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Brasileiro aponta “poço de petróleo” com potencial de 14 bilhões de barris capaz de deixar país entre os mais ricos no mundo, mas chance de insucesso é grande

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 26/08/2025 às 15:21
Geólogo brasileiro acha poço de petróleo com possibilidade de até 14 bilhões de barris capaz de deixar país entre os mais ricos do mundo
Foto: Abreu é brasileiro, com carreira de décadas em exploração de petróleo, e mantinha atuação acadêmica e de consultoria nos Estados Unidos.
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Empresa do brasileiro Vitor Abreu ajudou na identificação de potenciais reservas de petróleo e gás no Mar do Leste na Coreia do Sul , estimadas em até 14 bilhões de barris de óleo equivalente de acordo com o governo do país.

A Coreia do Sul virou alvo dos holofotes em 2024, quando o presidente Yoon Suk Yeol anunciou a autorização para perfurações exploratórias em águas profundas próximas a Pohang, no Mar do Leste. O anúncio citou estimativas de até 14 bilhões de barris de petróleo e gás que, se confirmadas, poderiam abastecer o país por décadas e reduzir a dependência de importações.

Por trás da análise técnica está Vitor Abreu, cofundador da consultoria ACT-GEO, contratada pela estatal KNOC para reavaliar dados sísmicos e geológicos da região. Em entrevista coletiva, Abreu afirmou que os prospectos “têm grande potencial”, mas frisou que somente a perfuração confirmaria a presença de hidrocarbonetos em volumes economicamente viáveis.

Abreu é brasileiro, com carreira de décadas em exploração de petróleo, e mantinha atuação acadêmica e de consultoria nos Estados Unidos. Seu perfil profissional descreve origem brasileira e trajetória iniciada na Petrobras, o que ajudou a destacar a participação do Brasil nessa história que mobilizou o mercado de energia asiático.

As estimativas animaram investidores locais e impulsionaram ações do setor de energia em Seul no dia do anúncio, embora as próprias autoridades tenham destacado que nada está garantido antes de “girar a broca”.

Quem é Vitor Abreu e como surgiu a estimativa de 14 bilhões de barris de petróleo

A ACT-GEO, empresa de Abreu, foi contratada para integrar dados sísmicos, perfis de poços antigos e novos modelos geológicos na costa leste sul-coreana. O trabalho apontou faixas de 3,5 a 14 bilhões de barris de óleo equivalente, número que pautou a decisão do governo de autorizar a perfuração exploratória.

Segundo Abreu, os elementos do sistema petrolífero presentes nos alvos mapeados são compatíveis com descobertas de alto potencial em outras bacias, do ponto de vista técnico. Ainda assim, ele classificou a iniciativa como um passo necessário para “provar” o que os modelos indicam no subsolo.

A nacionalidade do especialista ganhou destaque na imprensa brasileira por se tratar de um geólogo brasileiro envolvido em um projeto que pode reposicionar a Coreia do Sul no mapa energético. Biografias profissionais e institucionais o descrevem explicitamente como brasileiro, com atuação global em exploração offshore.

Cronograma da exploração no Mar do Leste e custos por poço

O governo sul-coreano informou que o programa exploratório teria início no fim de 2024, com expectativa de resultados preliminares na primeira metade de 2025, no entanto até esse mês de agosto o governo do país não fez nenhum comunicado oficial. Cada poço foi orçado em cerca de 100 bilhões de wons, e o plano inicial previa perfurar até cinco poços para avaliar a viabilidade econômica.

Em novembro de 2024, o Ministério do Comércio, Indústria e Energia concluiu a aprovação final do plano de perfuração, selecionando o prospecto Blue Whale como primeiro alvo e preparando a logística para a sonda realizar os trabalhos em águas profundas. Essa etapa consolidou a fase operacional do projeto.

A estratégia pública comunicada pelo governo foi a de perfurar, testar e medir rapidamente, para confirmar volumes e qualidade dos reservatórios de petróleo e gás. A mensagem oficial reiterou que somente os dados de poço poderiam transformar a aposta em descoberta comercial, cenário que exige volumes, pressões e permeabilidades compatíveis com desenvolvimento.

Risco elevado, taxa de sucesso de 20% e histórico da Woodside Energy

Apesar do entusiasmo, autoridades e consultores ainda discutem sobre a taxa de sucesso de cerca de 20%, o que implica 80% de probabilidade de fracasso por poço na etapa exploratória. Essa transparência buscou temperar as expectativas do mercado e do público sobre a “descoberta”, que ainda é potencial.

O histórico regional também convida à cautela. A australiana Woodside Energy explorou a área por mais de uma década e deixou os blocos em 2023 após considerar baixa a prospectividade, embora o governo afirme que novos dados e interpretações mudaram o quadro técnico.

Especialistas locais lembram que exploração em águas profundas é cara e sujeita a inúmeros riscos geológicos. Por isso, governos e empresas costumam distribuir riscos ao perfurar vários alvos antes de concluir sobre o potencial real de uma província petrolífera.

Impactos econômicos, ambiente regulatório e o que mostraram os primeiros resultados em 2025

Caso volumes comercialmente viáveis fossem confirmados, os números oficiais citados no anúncio do governo da Coreia do Sul indicavam gás para até 29 anos de consumo e óleo para cerca de quatro anos no país. Isso reduziria a dependência de importações e traria ganhos de segurança energética, embora a transição para fontes limpas continue no radar.

Em fevereiro de 2025, porém, resultados preliminares divulgados pelo próprio ministério indicaram sinais de gás no prospecto Blue Whale, mas saturação de hidrocarbonetos insuficiente para comprovar viabilidade econômica, tornando improvável uma segunda perfuração naquele alvo específico. A imprensa local classificou o primeiro teste como fracassado.

Além do balanço técnico, há o debate ambiental e financeiro. Entidades independentes questionam se expandir gás e óleo na região faz sentido diante das metas de neutralidade climática e do encolhimento esperado da demanda por combustíveis fósseis nas próximas décadas, o que pode afetar financiamento e retorno dos projetos.

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Geovane Souza

Geovane Souza é especialista em criação de conteúdo na internet, ações de SEO e marketing digital. Nas horas vagas é Universitário de Sistemas de Informação no IFBA Campus de Vitória da Conquista.

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