milhões de inscritos, virando uma real “ameaça” à liderança histórica da televisão aberta, especialmente da TV Globo.
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Como nasceu a Cazé TV
A Cazé TV surgiu de forma despretensiosa, inspirada nas lives improvisadas realizadas por Casimiro Miguel durante a Olimpíada de Tóquio.
Na época, o influenciador conquistou grande audiência ao reagir, sem imagens oficiais, aos eventos olímpicos durante as madrugadas.
A proposta inicial era repetir esse modelo na Copa do Mundo, mas com mais estrutura e participação de influenciadores.
Vocês lembram do que o Casé fez na Olimpíada de Tóquio? Ele virava a madrugada reagindo sem imagem. Levou milhares de pessoas e o bagulho ficou muito grande. Então era: ‘Vamos fazer isso na Copa, sem direito, sem nada’”, lembra o jornalista Andrey Raychtock, que integrou a equipe desde o início, durante participação no Podcast Charla.
A primeira versão do projeto previa longas transmissões diárias, feitas em estúdio, com apoio de marcas e conteúdo patrocinado.
“A ideia era: vamos pegar um lugar, fazer uma live que dure o dia inteiro e reagir a todos os jogos da Copa com Casé e os amigos dele”, relatou Andrey.
Direitos de transmissão mudaram os planos
Um mês antes do início do torneio, o rumo mudou completamente. Os direitos de transmissão foram adquiridos, e o projeto foi reformulado do zero.
“Galera, temos os direitos. Pega esse projeto, joga no lixo e vamos fazer um projeto novo, porque agora a gente tem imagem”, contou o produtor.
Foi nesse momento que nasceu a identidade da Cazé TV, nome que inicialmente causou resistência.
“Onde é que a gente vai transmitir esses jogos? Transmite no canal de corte do Casé ou cria um canal? Não, vamos criar um canal. Qual o nome do canal? Sei lá, Casé TV”, lembrou Andrey.
“O Casé não gostava do nome, mas ficou: Casé TV, Casé TV… Beleza. Agora o nome é Cazé TV”.
Crescimento rápido e operação improvisada
A confirmação dos direitos fez o projeto crescer rapidamente. A equipe criou uma programação com transmissões oficiais de pelo menos um jogo por dia e conteúdos ao vivo mesmo quando não havia jogos com imagem.
“Criamos uma programação para o dia inteiro de react”, afirmou Andrey.
Marcas passaram a exigir ativações contínuas.
“Vamos fazer alguma coisa para duas da tarde durante o jogo que a gente não vai transmitir, com um elenco que seja minimamente relevante do ponto de vista de influência. Como não tinha prazo para aprovar as ações, era assim: bota no ar o bagulho amanhã. Se a marca reclamar, a gente faz outra depois”.
Durante os dias de Copa, o estúdio virou uma linha de produção contínua.
“Qualquer pessoa que passasse no corredor entrava no ar. Botar quatro reacts ao longo de três jogos… entrou muita gente”.
Apesar do improviso, a audiência surpreendeu até a equipe.
“Copa do Mundo ao vivo no YouTube… o influenciador comprando direitos. Foi natural para a gente, mas para quem está fora parece loucura.”
Parceria com a LiveMode e estrutura profissional
Ainda existe a percepção de que Casimiro comanda tudo sozinho, mas Andrey desmente:
“As pessoas acham que a Cazé TV é o Casemiro no escritório como rei do crime, aqui no computador. Bundesliga é o Casemiro acariciando um gatinho. Não é. Ele não está pegando o telefone e comprando direito do bolso. Você tem agência, tem marcas. Ele cedeu o nome dele ao projeto.”
A LiveMode foi responsável pela viabilização técnica das transmissões e negociação com os patrocinadores.
O nome de Casimiro funcionou como um “name right”, dando identidade ao projeto que se consolidaria como um dos maiores fenômenos da Copa de 2022.
Audiência digital e bastidores da operação
Desde o sucesso inicial, a ascensão da Cazé TV levanta dúvidas e curiosidades sobre sua operação, bastidores e impacto no mercado.
O crescimento do canal foi vertiginoso.
Durante a Copa do Mundo de 2022, a plataforma alcançou picos de 6,9 milhões de espectadores simultâneos no YouTube, tornando-se referência de audiência entre os mais jovens.
Já em fevereiro de 2025, na reestreia de Neymar pelo Santos, atingiu a marca de 3,7 milhões de espectadores ao vivo — números que rivalizam com as maiores audiências da TV aberta.
A obtenção dos direitos de transmissão da Copa foi um divisor de águas.
A negociação ocorreu por meio da LiveMode, parceira estratégica que viabilizou o sublicenciamento com a FIFA.
Isso foi possível graças a uma medida provisória que flexibilizou os direitos digitais no Brasil, permitindo que novas mídias tivessem acesso a grandes eventos esportivos.
Outro ponto que costuma gerar confusão é o financiamento do projeto.
Apesar da forte associação com Casimiro Miguel, ele não banca a operação sozinho.
A estrutura financeira vem da própria LiveMode, que negocia cotas de patrocínio com grandes marcas.
Casimiro empresta seu nome, imagem e influência — funcionando como um “name right”, segundo o jornalista Andrey Raychtock.
Internamente, a operação conta com uma equipe enxuta, mas estratégica.
Durante a Copa, cerca de 21 pessoas trabalharam diretamente nas transmissões.
Atualmente, nomes como Rômulo Mendonça, Fernanda Gentil e outros influenciadores digitais integram o time fixo de apresentadores e comentaristas.
Sobre os próximos passos, a Cazé TV ainda não ingressou na televisão aberta ou por assinatura tradicional.
No entanto, já está presente em diversas plataformas lineares, como Prime Video, Disney+, Samsung TV Plus e Mercado Play.
Essa expansão consolida a marca como uma força relevante no ecossistema de mídia esportiva digital, mesmo fora das grades das grandes emissoras.
Ameaça à TV aberta tradicional
A ascensão da Cazé TV transformou a plataforma em um adversário direto da TV Globo.
Ao conquistar eventos como a Copa do Mundo de Clubes e a Eurocopa, a plataforma passou a dividir audiência com emissoras históricas, especialmente entre os jovens.
A informalidade, o apelo digital e a alta audiência online representam uma mudança no comportamento de consumo, indicando que a hegemonia televisiva pode estar em xeque.
O futuro das transmissões esportivas
A Cazé TV consolidou uma nova forma de consumir futebol no Brasil: espontânea, interativa e com forte presença digital.
A linguagem jovem, aliada à cobertura de grandes eventos como Mundial de Clubes, Brasileirão e Eurocopa, transformou o canal em referência entre a geração Z.
Será que a Cazé TV vai de fato tomar o lugar da Globo na preferência do público esportivo?
Além de tudo é mais fácil assistir pelo celular e em qualquer lugar já que o YT é leve e não é obrigatório assinatura… Além do mais tem bons narradores que não são clubistas e não forçam narradoras sem qualidade só por serem mulher. Globo com aquele gaga Júnior Capcete e ex jogadores decadentes tendenciosos e muristas só puxando pro lado do flame6da já deu!
Qualquer pessoa pode assistir a Cazé TV. Não depende de idade ou linguagem. A pessoa escolhe o que quer assistir e o horário. Não está presa a uma emissora de TV onde tudo é engessado. A internet driblou as grandes cadeias televisivas. Não assisto TV há muitos anos.
Interessante, ver como foi a evolução das negociações da Cazé TV. Não é apenas a geração Z que sustenta a audiência. Tenho 42 anos, nos grupos de rede social, converso com pessoas de 30 a 80 anos que preferem a transmissão descontraída e não engessada da Cazé TV, de forma original e com muito menos tendencionismo (e clubismo) em relação às transmissões tradicionais.