Jabuticaba-branca é considerada a fruta mais rara do Brasil e está em risco de desaparecer
A jabuticaba-branca enfrenta um sério risco de extinção devido à sua ocorrência restrita. Espécies da Mata Atlântica, seu habitat natural, têm sofrido com o avanço urbano e agrícola.
Iniciativas de preservação buscam garantir a sobrevivência dessa fruta rara e pouco conhecida.
A jabuticaba-branca, considerada a fruta mais rara do Brasil, enfrenta hoje um risco real de extinção, podendo desaparecer em um futuro próximo.
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A espécie, também conhecida pelo nome tupi guarani ibatinga, que significa “fruta branca”, é uma das raridades da biodiversidade brasileira e está presente apenas em algumas regiões preservadas da Mata Atlântica, principalmente na Serra da Mantiqueira, que abrange partes do estado do Rio de Janeiro.
Características da jabuticaba-branca
Ao contrário da jabuticaba comum, cuja casca é roxa e a polpa escura, a jabuticaba-branca apresenta uma coloração amarela esverdeada tanto na casca quanto na polpa, mesmo quando madura.
Essa fruta é reconhecida por sua composição nutritiva, contendo vitaminas do complexo B, vitamina C, além de minerais importantes como ferro, fósforo e cálcio.
O sabor é descrito como doce e levemente ácido, com polpa aquosa, o que a torna agradável para consumo in natura.
Além disso, a fruta é utilizada na produção artesanal de geleias, vinhos, doces e sorvetes em algumas comunidades.
A jabuticaba-branca também tem destaque em práticas tradicionais de medicina natural.
Comunidades locais atribuem a ela propriedades terapêuticas, principalmente no tratamento de doenças respiratórias como a asma, por sua ação considerada benéfica no alívio desses sintomas.
Apesar disso, o conhecimento popular não foi suficiente para impedir que sua ocorrência diminuísse drasticamente.
Ameaça de extinção e distribuição da espécie
Atualmente, a jabuticaba-branca está classificada como espécie rara e ameaçada de extinção, o que acende um alerta para a preservação do seu habitat e a busca por estratégias de conservação.
Pesquisas e registros históricos indicam que a espécie está em sério declínio.
Na virada do século XXI, botânicos identificaram apenas seis árvores silvestres conhecidas no Brasil, espalhadas entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
No estado de São Paulo, três desses exemplares foram encontrados no município de Guararema, situado na Região Metropolitana.
No Rio de Janeiro, outras duas árvores existem em Paraty e Conceição de Macabu, respectivamente.
Já no interior de Minas Gerais, a última árvore conhecida foi localizada em Carmo de Minas.
Essa distribuição bastante restrita reforça a fragilidade da espécie e a necessidade de ações imediatas para sua sobrevivência.
Iniciativas de resgate e cultivo
Diante do risco iminente de desaparecimento, iniciativas de resgate e reprodução da jabuticaba-branca ganharam força.
Um grupo de entusiastas e especialistas, liderado pelo fotógrafo Silvestre Silva e pelo psicanalista Flávio Carvalho Ferraz, conseguiu cultivar aproximadamente 180 mudas da planta na cidade de Cambuí, em Minas Gerais.
O objetivo é distribuir essas mudas para botânicos, agricultores e colecionadores, ampliando a multiplicação da espécie e reduzindo a chance de extinção.
O cultivo da jabuticaba-branca demanda cuidados especiais, já que seu manejo é delicado e complexo.
A reprodução da planta depende de técnicas específicas para garantir o desenvolvimento saudável, o que limita a produção em larga escala fora de áreas ambientais protegidas.
Além disso, encontrar exemplares dessa fruta requer esforços consideráveis devido à sua escassez e distribuição restrita.
Importância da Mata Atlântica para a jabuticaba-branca
O ambiente natural da jabuticaba-branca, a Mata Atlântica, é um dos biomas mais ameaçados do Brasil, com grande parte da sua vegetação original devastada pelo avanço urbano e agrícola.
Isso agrava ainda mais a situação da espécie, pois a perda do habitat é um dos principais fatores que levam à sua raridade e possível extinção.
A proteção dessas áreas e a criação de reservas específicas são medidas essenciais para garantir a sobrevivência dessa fruta tão singular.
Valor cultural e ecológico da jabuticaba-branca
A jabuticaba-branca destaca-se não só pela sua raridade, mas também por seu valor cultural e ecológico.
Seu nome tupi guarani evidencia a importância histórica e simbólica para as populações indígenas, que há séculos conhecem e utilizam a fruta.
O resgate da jabuticaba-branca pode representar também um reconhecimento da biodiversidade brasileira e um incentivo para a preservação do patrimônio natural do país.