Mesmo após o pico de escoamento das safras, o frete de grãos continua em queda em importantes rotas agrícolas, segundo o Boletim Logístico de outubro da Conab
O frete de grãos no Brasil segue em retração em diversas rotas estratégicas após o encerramento do pico de escoamento da safra 2025, segundo uma matéria publicada.
Dados recentes da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que o recuo dos preços ocorreu especialmente em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal.
Essa redução reflete o comportamento sazonal do mercado, que costuma apresentar desaquecimento no transporte logo após o fim da colheita de milho e soja.
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O Boletim Logístico de outubro da Conab detalha o panorama das principais regiões produtoras, mostrando que, embora algumas praças mantenham estabilidade, a maior parte das rotas registra queda, resultado de menor demanda e custos operacionais mais equilibrados.
Tendência de baixa no frete de grãos após colheita de milho e soja
Em Goiás, o movimento de queda acompanha um padrão histórico. Após o período de colheita, a procura por caminhões diminui e os preços de transporte caem naturalmente.
No Distrito Federal, além da menor movimentação de grãos, o custo operacional e o preço do combustível influenciaram a redução.
Já em Mato Grosso do Sul, a retração ficou evidente a partir da segunda quinzena de setembro, com o fim da colheita do milho segunda safra.
Mesmo com parte da frota sendo absorvida por transportes de curta distância no mercado interno, o volume não foi suficiente para evitar o recuo.
Em Minas Gerais, a diminuição também foi associada à redução na demanda por transporte agrícola.
Essas dinâmicas refletem o ritmo típico do escoamento agrícola brasileiro, no qual o frete de grãos oscila conforme o calendário das safras e o comportamento logístico regional.
Mercado de transporte rodoviário agrícola e impacto regional nos preços
Em outras regiões, o cenário apresentou nuances. Na Bahia, o município de Luís Eduardo Magalhães manteve estabilidade, equilibrando oferta e demanda no transporte de grãos, fibras e produtos destinados a portos e indústrias.
Já em Paripiranga, as cotações subiram por conta do aumento da demanda de milho com destino a Vitória, Recife e Feira de Santana.
Em contrapartida, Irecê observou retração de preços com o fim da safra. Em Mato Grosso, o mercado de frete de grãos mostrou lateralidade, com algumas rotas em leve alta e outras em queda.
A Conab também registrou estabilidade no Piauí, onde o transporte manteve ritmo regular, ainda que com menor intensidade que nos meses anteriores.
Esses dados reforçam a importância da logística regionalizada, na qual variações locais de produção e destino influenciam diretamente os custos e a disponibilidade de transporte.
Exportações agrícolas e influência nos custos do frete de grãos
Nos estados do Maranhão, Paraná e São Paulo, a tendência foi oposta: o aumento da demanda impulsionou os preços dos fretes agrícolas.
O Maranhão registrou elevação média de 5%, impulsionada pelo transporte de milho destinado a uma biorrefinaria de etanol em Balsas e a granjas do Nordeste.
No Paraná, a demanda por transporte superou a de agosto, elevando os valores, com exceção de Ponta Grossa.
Já em São Paulo, o aumento das cotações foi influenciado pela intensificação das exportações, resultado das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, que ampliaram o interesse internacional pelo produto brasileiro.
No campo das exportações, o Boletim Logístico revelou embarques de 23,3 milhões de toneladas de milho em setembro, contra 24,3 milhões no mesmo período de 2024.
Os portos do Arco Norte mantiveram a liderança, com 42,5% da movimentação total, seguidos por Santos (30,7%), Paranaguá (11,7%) e São Francisco do Sul (9,5%).
No caso da soja, os embarques entre janeiro e setembro somaram 89,5 milhões de toneladas, ante 93,8 milhões no ano anterior.
O Arco Norte também se destacou, respondendo por 37,5% das exportações, enquanto Santos movimentou 34,2% e Paranaguá, 12,9%.
Esses dados demonstram como a dinâmica portuária e as variações de exportação influenciam o comportamento do frete de grãos, especialmente após o pico logístico do meio do ano.
A edição de outubro do Boletim Logístico da Conab, disponível no site da estatal, reúne informações detalhadas sobre dez estados produtores e analisa o desempenho da logística agropecuária nacional, o transporte de cargas e o volume exportado de milho, soja e farelo de soja.



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