Depois de um longo período sem atividades, o Estaleiro Enseada e outras empresas do setor naval pretendem retomar suas atividades offshore no início do próximo governo, em 2023
O setor offshore de navios, que teve investimentos que chegaram na casa dos R$ 3 bilhões, gerou mais de 5 mil empregos diretos.
Hoje, o Estaleiro Enseada tem expectativa de que a demanda por estruturas de navios offshore se amplifique nos próximos anos e espera uma maior quantidade de projetos offshore no Brasil, impulsionando a volta dos investimentos bilionários no estaleiro, de acordo com declaração do seu presidente ao jornal Valor Econômico. Todos os estaleiros do Brasil manifestaram esperança de retomada do setor offshore no próximo governo.
A expectativa por uma volta nos investimentos do setor de navios ficou mais sólida, visto que foi no governo petista que se estabeleceu a política de pelo menos 70% de conteúdo nacional para fornecimento de materiais à Petrobras. Porém, mesmo que essa política não volte, a Petrobras precisará de 45 navios de apoio às novas plataformas de petróleo, que poderiam, em parte, ser construídas no Brasil.
- Vale revoluciona o mercado! Gigante brasileira anuncia construção da maior fábrica de cimento sustentável do planeta, transformando rejeitos de mineração em inovação ambiental
- A maior fazenda vertical urbana da América Latina fica no Brasil! Conheça a Pink Farms e veja como ela está mudando a produção de alimentos
- Rio de Janeiro recebe nova fábrica de vidros com investimento de R$ 100 milhões! Projeto sustentável usará 70% de reciclados e promete criar 2.500 empregos
- Brasil surpreendeu o mundo inteiro ao financiar, com investimentos de mais de R$ 6 bilhões, as obras de construção da Usina Siderúrgica, Estaleiro e metrô na Venezuela
Investimentos nos estaleiros brasileiros
De acordo com Pedro Cavalcanti, professor da escola de pós-graduação em economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), não há sentido em retomar a política de incentivos com fixação de 70% de conteúdo local mínimo, já que, para ele, a política somente estabeleceu quantidades, sem metas de produtividade, atrasando a inovação.
A partir do governo do ex-presidente Michel Temer, o percentual mínimo de conteúdo nacional para os estaleiros foi fixado entre 18% e 50% e é firmado nos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Já para o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), David Bacelar, a contratação, pela Petrobras, da construção de 14 plataformas de navios na Ásia significa a “exportação” de 1,5 milhão de empregos. Atualmente, a Petrobras fez uma licitação internacional para construir duas plataformas de petróleo: a P-80 e a P-82, vencida pela cingapuriana Keppel Shipyard.
O plano de negócios da Petrobras para o período que corresponde aos anos 2022-2026 indica que estão em construção 12 navios-plataforma e há uma unidade em fase de licitação. Por mais que seja intensivo no uso de mão de obra, o setor offshore depende de profissionais qualificados, capazes de garantir alta produtividade. Esse foi outro dos problemas enfrentados pelos novos estaleiros nos anos 2000. No auge do setor, em 2014, foram criados mais de 82 mil empregos.