Um achado monumental nos Andes revela uma das maiores concentrações de metais preciosos e estratégicos já identificadas, despertando interesse mundial por seu potencial econômico e científico.
Escondido nas montanhas da Cordilheira dos Andes, um dos maiores tesouros naturais da Terra foi identificado em território argentino.
Em uma região remota da província de San Juan, geólogos confirmaram a existência de um megadepósito de cobre, prata e ouro cuja magnitude impressiona até os especialistas mais experientes.
A área, investigada por décadas, revelou uma concentração inédita desses metais, abrindo um novo capítulo para a mineração mundial.
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Um colosso mineral nos Andes
O depósito integra o chamado distrito Vicuña, controlado pela joint venture formada pelas mineradoras BHP e Lundin Mining.
A parceria, batizada de Vicuña Corp, reúne dois grandes projetos vizinhos — Filo del Sol e Josemaría — que, juntos, formam um dos sistemas minerais mais ricos já descobertos.
As estimativas indicam cerca de 13 milhões de toneladas de cobre, 32 milhões de onças de ouro e 659 milhões de onças de prata, quantidades que colocam San Juan entre as províncias mais valiosas do planeta.
O volume impressiona não apenas pela escala, mas também pela variedade de metais.
O cobre, essencial na fabricação de cabos, motores e veículos elétricos, é considerado um insumo estratégico para a transição energética global.
Já o ouro e a prata mantêm papel importante tanto como reserva de valor quanto em aplicações industriais e tecnológicas.
Onde está e como surgiu a descoberta
A região de San Juan, antes conhecida por seu clima árido e paisagens desérticas, tornou-se um polo de atenção geológica.
Durante décadas, equipes de campo realizaram sondagens em busca de vestígios de cobre.
As análises químicas e geofísicas mostraram uma continuidade de minério em profundidade que surpreendeu até os pesquisadores mais otimistas.
O distrito Vicuña se estende por uma zona fronteiriça entre Argentina e Chile, com porções dos depósitos alcançando o lado chileno, especialmente em Filo del Sol.
Essa localização binacional explica a presença de duas das maiores companhias mineradoras do mundo no consórcio, interessadas em unir infraestrutura, tecnologia e conhecimento para explorar o potencial da região.
Recursos gigantescos, mas ainda em estudo
Os números divulgados até agora referem-se a Recursos Minerais, uma classificação técnica que representa o potencial identificado, mas ainda não convertido em Reservas.
Em outras palavras, a existência do minério é comprovada, mas a viabilidade econômica e ambiental da exploração segue em avaliação.
Mesmo assim, os volumes já conhecidos colocam a província de San Juan em uma posição estratégica.
Especialistas estimam que, quando plenamente em operação, o distrito possa inserir a Argentina entre os dez maiores produtores de cobre do mundo, ampliando a presença sul-americana em um mercado global dominado por Chile, Peru e China.
Impacto econômico e social
O governo da província vê na descoberta uma oportunidade para diversificar a economia e impulsionar o desenvolvimento regional.
O potencial de geração de empregos é expressivo, tanto na fase de construção quanto na de operação.
Estima-se a criação de milhares de postos diretos e indiretos, além de novos contratos para empresas de transporte, manutenção, alimentação e serviços industriais.
O aumento de arrecadação também promete fortalecer os cofres locais, viabilizando investimentos em infraestrutura, saúde, educação e saneamento.
Segundo analistas do setor, o projeto pode transformar completamente a dinâmica econômica da região andina, antes marcada por baixos índices de atividade industrial.
Tecnologia e sustentabilidade
A exploração mineral em áreas de altitude, como as de San Juan, exige soluções tecnológicas de ponta.
O desafio envolve transporte, energia e, principalmente, gestão da água, um recurso escasso nos Andes.
A Vicuña Corp afirma desenvolver sistemas de reuso hídrico, recirculação de processos e monitoramento ambiental em tempo real.
O projeto também busca reduzir as emissões de gases de efeito estufa por meio de fontes renováveis e linhas de transmissão elétrica integradas.
As autoridades locais reforçam a necessidade de fiscalização rigorosa e transparência nas etapas de licenciamento.
A expectativa é que a mineração, se confirmada em larga escala, ocorra dentro de padrões ambientais modernos, sem comprometer o ecossistema andino.
A corrida global pelo cobre
A descoberta acontece em um contexto de crescente demanda por metais críticos, especialmente o cobre, impulsionado pela expansão das redes elétricas, veículos híbridos e energias renováveis.
O mundo consome cada vez mais desse metal, e as reservas conhecidas não crescem no mesmo ritmo.
Por isso, novos depósitos de grande porte, como o de San Juan, têm sido chamados de “descobertas geracionais”.
Além do potencial econômico, o achado reforça o papel da América do Sul como fornecedora de recursos estratégicos para a descarbonização global.
Em um futuro próximo, parte da energia que alimenta cidades, indústrias e carros elétricos poderá ter origem no cobre extraído das montanhas argentinas.
O que torna essa descoberta única
O que diferencia o distrito Vicuña de outras jazidas é a integração de múltiplos metais e a profundidade do sistema mineralizado.
Em vez de um único corpo isolado, há uma sequência contínua de depósitos superpostos, com zonas de cobre, ouro e prata interligadas.
Isso amplia o potencial de extração e permite a otimização de plantas industriais, reduzindo custos e impactos.
Outro fator que desperta interesse é o caráter transfronteiriço da formação geológica.
Poucos projetos no mundo envolvem operações binacionais de grande escala, exigindo cooperação entre governos e legislações distintas.
O sucesso do empreendimento pode servir de modelo para outras iniciativas de integração mineral no continente.