Paes de Andrade assumirá a Petrobras durante crise global do setor de petróleo, tendo, assim, que lidar com a alta dos combustíveis
Caio Mário Paes de Andrade – futuro presidente da Petrobras – terá que administrar a empresa em meio à maior crise mundial do setor de petróleo enfrentada durante os últimos anos.
A cotação do petróleo atingiu o seu maior patamar em um período de 14 anos, o que pode ser relacionado à guerra na Ucrânia e às sanções impostas à Rússia, que acarretaram um profundo rearranjo neste setor.
Sob esse viés, há uma disputa crescente por GNL (gás liquefeito) e óleo diesel no mercado global. O gás liquefeito é um substituto ao gás natural, de modo que representa uma alternativa aos países europeus que tentam diminuir a dependência da Rússia com relação ao último.
Diversos países do mundo têm estabelecido a redução de impostos ou disponibilizado subsídios aos consumidores a fim de amenizar os impactos nos valores dos combustíveis derivados do petróleo.
Novo presidente da Petrobras não apresenta nenhuma experiência anterior no setor de petróleo
Paes de Andrade não possui experiência prévia no setor de petróleo, o que vai de encontro à Lei das Estatais e pode impossibilitar que ele assuma a presidência. Em seu currículo no LinkedIn, ele se apresenta como um especialista em fusões e aquisições, mercado imobiliário e transformação digital.
Sob o seu gerenciamento, a Petrobras irá enfrentar desafios inéditos para os preços dos combustíveis, como a gasolina, o gás e o diesel.
Quanto à gasolina, a diferença entre os preços aplicados no mercado interno e as cotações internacionais aumentou nas duas últimas semanas e já alcançou a marca de 15%, conforme análise interna da Petrobras. Dessa forma, um novo reajuste no valor do combustível deveria ser iminente.
De acordo com informações da Abicom – associação que reúne as importadoras de combustíveis -, a defasagem da gasolina atingiu valor próximo a 20% no Brasil, durante as duas últimas semanas. Nesta segunda-feira, a diferença correspondia a 8% por litro.
O último reajuste aplicado à gasolina pela Petrobras ocorreu no dia 11 de março, data em que o preço nas refinarias foi alterado de R$ 3,25 para R$ 3,86. Nas bombas, por sua vez, os preços vêm permanecendo em nível recorde, com o valor médio por litro de R$ 7,27.
Diante da crise, óleo diesel corre risco de escassez no segundo trimestre
Já em relação aos preços do diesel, eles estão, neste momento, em concordância com o mercado internacional. No entanto, caso não haja sinalização clara de que a Petrobras manterá a paridade com os preços externos, existe o risco de falta de diesel no segundo trimestre.
Em documento entregue pela Petrobras ao Ministério de Minas e Energia neste mês, a empresa adverte a respeito do pico de demanda por diesel nos EUA e no Brasil, que condiz com a safra brasileira, entre os meses de agosto e outubro.
O documento afirma que, sem sinalização de que os preços de mercado serão mantidos adiante, há um perigo real de escassez de óleo diesel durante o auge da demanda, correspondente ao período de colheita, o que afetaria o PIB do Brasil.
Após as refinarias americanas desviarem parte de sua produção a fim de abastecer os países europeus, que buscam reduzir a sua dependência do gás russo, a Petrobras já está aumentando as compras de diesel proveniente de locais mais distantes, como a Índia e a África Ocidental.
Por fim, tal como o diesel, o gás também está cada vez mais disputado no mercado global, graças às sanções sofridas pela Rússia devido à guerra na Ucrânia.
Além disso, no Brasil, este cenário é ainda piorado por um complicador adicional. A Bolívia diminuiu as vendas de gás de sua estatal YPFB destinadas ao mercado brasileiro, depois de a Argentina oferecer um valor melhor para o produto. Assim, a entrega do combustível ao país foi reduzida em 30%, o que equivale a cerca de 5 milhões de metros cúbicos por dia.
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