Imposto federal sobre o preço da gasolina está fixo há dois anos, mas ICMS que é regulado por governadores está quase o dobro do que estava no início de janeiro
Preço da gasolina do Brasil sofre disparadas desenfreadas mesmo com o imposto federal estando fixo há anos. O presidente Jair Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, declarou que a gasolina no Brasil está “barata”, uma vez que o combustível “custa R$ 1,95 na refinaria”. Afinal, como é possível o brasileiro pagar tão caro nesse combustível?
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Imposto federal está fixo há anos mas não impede altas no preço da gasolina
“Está barata a gasolina. Não, está barata… Custa R$ 1,95 na refinaria. Até chegar na ponta, lá…”, disse o chefe do executivo. Do outro lado, nos postos, a última média semanal do preço do líquido trazida pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi de R$ 5,866.
“Você pode ver, o imposto federal na gasolina existe. Chama-se PIS-Cofins. Ele é o mesmo valor fixo desde que eu assumi. Por dois anos e meio eu não aumentei nada. Agora, o ICMS está quase o dobro do que estava no início de janeiro. ICMS é dos governadores. Eu não sou… eu sou passível de crítica, sem problema nenhum, agora, vamos criticar com razão”, disse o presidente em resposta às críticas de alta no preço dos combustíveis.
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Após reajuste de 3,3% feito pela Petrobras na semana passada, o preço da gasolina que sai das refinarias subiu de R$ 2,69 para R$ 2,78. A petroleira leva em consideração o preço de 73% de um litro de gasolina, visto que no Brasil acrescenta-se álcool no combustível antes de colocá-lo à venda.
Para melhor entendimento, um litro de gasolina que vai para o tanque do consumidor é composto de 73% de gasolina e 27% de álcool. Ou seja, a Petrobras é responsável por R$ 1,97 do custo de um litro de gasolina que é vendido nos postos.
De acordo com a estatal, a alta no valor médio da gasolina segue o aumento dos patamares internacionais de preços. Eles servem como uma forma de garantir que o mercado não sofra com o risco de uma crise de desabastecimento.
Mas no final o consumidor é que paga a conta, uma vez que outras questões devem ser consideradas, como impostos estaduais, adição obrigatória de etanol anidro e biodiesel, além da margem cobrada pela distribuição e revenda.
Petrobras é pressionada a abaixar o preço da gasolina com a queda no valor do petróleo e etanol ganha força com paridade acima de 70% com o combustível concorrente
O preço do petróleo evapora para menos de US$ 66 o barril nesta quinta-feira, seu nível mais baixo desde maio, pressionado por preocupações sobre a demanda mais fraca com o aumento dos casos de COVID-19, um dólar americano mais forte e um aumento surpreendente nos estoques de gasolina dos EUA. No Brasil, pressiona Petrobras para a baixa do preço da gasolina.
Nessa circunstância, baixa sobre a Petrobras a expectativa do mercado quanto a alguma redução da gasolina, depois do aumento de 3,3% em 12 de agosto, e acende o alerta para o etanol.
Mesmo que a queda de hoje possa ser pontual, o tombo é forte para voltar acima dos US$ 70 o barril nas próximas sessões, mesmo porque o alerta com o avanço da Covid deve continuar a dar espaço para estresse dos especuladores com derivativos.
O etanol hidratado veio de duas fortes altas nas usinas nas duas últimas semanas e já estava com a paridade acima de 70% com o combustível concorrente.
Venda direta das usinas de etanol para os postos de combustíveis gera benefícios ao consumidor, que contará com valor baixo e qualidade
A medida provisória aprovada semana passada pelo Governo, que garante a venda direta de etanol das usinas para os postos de combustível, pode gerar benefícios para o consumidor. A afirmação é de Alexande Andrade Lima, presidente da Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana).
De acordo com Lima, “A expectativa é que venha a baixar o preço do etanol, principalmente nas unidades industriais que estão próximas aos grandes centros consumidores”. Ele afirma ainda que garante a qualidade do biocombustível que vai sair da usina direto para os postos.
“O setor é bem fiscalizado pela ANP. Não há chance de perder qualidade nas bombas dos postos, pois haverá a informação da usina que disponibilizou o produto e isso vai garantir a qualidade. O setor é muito responsável quando se trata da procedência do produto”, pontua.