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Funcionário ganha US$ 38 milhões na loteria, mas um juiz o obriga a dividir o prêmio com os 5 colegas de trabalho que participavam do bolão

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 12/10/2025 às 13:13
Funcionário nos Estados Unidos vence bolão da loteria e, após decisão judicial, precisa dividir o prêmio da loteria por um acordo verbal antigo.
Funcionário nos Estados Unidos vence bolão da loteria e, após decisão judicial, precisa dividir o prêmio da loteria por um acordo verbal antigo.
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O veredito confirmou que acordos em bolões valem judicialmente e determinou que o premiado pagasse a cinco colegas de trabalho com quem jogava há anos, após negar a divisão do prêmio e tentar ocultar o bilhete vencedor

Um funcionário da construção civil nos Estados Unidos ganhou US$ 38,5 milhões na loteria e tentou ficar com tudo. A história terminou no tribunal, onde um juiz obrigou o vencedor a repartir o valor com cinco colegas de trabalho que participavam do mesmo bolão havia seis anos. O caso expôs como acordos verbais podem ter força jurídica quando há prova do combinado e da participação contínua do grupo.

O português-americano Americo Lopes foi condenado em 2012 a efetuar pagamentos aos ex-parceiros do bolão. Segundo o processo, ele ocultou a aposta premiada, inventou uma doença para sair do emprego e só foi desmascarado depois que a notícia do prêmio veio a público. O tribunal considerou que o compromisso de dividir era claro e antigo, reconhecendo o direito dos demais integrantes.

Quem estava no bolão e qual era o combinado

Funcionário ganha US$ 38 milhões na loteria, mas um juiz o obriga a dividir o prêmio com os 5 colegas de trabalho que participavam do bolão

O bolão reunia seis colegas de trabalho da mesma empresa de construção.

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A regra era simples: todos contribuíam, e se o bilhete ganhasse, o prêmio seria repartido em partes iguais.

O histórico de participação, relatado pelos envolvidos, mostrou regularidade nas apostas e conhecimento mútuo das regras.

A confiança entre colegas de trabalho sustentava o acordo.

Mesmo sem contrato escrito, o grupo mantinha o hábito de registrar compras e compartilhar números, o que ajudou na reconstituição dos fatos no processo.

Em litígios desse tipo, a Justiça analisa depoimentos e evidências de rotina e intenção das partes.

Como a fraude veio à tona

Em 2009, Lopes ganhou o prêmio e fingiu não ter acontecido nada, chegando a avisar a empresa que estava doente para se afastar.

A farsa desandou quando um familiar de um dos integrantes leu reportagem sobre o ganho milionário e relacionou o vencedor ao ex-colega do bolão.

A partir daí, os colegas de trabalho entraram com ação judicial.

No julgamento, o réu alegou ter saído do bolão antes da aposta, mas não apresentou prova consistente.

A versão não convenceu o júri, que acolheu a tese de que o bilhete fora comprado sob a prática habitual de jogo em conjunto.

Por que a Justiça decidiu pela divisão

O juiz reconheceu a existência de um acordo verbal e entendeu que o comportamento de todos por anos demonstrava intenção clara de partilha.

Em direito civil, pactos sem forma escrita podem ser válidos quando há prova de sua existência e de sua execução, sobretudo em relações continuadas como bolões recorrentes.

A decisão também considerou o dever de boa-fé entre parceiros de um acordo.

Ocultar o bilhete premiado e romper unilateralmente a partilha foi visto como violação desse dever.

Resultado: em março de 2012, o tribunal de Elizabeth, Nova Jersey, determinou o pagamento de US$ 2 milhões a cada um dos cinco autores.

Quanto cada um recebeu e o impacto financeiro

O prêmio divulgado foi de US$ 38,5 milhões antes de impostos.

O processo apontou que, após tributos, o valor líquido caiu sensivelmente, como é padrão em loterias norte-americanas.

Dentro desse cenário, o juiz fixou a reparação individual de US$ 2 milhões para cada integrante não contemplado.

Para os colegas de trabalho, a sentença significou reconhecimento do direito e mudança de vida.

Para o réu, representou perda substancial do ganho esperado, além de exposição pública e custos jurídicos que poderiam ter sido evitados com transparência e divisão imediata.

Lições práticas para quem participa de bolões

A principal lição é formalizar o combinado, mesmo que de forma simples.

Deixar por escrito quem participa, quanto contribuiu e como será a divisão reduz conflitos e facilita a prova em eventual disputa.

Em ambientes de trabalho, guardar registros de compra e de repasse ajuda a demonstrar continuidade e consenso.

Outra lição é a gestão do bilhete.

Definam um guardião, criem cópias ou fotos das apostas e compartilhem com todos.

Em caso de prêmio, a comunicação transparente é a melhor proteção para os envolvidos.

A boa-fé preserva relações e evita litígios longos e custosos.

O que este caso ensina sobre acordos verbais

O episódio mostra que a Justiça pode reconhecer e fazer cumprir acordos não escritos, desde que existam provas de hábito, contribuições e expectativa comum.

Mensagens, testemunhos e históricos de participação funcionam como evidência.

Para colegas de trabalho que organizam bolões, a previsibilidade é essencial.

Regras claras, registro mínimo e comunicação são suficientes para dar segurança ao grupo e evitar que um prêmio milionário vire um problema judicial.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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