Descubra como a Genneia fortalece a energia limpa na Argentina e impulsiona o crescimento sustentável no setor elétrico.
A energia limpa na Argentina vem ganhando destaque nos últimos anos e, nesse contexto, a Genneia, maior empresa de energias renováveis do país, está no centro dessa transformação.
A companhia se aproxima de atingir a marca histórica de 2 GW de capacidade instalada e, consequentemente, consolida-se como um dos principais motores da transição energética argentina.
Ao mesmo tempo, aguarda o resultado da primeira licitação do governo voltada para o armazenamento de energia, o que pode ampliar ainda mais seu alcance.
Atualmente, a Genneia mantém cerca de 1,4 GW em capacidade de energia renovável.
Esse número, entretanto, deve crescer para 1,7 GW até o final de 2026, quando entrarão em operação dois novos parques solares em construção.
O primeiro é o San Rafael, na província de Mendoza, com 180 MW e investimento de US$ 180 milhões.
O segundo é o San Juan Sur, na província de San Juan, com 129 MW e investimento de US$ 110 milhões.
Em 2024, a empresa alcançou o marco de 1 GW de capacidade renovável.
Dessa forma, mantém foco no mercado de energia elétrica de longo prazo, no qual indústrias e grandes consumidores contratam energia limpa diretamente das geradoras.
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Expansão e projetos estratégicos
A Genneia já garantiu prioridade de despacho de transmissão para diversos empreendimentos em desenvolvimento e, com isso, fortalece sua posição competitiva.
Entre esses projetos, destaca-se o projeto eólico Hucalito, na província de La Pampa, com capacidade instalada prevista de 176 MW.
Em junho, a primeira fase, com 90 MW, obteve acesso ao mercado atacadista de energia, o que representa um avanço importante.
Além disso, a segunda fase do Hucalito, com 85,5 MW, já está em análise pelas autoridades provinciais.
Paralelamente, a empresa conquistou 60 MW de capacidade de despacho associada, após solicitar obras na estação transformadora de Puelches de 500/132 kV.
Essa estratégia, portanto, garante não apenas a expansão da geração, mas também a integração eficiente de novas fontes renováveis à rede elétrica.
Esse movimento acompanha um cenário de mudanças profundas no setor energético argentino.
Atualmente, as energias renováveis — excluindo as grandes hidrelétricas — representam cerca de 16% da geração total do país.
Em 2016, entretanto, essa participação era de apenas 2%, o que evidencia um avanço expressivo.
Contexto histórico e panorama da energia limpa na Argentina
A trajetória recente da energia limpa na Argentina reflete, antes de tudo, um esforço conjunto de políticas públicas e investimentos privados.
Nos últimos dez anos, o país investiu pesadamente em projetos eólicos e solares, impulsionado por programas como o RenovAr, que atraiu capital estrangeiro e estimulou a competição no setor.
Em junho de 2025, a Argentina possuía 4,35 GW de capacidade eólica e 2,08 GW de capacidade solar instalados.
Esse crescimento, por consequência, mostra não apenas o potencial técnico do país, mas também a viabilidade econômica das energias renováveis.
Elas se tornaram mais competitivas diante da redução dos custos tecnológicos.
Segundo o CFO da Genneia, Carlos Palazón, a tendência é clara.
Com mais investimentos em transmissão e acesso a financiamento de longo prazo, a participação da energia renovável pode aumentar substancialmente.
Além disso, à medida que os consumidores assumem o custo total da geração, cresce a procura por soluções alternativas mais baratas e sustentáveis.
Incentivos e novos desafios para o setor
Recentemente, o governo argentino divulgou uma lista de projetos prioritários de transmissão.
Eles fazem parte de uma reforma regulatória voltada a atrair investimentos privados e liberar o potencial renovável do país.
Essas medidas, dessa forma, visam melhorar a infraestrutura elétrica, reduzir gargalos e preparar a rede para integrar uma parcela cada vez maior de geração limpa.
Por outro lado, empresas concorrentes também ampliam seus investimentos.
A YPF Luz, por exemplo, já opera com 652 MW de capacidade eólica e solar e constrói mais 368 MW.
Assim, deve superar a marca de 1 GW e alcançar 1,2 GW até 2030.
Do mesmo modo, a Central Puerto, maior geradora da Argentina, planeja ultrapassar os 600 MW de capacidade limpa até 2027.
Esses avanços, portanto, reforçam que o mercado de energia renovável depende de um ecossistema mais amplo de empresas e investidores.
Armazenamento de energia: o próximo passo
Entre as oportunidades mais promissoras, o armazenamento de energia se destaca como elemento essencial.
Na primeira licitação do tipo, o governo busca contratar 500 MW em sistemas de baterias para reforçar a rede elétrica de Buenos Aires e região metropolitana.
Essa medida, portanto, responde a picos de demanda que, em determinados momentos, sobrecarregam a infraestrutura existente.
A Genneia apresentou quatro projetos para a área de concessão da distribuidora Edenor: BESS Parque (50 MW), BESS Pilar (50 MW), BESS Maschwitz (40 MW) e BESS Bancalari (30 MW).
Para Palazón, o armazenamento complementa a geração renovável e garante maior estabilidade e confiabilidade no fornecimento.
O edital prevê a avaliação das propostas até o fim de agosto, com assinatura de contratos em setembro e início da operação em janeiro de 2027.
Além disso, os sistemas podem entrar em operação até o fim de 2028.
Após essa data, os contratos deixam de valer.
Perspectivas para o futuro da energia limpa na Argentina
A energia limpa na Argentina enfrenta desafios relevantes, como a necessidade de ampliar a transmissão, acessar capital com custos competitivos e garantir marcos regulatórios estáveis.
No entanto, o potencial de crescimento é evidente.
Afinal, a combinação de recursos naturais abundantes, como ventos intensos na Patagônia e alta radiação solar no noroeste, coloca o país em posição privilegiada para liderar a transição energética na América Latina.
Assim, a Genneia desempenha papel central nesse processo.
Seus investimentos, aliados às iniciativas de empresas como YPF Luz e Central Puerto, podem transformar a matriz elétrica argentina.
Dessa forma, o país reduz sua dependência de combustíveis fósseis e contribui para as metas globais de descarbonização.
O avanço rumo a 2 GW de capacidade instalada não representa apenas um número simbólico.
Pelo contrário, traduz um passo estratégico rumo a um futuro mais sustentável, no qual a Argentina se destaca como protagonista da revolução verde que já acontece em todo o mundo.