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Ford de volta ao Brasil de forma triunfal após se despedir repentinamente do país? Veja o que precisa acontecer para montadora retornar a produzir em solo brasileiro

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 21/09/2024 às 14:46
Ford pode retornar ao Brasil? Veja como a revolução dos veículos elétricos pode transformar o futuro da montadora no país.
Ford pode retornar ao Brasil? Veja como a revolução dos veículos elétricos pode transformar o futuro da montadora no país.

A Ford pode estar preparando um retorno triunfal ao Brasil? Após a montadora encerrar suas atividades em 2021, o país ainda se mantém como um dos principais mercados para a empresa na América Latina. No entanto, existe um fator-chave para a trazer a fabricante de volta.

De acordo com Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul, o Brasil tem um grande potencial no mercado de veículos elétricos, principalmente pela presença de minerais essenciais para a produção de baterias, como lítio e manganês.

No entanto, ele destaca que “o país precisa acelerar o processo de industrialização e beneficiamento desses recursos”. Conforme Golfarb, enquanto outros países, como o Canadá, já desenvolvem políticas claras para atrair indústrias de baterias, o Brasil ainda caminha em ritmo lento.

Golfarb explicou que o Canadá, por exemplo, não apenas possui lítio, mas também está criando políticas robustas para atrair a indústria de baterias e peças. Ele acredita que o Brasil tem os recursos naturais, mas falta velocidade.

“Nós temos os minerais, mas estamos com uma velocidade muito lenta comparado ao resto do mundo”, afirmou o vice-presidente em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.

A saída da Ford e os desafios de um possível retorno

Mesmo sem planos imediatos de voltar a produzir no Brasil, a Ford não descarta a possibilidade de retorno no futuro.

O fator-chave para essa decisão está diretamente relacionado ao avanço da eletromobilidade. Conforme declarações de Golfarb, a empresa está constantemente avaliando o cenário de inovação tecnológica no país.

“À medida que o nível de tecnologia de eletrificação crescer, nós vamos estar avaliando, sem dúvida, a produção local”, afirmou ele na entrevista à Folha de S. Paulo.

O Brasil tem potencial para se transformar em um hub de tecnologias de veículos elétricos, principalmente devido à sua matéria-prima abundante, engenheiros qualificados e um vasto mercado consumidor. Mas, para isso, será necessário superar alguns obstáculos.

O primeiro deles é a velocidade da inovação. Segundo Golfarb, a indústria brasileira precisa acompanhar o ritmo das grandes economias para se manter competitiva na eletrificação dos automóveis.

A importância dos minerais brasileiros

O Brasil é um dos poucos países que detém uma vasta gama de minerais essenciais para a fabricação de baterias, como lítio, manganês e cobre.

De acordo com o CEO da Ford, essa é uma vantagem competitiva importante, mas o país ainda precisa desenvolver a tecnologia de beneficiamento e industrialização desses materiais.

“Temos uma vantagem em termos de recursos minerais, mas o desafio é agregar valor a esses materiais em território nacional”, diz Golfarb.

No entanto, ele alerta que o grande problema da indústria brasileira não está apenas na redução da participação no PIB, mas na queda da intensidade tecnológica do que é produzido localmente.

Conforme Golfarb, o processo de eletrificação pode ser uma oportunidade para reverter esse cenário, aumentando a relevância da indústria no PIB e ampliando o uso de tecnologias de ponta.

O sucesso dos chineses e o impacto na Ford

As montadoras chinesas têm sido rápidas ao adotar a eletromobilidade, enquanto outras, como as europeias, americanas e japonesas, têm enfrentado mais dificuldades em competir nesse mercado.

Segundo o CEO, a grande vitória das empresas chinesas foi sair na frente e apostar na eletrificação enquanto outros países ainda discutiam se essa tecnologia teria futuro.

Ao tomar a dianteira, as fabricantes chinesas dominaram o mercado global de veículos elétricos, criando uma dependência significativa das suas tecnologias de baterias e componentes.

Golfarb observa que, atualmente, a maioria dos fabricantes que querem produzir carros elétricos precisam recorrer a fornecedores chineses.

“Se você quer fazer um carro elétrico no mundo hoje, terá que comprar componentes e baterias da China”, explicou ele, destacando a dependência global da tecnologia chinesa.

O futuro do Brasil na eletromobilidade

Com a crescente demanda por veículos elétricos e a busca por novas fontes de suprimentos, o Brasil se encontra em uma posição estratégica.

“Há uma necessidade crescente de fontes alternativas de suprimento, o que coloca o Brasil em uma posição privilegiada por seus recursos minerais”, afirmou Golfarb na entrevista para a Folha de S. Paulo.

No entanto, para que o país aproveite essa oportunidade, será preciso investir em infraestrutura, tecnologia e políticas industriais que estimulem a inovação e o desenvolvimento local.

Você acredita que a Ford um dia possa voltar ao Brasil? Deixe sua resposta nos comentários e justifique-a! Até a próxima, leitor!

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Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

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