Chiados, assobios e apitos no freio nem sempre indicam defeito grave, mas podem revelar desde discos deformados até pastilhas vidrificadas ou de má qualidade. Mecânico explica como identificar e eliminar os ruídos mais comuns.
Os ruídos no sistema de freio estão entre as reclamações mais comuns dos motoristas. Chiados, assobios e vibrações ao pisar no pedal indicam que algo não está em ordem.
O mecânico Ricardo Chiarato, do canal Dr. Auto Mecânica, explicou em vídeo quais são as principais causas desses sons incômodos e como resolvê-los de forma prática e segura.
Disco deformado é a principal causa
Segundo Chiarato, o erro mais comum acontece quando o motorista substitui apenas as pastilhas, mas ignora o estado do disco.
-
Poucos motoristas sabem: essa simples limpeza de 10 minutos pode acabar com o consumo alto e salvar seu motor da carbonização
-
Em meio à disparada dos preços e escândalos de adulteração, brasileiros aprendem a reduzir o consumo de combustível pela metade com hábitos simples
-
Novo elétrico promete 80% de carga em 30 minutos, tela de 14,6″ e até 410 km para competir com o byd dolphin mini
-
Motor 1.0 turbo com correia banhada a óleo dá dor de cabeça: Ônix apresenta falha aos 130 mil km e manutenção chega a R$ 3 mil
Com o tempo, o atrito entre os dois componentes cria deformações e rebarbas na borda e ondulações no centro do disco. Se o disco estiver irregular, a pastilha nova não terá contato completo com a superfície, o que gera barulho logo nas primeiras frenagens.
A solução correta é avaliar a possibilidade de retífica. O disco possui uma tolerância de desgaste indicada em tabela, e se estiver dentro do limite, o reparo devolve a planicidade original. “A retífica deixa o disco retinho, garantindo contato perfeito com a pastilha nova”, destaca o mecânico.
Vidrificação endurece a pastilha e causa chiado
Outro problema recorrente é a vidrificação da pastilha, fenômeno que endurece o material de atrito e cria uma camada brilhante. Essa superfície rígida produz chiados e arranha o disco.
A causa mais frequente é o superaquecimento do sistema, geralmente provocado pelo mau uso do freio.
Chiarato alerta que muitos motoristas descem serras desengatados e freiam continuamente, sem usar o freio motor. Esse hábito eleva a temperatura e altera a composição da pastilha, reduzindo sua eficiência e vida útil. “O calor excessivo endurece o material e provoca o barulho característico”, explica.
Pastilha gasta ou de má qualidade também gera ruídos
Quando o componente está próximo do fim da vida útil, o som metálico indica que é hora da troca. O especialista recomenda inspeções a cada 10 mil quilômetros.
Algumas marcas incorporam uma pequena chapa metálica à pastilha, que emite um chiado proposital ao encostar no disco — trata-se de um aviso sonoro para alertar o motorista sobre o desgaste.
Pastilhas de baixa qualidade também podem provocar ruídos logo após a instalação. O material usado em sua composição é mais duro e menos eficiente na frenagem. Por isso, o chiado pode surgir mesmo em pastilhas novas.
Silenciador e adesivo ajudam a eliminar vibrações
Para casos em que o barulho persiste, o mercado oferece o chamado silenciador de pastilha, um spray parecido com cola que se aplica na parte traseira da pastilha antes da montagem. Ele fixa a peça à pinça de freio, eliminando pequenas vibrações.
“Esse produto não altera o funcionamento do sistema nem interfere na garantia. Ele apenas evita que a pastilha se mova e gere ruído durante a frenagem”, explica Chiarato.
Algumas pastilhas de boa procedência já vêm com um adesivo que cumpre essa função, dispensando o uso do spray.
Limpeza e lubrificação são essenciais
Outro ponto frequentemente negligenciado está nos pinos que prendem a pinça de freio. Se eles estiverem sujos ou travados, o movimento de retorno da pinça fica comprometido e o atrito indevido pode gerar barulho.
O mecânico recomenda remover os dois parafusos durante a troca das pastilhas, limpá-los e aplicar uma cera de alta temperatura, capaz de suportar até 600 °C. A lubrificação deve ser feita na área de deslizamento, nunca na rosca.
“Quando o carro sai de fábrica, tudo está limpo e o retorno da pinça é suave. Com o tempo, o acúmulo de poeira e resíduos da pastilha atrapalha o funcionamento. Por isso, é essencial limpar e lubrificar o sistema”, reforça o especialista.
Manutenção preventiva evita dores de cabeça
Chiarato conclui o vídeo lembrando que a manutenção preventiva é a forma mais eficaz de evitar barulhos e preservar o sistema de freios.
Ele recomenda verificar o conjunto a cada 10 mil quilômetros, usar pastilhas de qualidade e seguir o procedimento correto na instalação.
Com essas medidas simples, é possível eliminar chiados, aumentar a durabilidade das peças e garantir segurança na frenagem.