Construção simultânea de três embarcações em Santa Catarina consolida o país como polo de excelência na indústria de defesa e representa um avanço inédito para a soberania nacional.
Itajaí testemunha um momento histórico para a indústria naval brasileira. A cerimônia de batimento de quilha da terceira fragata do Programa Classe “Tamandaré” marca um avanço significativo no maior projeto naval do Brasil. O evento, realizado no Estaleiro Brasil Sul (TKMS), consolida a capacidade técnica nacional e impulsiona a soberania do país em tecnologias de defesa.
Batimento de quilha da fragata “Cunha Moreira” em Santa Catarina
Na última quinta-feira, 5 de junho, foi dado o pontapé inicial para a montagem da terceira fragata do Programa “Tamandaré”. A embarcação foi nomeada “Cunha Moreira”, em homenagem ao Almirante Luís da Cunha Moreira. A cerimônia de batimento de quilha reuniu autoridades civis, militares e representantes da indústria. O ato simbólico marcou o início da construção do compartimento da praça de máquinas. Neste local, serão instalados motores, a caixa redutora e outros equipamentos essenciais.
Um feito inédito para a indústria naval brasileira
O Programa Fragatas Classe “Tamandaré” (PFCT) atingiu um patamar inédito. Pela primeira vez, três fragatas estão sendo construídas ao mesmo tempo. Além da “Cunha Moreira”, o estaleiro em Itajaí abriga a Fragata “Tamandaré” (F200), que foi lançada ao mar em 2024. A segunda, Fragata “Jerônimo de Albuquerque” (F201), tem seu lançamento previsto para o segundo semestre deste ano. Este feito reforça a posição do Brasil como um polo de excelência em construção naval de defesa.
-
Petrobras investe US$ 278 milhões na construção de quatro navios da classe Handy no Estaleiro Rio Grande e projeta geração de 1,5 mil empregos até 2026
-
Fragatas da Classe Tamandaré: cada navio é capaz de gerar mais de 23 mil empregos no Brasil
-
O programa que multiplicou a indústria naval da Coreia do Sul e colocou o país no topo da construção de navios no mundo
-
Marinha bota mais aço no mar para blindar petróleo e minerais
Tecnologia alemã de ponta a serviço da soberania nacional
As novas embarcações incorporam tecnologia de ponta. Elas são construídas com base no conceito MEKO, desenvolvido pela empresa alemã TKMS. Esta tecnologia é amplamente utilizada por marinhas de diversos países e foi adaptada para as necessidades específicas da Marinha do Brasil. O uso dessa tecnologia representa um passo fundamental na consolidação da soberania nacional em defesa.
Embarcação naval moderna para múltiplas missões
As novas fragatas representam um salto de qualidade para a Esquadra naval brasileira. Com 107 metros de comprimento e deslocamento de 3.500 toneladas, cada navio terá capacidade para cerca de 130 tripulantes. Elas contarão com hangar para aeronave, sistemas de mísseis, sensores multifuncionais e radares de última geração. Segundo o Almirante de Esquadra Edgar Luiz Siqueira Barbosa, Diretor-Geral do Material da Marinha, as embarcações atuarão em diversas frentes, como defesa de superfície, submarina e antiaérea.
O impacto do projeto para a região e o país
Este grande projeto naval do Brasil não apenas moderniza a frota, mas também gera empregos e capacitação. A construção em solo nacional fortalece a Base Industrial de Defesa (BID). Para os trabalhadores, é uma oportunidade única. Monalisa da Silva Fernandes, colaboradora da TKMS, expressou seu orgulho. “Fico bastante orgulhosa de fazer parte de um projeto dessa magnitude”, afirmou, refletindo o sentimento de muitos envolvidos.
Com informações de nd+.