Ex-ministro Adolfo Sachsida revela que a Petrobras estaria a caminho da privatização se Jair Bolsonaro tivesse ganhado um segundo mandato.
Em um momento decisivo para a economia brasileira, Adolfo Sachsida, ex-ministro de Minas e Energia (MME) durante o mandato de Jair Bolsonaro (PL), revela que a Petrobras estava na rota para ser privatizada caso Bolsonaro tivesse assegurado um segundo mandato. O plano estratégico envolvia a venda da gigante petrolífera estatal em um período máximo de um ano e meio após a reeleição.
Reestruturando a Petrobras: Competição e Desestatização
O modelo de privatização proposto procurava fomentar a competição no setor petrolífero brasileiro e expandir a atuação da Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), já em estágio avançado de seu processo de privatização. A lei proposta, que visava privatizar a Petrobras, teria, na verdade, enviado ao Congresso uma oferta de vendas futuras de 30 anos, com potencial para render aproximadamente R$ 390 bilhões.
As considerações para a venda da Petrobras surgiram em meio à discussões acerca da alta nos preços dos combustíveis por volta de maio do ano anterior. Para Sachsida, a criação de competição de mercado através da privatização da estatal era uma das poucas soluções para aliviar o preço elevado.
- Umas das maiores BR do Brasil será transformada! Rodovia terá duplicação de 221km e R$ 7 bi em investimentos, podendo gerar até 100 MIL empregos
- Noruega investe R$ 350 milhões em energia solar no norte de Minas Gerais
- Com investimento superior a R$ 20 BILHÕES, nova fábrica de celulose no Brasil irá gerar 10 mil empregos durante obra e terá uma produção astronômica de 2,8 milhões de toneladas de celulose por ano!
- Rodovia de R$ 3 bilhões conecta Caraguatatuba a São Sebastião em 18 minutos e promete transformar a mobilidade no litoral paulista
As palavras do ex-presidente Bolsonaro
Sachsida relembra em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo a permissão dada pelo ex-presidente Bolsonaro para prosseguir com os estudos de privatização: “Ele falou prontamente: ‘vai adiante'”. Com este apoio, o então ministro iniciou as discussões e estudos necessários para transformar a estatal em uma empresa privada.
No entanto, com a mudança de governo, o cenário alterou-se drasticamente. O presidente Lula (PT) ordenou a remoção da Petrobras e de várias outras empresas, incluindo os Correios e o Serpro, do Programa de Parceria de Investimentos (PPI).
Ameaça de aumento do endividamento
Adolfo Sachsida alerta para o potencial risco financeiro que essa reversão poderia representar para a Petrobras. A retirada da empresa do PPI e a descontinuação da prática do “preço de paridade de importação” poderiam resultar em um “aumento excessivo” na dívida da empresa, impactando negativamente sua lucratividade e dividendos.
Para Sachsida, a melhor opção para o país seria “desconcentrar o setor, introduzir competição e reduzir a intervenção do Estado na economia”, em clara crítica ao possível retorno dos investimentos em refinarias. Ele conclui: “O atual governo não apenas está contestando o acordo com o Cade, como pretende construir novas refinarias. Eu respeito essas ideias, mas discordo delas”.