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Fórmula 1 teve uma escuderia brasileira? A esquecida Copersucar e o sonho dos irmãos Fittipaldi

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 14/05/2025 às 13:25
O Brasil já teve uma escuderia na F1? Conheça a ousada Copersucar, criada por Emerson Fittipaldi, e por que o sonho durou pouco.
O Brasil já teve uma escuderia na F1? Conheça a ousada Copersucar, criada por Emerson Fittipaldi, e por que o sonho durou pouco.
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O Brasil já teve uma escuderia na F1? Conheça a ousada Copersucar, criada por Emerson Fittipaldi, e por que o sonho durou pouco.

De promissora à frustrada: a saga da única equipe 100% brasileira na elite do automobilismo mundial

Pouca gente lembra, mas o Brasil já teve sua própria escuderia na Fórmula 1.

Sim, um time inteiramente nacional, com estrutura, pilotos, tecnologia e ambição de competir de igual para igual com Ferrari, McLaren, Lotus e outras potências da categoria.

Estamos falando da Copersucar-Fittipaldi, equipe criada na década de 1970 por Emerson Fittipaldi, bicampeão mundial de F1, e seu irmão Wilson Fittipaldi.

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A Fittipaldi Automotive – mais conhecida como Copersucar, por causa do patrocínio da cooperativa de açúcar e álcool – foi a única equipe brasileira da história a competir na Fórmula 1 como construtora.

Ela disputou nove temporadas, entre 1975 e 1982, e representou não só um sonho ambicioso dos irmãos Fittipaldi, como também uma tentativa de mostrar ao mundo que o Brasil podia fazer mais do que apenas fornecer talentos ao volante.

O Brasil já teve uma escuderia na F1? Conheça a ousada Copersucar, criada por Emerson Fittipaldi, e por que o sonho durou pouco.
O Brasil já teve uma escuderia na F1? Conheça a ousada Copersucar, criada por Emerson Fittipaldi, e por que o sonho durou pouco.

O começo: um sonho com raízes no sucesso

O embrião da equipe nasceu ainda em 1974, quando Wilson Fittipaldi, após correr pela Brabham, decidiu sair da posição de piloto para se tornar chefe de equipe.

Emerson, na época campeão de 1972 pela Lotus e prestes a vencer novamente pela McLaren em 1974, decidiu se juntar ao irmão no ano seguinte – em um movimento que chocou o paddock da F1.

Por que um piloto no auge trocaria uma equipe vencedora por um projeto incerto?

Segundo Emerson, a ideia era criar algo único: uma equipe brasileira, com engenharia nacional, com base em São Paulo e com patrocínio nacional.

A Copersucar e o “orgulho nacional”

A Copersucar, uma das maiores cooperativas de açúcar e álcool do país, topou patrocinar a empreitada.

Assim, nasceu oficialmente a escuderia Copersucar-Fittipaldi em 1975, com sede em São Paulo e um projeto ousado de fabricar seus próprios carros de F1 com tecnologia brasileira.

O primeiro carro, o FD01, era bonito, mas pesado e pouco competitivo.

O design tinha linhas futuristas, mas a performance em pista deixou a desejar.

Ainda assim, o projeto ganhou destaque na imprensa internacional e gerou entusiasmo no público brasileiro.

O Brasil já teve uma escuderia na F1? Conheça a ousada Copersucar, criada por Emerson Fittipaldi, e por que o sonho durou pouco.
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O reforço de Emerson e os momentos de brilho

Em 1976, Emerson Fittipaldi largou a McLaren – uma decisão até hoje vista como arriscada – e assumiu o volante do carro brasileiro.

A chegada de um bicampeão mundial trouxe prestígio, atenção da mídia e renovadas esperanças.

Foi em 1978 que a equipe viveu seu melhor momento, com o modelo F5A.

Emerson terminou o campeonato na 10ª colocação geral, somando 17 pontos e conseguindo dois quartos lugares, em Jacarepaguá e no GP dos Estados Unidos.

Era o ápice do sonho: o Brasil não só formava pilotos campeões, mas também construía carros competitivos.

As dificuldades começam a pesar

Apesar do progresso, as limitações técnicas e financeiras da equipe começaram a falar mais alto.

O projeto de fazer tudo no Brasil acabou exigindo muito da equipe de engenharia, e a distância da Europa – onde todas as grandes escuderias estavam baseadas – dificultava a logística, os testes e o desenvolvimento de peças.

A saída da Copersucar como patrocinadora principal, no fim dos anos 70, também prejudicou o orçamento.

A equipe passou a se chamar apenas Fittipaldi Automotive e tentou sobreviver com novos patrocinadores e a mudança da base para a Inglaterra – o que representou, de certa forma, o fim do sonho 100% nacional.

O Brasil já teve uma escuderia na F1? Conheça a ousada Copersucar, criada por Emerson Fittipaldi, e por que o sonho durou pouco.
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O fim de uma era (e do time)

A última temporada da equipe foi em 1982.

Naquele ano, Emerson já havia se aposentado como piloto e se dedicava à administração da escuderia.

O carro daquele ano, o F9, teve desempenho fraco, e a equipe encerrou o campeonato sem pontuar.

No fim da temporada, com dificuldades financeiras e sem perspectivas de evolução, o time encerrou suas atividades definitivamente.

O legado da Copersucar-Fittipaldi

Embora nunca tenha vencido uma corrida, a Copersucar-Fittipaldi entrou para a história como a única equipe brasileira na Fórmula 1.

Seu legado vai além dos resultados: foi um símbolo de ousadia, pioneirismo e paixão pelo automobilismo nacional.

Além disso, a experiência acumulada por Emerson e Wilson ajudou a moldar gerações futuras de pilotos brasileiros, que passaram a sonhar não só com o volante, mas com a possibilidade de protagonismo em todos os níveis da categoria.

O projeto foi também um alerta sobre as dificuldades de competir com estruturas multinacionais, altamente tecnológicas e com orçamentos astronômicos.

Mesmo assim, até hoje, muitos fãs lembram com carinho do carro prateado e amarelo que levava o nome do Brasil às pistas do mundo.

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Um feito que ainda não se repetiu

Desde então, nenhuma outra equipe brasileira tentou se aventurar na Fórmula 1 com estrutura própria.

O desafio técnico e financeiro se tornou ainda maior com a evolução da categoria.

Ainda assim, a história da Copersucar-Fittipaldi continua sendo um exemplo raro de ousadia e nacionalismo no mundo do automobilismo.

Em um cenário dominado por grandes conglomerados, os irmãos Fittipaldi provaram que, mesmo em desvantagem, a coragem e a paixão podem levar um projeto além do que muitos imaginavam possível.

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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