1. Início
  2. / Curiosidades
  3. / Gerou ataques de Israel, dos EUA e preocupação global: o que é ‘enriquecer urânio’? Entenda o processo repetitivo e exaustivo
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 0 comentários

Gerou ataques de Israel, dos EUA e preocupação global: o que é ‘enriquecer urânio’? Entenda o processo repetitivo e exaustivo

Publicado em 30/06/2025 às 07:53
Urânio, Israel, EUA, Enriquecimento de Urânio
(Wikimedia Commons/Reprodução)
  • Reação
  • Reação
2 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo

Ataques de Israel e EUA ao Irã reacendem alerta nuclear. Entenda por que o processo de enriquecimento de urânio gera tanta preocupação e o que é enriquecimento de urânio

Em 13 de junho, Israel lançou uma série de bombardeios contra alvos militares e nucleares no Irã. A justificativa para os ataques veio logo após a divulgação de um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que levantou suspeitas sobre três locais de produção de urânio não declarados pelo governo iraniano.

O Irã é signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, o que significa que se comprometeu a não desenvolver armamentos desse tipo.

Já Israel nunca assinou o acordo, mas é amplamente reconhecido por possuir um arsenal nuclear. A ofensiva teve como foco centros de pesquisa e nomes estratégicos ligados ao programa nuclear iraniano.

Pai e filho sorrindo ao fundo de arte promocional da Shopee para o Dia dos Pais, com produtos e caixas flutuantes em cenário laranja vibrante.
Celebre o Dia dos Pais com ofertas incríveis na Shopee!
Ícone de link VEJA AS OFERTAS!

Relatório da AIEA e a resposta do Irã

A informação de que o Irã poderia estar desenvolvendo armas nucleares rapidamente repercutiu no cenário internacional.

No entanto, pouco depois da divulgação do documento, o próprio diretor da AIEA, Rafael Grossi, afirmou que ainda não é possível confirmar se o país está de fato fabricando uma bomba.

O governo iraniano, por sua vez, negou qualquer intenção militar e declarou que o programa nuclear tem apenas fins civis, como geração de energia.

Mesmo com o esclarecimento parcial da AIEA, os ataques continuaram. No sábado, 21 de junho, os Estados Unidos entraram na ofensiva e atacaram três instalações nucleares no território iraniano. A escalada preocupou diplomatas e governos de várias partes do mundo.

Tentativa de cessar-fogo entre Israel e Irã

Diante do aumento da tensão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou um cessar-fogo entre os dois países.

Mas o cenário ainda é de instabilidade. Israel acusa o Irã de violar o acordo, e o Irã devolve a mesma crítica. Ambos seguem trocando acusações, e o clima é de desconfiança mútua.

Por trás do conflito, está o debate sobre a produção e o enriquecimento de urânio. Esse processo, embora essencial para fins civis, também pode ser usado para fabricar armas de destruição em massa.

O que é urânio enriquecido?

O urânio é um elemento químico que aparece naturalmente na Terra sob três formas: U-238, U-235 e U-234. Esses tipos são chamados de isótopos, ou seja, versões do mesmo elemento com massas diferentes.

O mais comum é o U-238, responsável por cerca de 99% de todo o urânio existente. Já o U-235, mais instável, representa cerca de 1%.

É justamente essa instabilidade do U-235 que o torna ideal para gerar energia. Por isso, os cientistas desenvolveram um processo chamado enriquecimento, que serve para aumentar artificialmente a presença desse isótopo no material.

Como é feito o enriquecimento

O primeiro passo é transformar o urânio em gás. Para isso, ele é misturado com flúor, formando o hexafluoreto de urânio.

Esse gás é colocado em uma centrífuga, que gira em alta velocidade. Durante o processo, o U-238, mais pesado, vai para as bordas, enquanto o U-235, mais leve, se concentra no centro.

Filtros com poros microscópicos ajudam a separar os dois isótopos. O resultado é um urânio mais “enriquecido”, com maior concentração de U-235, e outro “empobrecido”, com menos. Quanto mais U-235 no material, maior o nível de radiação que ele emite.

Para alcançar 3% de enriquecimento, o nível necessário para gerar energia elétrica em usinas nucleares, é preciso repetir esse processo cerca de 1.400 vezes.

É um trabalho lento e caro. Usos civis permitem até 20% de enriquecimento. Acima de 85%, já é possível criar armas nucleares.

Estoques iranianos e o alerta da ONU

Segundo a ONU, o Irã possui cerca de 400 quilos de urânio enriquecido a 60%. Isso ultrapassa, com folga, o limite recomendado para aplicações civis.

Se essa quantidade for levada até o nível de 90%, que é o necessário para armas, poderia render até nove bombas nucleares.

Monitoramento internacional e outros usos do urânio

A AIEA monitora de perto as instalações dos países signatários do tratado. O Brasil, por exemplo, aderiu ao acordo em 1998 e utiliza urânio enriquecido apenas para pesquisas e geração de energia, como nas usinas Angra 1 e Angra 2.

Já o urânio empobrecido, com pouco U-235, também pode ter utilidades. Ele é menos radioativo, mas ainda assim serve para blindagens e projéteis de alto impacto. Mesmo sem potencial para fissão, ainda pode causar estragos.

Conflito aberto e impasse diplomático

Apesar do anúncio de cessar-fogo feito pelos Estados Unidos, a crise entre Israel e Irã continua sem solução. A troca de acusações persiste, e a questão do enriquecimento de urânio segue no centro do impasse. A comunidade internacional observa com cautela os próximos passos de ambos os lados.

Com informações de Super Interessante.

Inscreva-se
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Romário Pereira de Carvalho

Já publiquei milhares de matérias em portais reconhecidos, sempre com foco em conteúdo informativo, direto e com valor para o leitor. Fique à vontade para enviar sugestões ou perguntas

Compartilhar em aplicativos
1
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x