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Geração eólica onshore da américa latina atingirá 83 GW em 2034, aponta Wood Mackenzie

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 04/07/2025 às 08:23
Turbinas eólicas offshore operando em mar calmo sob céu limpo com poucas nuvens.
Quatro turbinas eólicas instaladas no oceano funcionam sob céu limpo, representando energia limpa e renovável.
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Descubra como a geração eólica onshore da América Latina deve alcançar 83 GW até 2034, superando desafios e consolidando-se como fonte vital para o futuro energético da região.

Sem dúvida, a geração eólica onshore da América Latina ganhou destaque nas últimas décadas como uma alternativa limpa e renovável para abastecer a região.

De fato, a crescente preocupação com a sustentabilidade ambiental, juntamente com o aumento da demanda por energia e a busca por fontes menos poluentes, impulsionaram o desenvolvimento dessa matriz energética.

Segundo um relatório da renomada consultoria Wood Mackenzie, a capacidade instalada de energia eólica onshore na América Latina chegará a 83 gigawatts (GW) até 2034.

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O que consolida a importância dessa fonte renovável para o futuro do continente.

Para começar, é importante entender o contexto histórico do crescimento da geração eólica onshore da América Latina.

A energia eólica, apesar de não ser novidade, remonta a milhares de anos atrás, quando as primeiras civilizações usavam o vento para movimentar moinhos e barcos à vela.

No entanto, somente a partir do século XX a aplicação do vento para gerar eletricidade ganhou força, graças aos avanços tecnológicos que permitiram construir turbinas eólicas capazes de transformar o vento em energia elétrica em escala comercial.

Na América Latina, o desenvolvimento da energia eólica começou de forma tímida nas primeiras décadas do século XXI. Países como Brasil, Chile, Argentina e Colômbia exploraram seu potencial eólico principalmente na última década.

De fato, a abundância de ventos favoráveis, especialmente em áreas costeiras e em regiões específicas como o Nordeste brasileiro e o norte chileno, ofereceu uma oportunidade valiosa para diversificar a matriz energética da região.

Além disso, a crescente pressão global para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e a dependência de combustíveis fósseis também contribuiu para esse cenário.

Por isso, a energia eólica onshore, por ser uma fonte abundante e renovável, passou a ser vista como uma das principais soluções para esse desafio.

Políticas públicas e desafios de infraestrutura

Um dos principais fatores que impulsionaram a expansão da geração eólica onshore da América Latina foi, sem dúvida, a adoção de políticas públicas e incentivos governamentais que facilitaram o desenvolvimento de projetos eólicos.

Em muitos países, leilões de energia, subsídios e contratos corporativos de compra de energia (PPAs) estimularam investimentos no setor.

Por exemplo, no Brasil, o crescimento do mercado livre de energia permitiu que grandes consumidores buscassem fontes renováveis para suprir suas necessidades, aumentando assim a demanda por energia eólica.

No Chile, o esforço de descarbonização acelerou a transição para fontes renováveis, e metas ambiciosas para 2030 estão sendo alcançadas antes do previsto.

Entretanto, apesar do otimismo em relação ao potencial da geração eólica, o caminho para expandir essa fonte enfrenta desafios.

Um dos principais entraves na América Latina é a limitação da infraestrutura de transmissão elétrica.

A integração da energia gerada pelas turbinas eólicas à rede elétrica depende de uma rede robusta e eficiente, que nem sempre está disponível em regiões remotas onde os ventos sopram com mais intensidade.

Essa falta de infraestrutura causa cortes na geração e limita o crescimento do setor, como tem ocorrido no Brasil e no Chile.

Além disso, aspectos regulatórios e econômicos influenciam o ritmo da expansão.

Em países como Peru e Colômbia, a instabilidade política e a lentidão nos processos de licenciamento dificultam a implementação de novos projetos.

Por outro lado, a desvalorização cambial em alguns mercados encarece o investimento em infraestrutura e turbinas, afetando a viabilidade financeira dos empreendimentos.

Projetos eólicos precisam respeitar as comunidades locais, promovendo diálogo aberto e mitigando impactos ambientais e sociais.

Projeções e o futuro da geração eólica na região

A Wood Mackenzie prevê que o crescimento da geração eólica onshore da América Latina seguirá estável e contínuo até 2034, embora não repita o ritmo acelerado dos últimos anos.

De fato, o setor atravessa um momento de transição, no qual superar gargalos de infraestrutura e consolidar marcos regulatórios se torna essencial para alcançar seu pleno potencial.

Assim, a capacidade da região em enfrentar esses desafios determinará o sucesso da expansão eólica.

Historicamente, a região sempre teve papel relevante no cenário energético global, principalmente pelo seu potencial hidrelétrico.

Contudo, a dependência excessiva das hidrelétricas, que sofrem variações climáticas como secas prolongadas, evidenciou a necessidade de diversificar a matriz.

Portanto, a energia eólica onshore, que complementa a hidroeletricidade, passou a ser vista como solução estratégica para garantir segurança energética e sustentabilidade.

Além disso, a crescente digitalização e modernização das redes elétricas pode favorecer a integração da energia eólica.

Redes inteligentes, capazes de gerenciar melhor a oferta e demanda, ajudam a minimizar os impactos da intermitência e a otimizar o uso da energia gerada.

Benefícios ambientais e avanços tecnológicos

O impacto ambiental positivo da energia eólica reforça seu papel no cenário latino-americano.

Por ser uma fonte limpa, que não emite gases poluentes nem resíduos tóxicos, a geração eólica contribui diretamente para a redução da pegada de carbono.

Isso ajuda os países da região a cumprirem seus compromissos internacionais no combate às mudanças climáticas, alinhando-se a acordos globais como o Acordo de Paris.

Outro aspecto relevante é o avanço tecnológico, que tem permitido desenvolver turbinas cada vez mais eficientes e adaptadas às condições específicas de cada região.

Isso amplia o potencial de geração eólica onshore, tornando projetos em locais antes inviáveis mais competitivos economicamente.

Além disso, o crescimento do mercado de armazenamento de energia, como baterias e sistemas de hidrogênio verde, promete solucionar o problema da intermitência do vento, aumentando a confiabilidade da geração eólica.

As melhorias tecnológicas também envolvem técnicas avançadas de monitoramento e manutenção preditiva, que prolongam a vida útil dos equipamentos e reduzem custos operacionais.

Esses avanços tornam a energia eólica mais acessível e atraente para investidores, fortalecendo a cadeia produtiva da região.

Dinâmica do mercado e perspectivas por país

A dinâmica da geração eólica onshore da América Latina nos próximos anos dependerá do equilíbrio entre oferta e demanda.

Enquanto a demanda por energia cresce com o desenvolvimento econômico e o aumento da eletrificação, o excesso de oferta em alguns mercados pode pressionar preços e comprometer a sustentabilidade dos projetos.

Por isso, a modulação estratégica dos contratos e a integração com outras fontes renováveis, como a solar, serão fundamentais para manter a competitividade do setor.

A perspectiva para países como Argentina é de crescimento estável, com destaque para o programa Mercado Futuro de Energia Renovável (MATER), que fomenta a contratação de energia por meio de PPAs favoráveis.

No Peru, embora os leilões estejam paralisados, os acordos bilaterais mantêm o avanço da energia eólica.

Já a Colômbia aguarda a resolução de entraves regulatórios para acelerar sua participação no mercado eólico.

Esses movimentos refletem a complexidade e diversidade da região, onde cada país enfrenta suas particularidades políticas, econômicas e ambientais.

Ainda assim, o consenso geral aponta para um futuro promissor, no qual a energia eólica terá papel cada vez mais relevante na matriz energética latino-americana.

Conclusão: o papel estratégico da geração eólica na América Latina

Em resumo, a geração eólica onshore da América Latina representa peça chave na transformação energética da região.

Seu crescimento estimado para 83 GW até 2034, conforme apontado pela Wood Mackenzie, reflete o esforço conjunto de governos, investidores e indústria para construir um futuro energético sustentável, diversificado e seguro.

Portanto, superar os desafios estruturais e regulatórios será determinante para que a região alcance todo seu potencial e contribua decisivamente para a matriz energética global baseada em fontes renováveis.

À medida que a região avança, fortalecer a cooperação entre países e investir continuamente em inovação tecnológica serão fundamentais para consolidar a geração eólica como pilar da segurança energética e do desenvolvimento sustentável da América Latina.

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Energia EÓLICA e SOLAR podem superar USINAS HIDRELÉTRICAS no BRASIL | Jornalismo TV Cultura

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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