Financiamento de energia solar dispara no Brasil em 2024, impulsionando geração distribuída e fortalecendo a matriz renovável nacional.
Nos últimos anos, o setor de energia renovável no Brasil passou por transformações significativas. Além disso, a matriz energética do país, tradicionalmente baseada em hidrelétricas, começou a se diversificar, incorporando fontes como a energia solar e eólica.
Esse movimento reflete a busca crescente por sustentabilidade, segurança energética e redução de custos associados à produção de eletricidade.
Em 2024, um fenômeno marcante chamou a atenção: o financiamento de energia solar dispara no Brasil, enquanto a energia eólica centralizada perdeu força nos investimentos. Historicamente, o Brasil dependeu fortemente de hidrelétricas, aproveitando seus rios abundantes.
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No entanto, eventos como períodos prolongados de seca e a necessidade de diversificação da matriz levaram investidores e o governo a incentivar alternativas renováveis.
A energia solar, por sua característica modular e flexível, começou a ganhar espaço tanto na geração distribuída — com painéis instalados em telhados de residências, comércios e indústrias — quanto na geração centralizada, com grandes usinas fotovoltaicas.
Além disso, o crescimento gradual da energia solar também reflete políticas públicas anteriores, que incluíram incentivos fiscais e programas de apoio à inovação tecnológica no setor.
Crescimento expressivo da energia solar dispara no Brasil
O setor solar cresceu de forma expressiva em 2024, evidenciado pelos números: os financiamentos para projetos de energia renovável somaram R$ 32,5 bilhões.
Com destaque, os desembolsos destinados à energia solar subiram 30% em relação ao ano anterior. Além disso, o aumento veio principalmente do mercado de capitais, com emissão de debêntures e certificados de recebíveis imobiliários.
Isso mostra que investidores confiam cada vez mais na rentabilidade e estabilidade do setor solar.
Enquanto isso, a energia eólica centralizada sofreu uma retração de quase 30%, com R$ 8,7 bilhões financiados, indicando uma redistribuição de recursos no setor de renováveis. Portanto, a eólica, que tradicionalmente se beneficiava de investimentos de bancos de desenvolvimento, como o BNDES e o BNB, sofreu com a diminuição desses aportes em 2024.
Essa diferença de desempenho entre solar e eólica evidencia não apenas a atratividade econômica da energia solar, mas também sua capacidade de se adaptar a diversos tipos de empreendimentos.
Esses empreendimentos vão desde pequenos sistemas residenciais até grandes parques fotovoltaicos. Além disso, o cenário atual reflete mudanças nas preferências do mercado e na tecnologia.
A energia solar fotovoltaica tornou-se mais acessível graças à queda no custo de módulos e inversores, bem como à maior eficiência dos equipamentos. Consequentemente, programas de incentivo governamentais e linhas de crédito facilitaram a instalação de sistemas em residências e empresas.
Isso estimulou a geração distribuída. Esses fatores, combinados com a crescente conscientização ambiental, explicam o rápido avanço do setor.
Geração distribuída, compartilhada e autoconsumo remoto
A geração distribuída cresceu 47% em 2024, com desembolsos atingindo R$ 6,9 bilhões, mostrando a relevância do autoconsumo na estratégia de expansão do setor.
Além disso, outro ponto importante é a geração compartilhada e o autoconsumo remoto, que subiram quase 8%, somando R$ 5,6 bilhões em financiamentos.
Esse modelo permite que consumidores participem da produção de energia renovável, mesmo sem espaço físico para instalar painéis solares em suas residências.
Eles adquirem créditos de usinas solares instaladas em outros locais. Portanto, esse conceito democratiza o acesso à energia limpa, fortalece o mercado e reduz a pegada de carbono do país.
O impacto do financiamento no crescimento da energia solar também traz relevância socioeconômica. Consequentemente, ao investir em energia solar, o Brasil reduz a dependência de combustíveis fósseis e cria oportunidades de emprego e desenvolvimento tecnológico.
Desde a fabricação de módulos fotovoltaicos até a instalação e manutenção de sistemas, o setor gera um ecossistema crescente de empresas e profissionais especializados, fortalecendo a economia local e regional.
Historicamente, a transição energética no país sempre contou com políticas públicas de incentivo, e o setor solar é um exemplo recente dessa estratégia bem-sucedida.
Além disso, ao longo da última década, laboratórios de pesquisa e capacitação profissional ajudaram a formar mão de obra qualificada, aumentando a eficiência e a qualidade dos projetos solares.
Papel do mercado de capitais e consciência ambiental
O mercado de capitais foi determinante para o salto do setor solar em 2024.
Segundo dados do estudo da consultoria Clean Energy Latin America (Cela), 43% do total de financiamentos destinados às energias renováveis vieram de operações de mercado de capitais. Os bancos de desenvolvimento responderam por 32% e os bancos privados por 25%.
Portanto, essa diversificação de fontes de financiamento indica maturidade do setor e menor dependência de linhas tradicionais de crédito, reforçando a sustentabilidade econômica dos projetos solares.
Além do aspecto financeiro, o crescimento da energia solar está ligado à consciência ambiental e à busca por soluções de baixo impacto.
A emissão de gases de efeito estufa continua sendo um dos principais desafios globais. O Brasil, com sua matriz energética cada vez mais limpa, busca contribuir para metas internacionais de redução de carbono. Nesse contexto, a expansão da energia solar se torna estratégica, pois combina produção de energia confiável com sustentabilidade ambiental.
Isso a torna uma prioridade para investidores, governos e consumidores.
Além disso, programas de educação ambiental e campanhas de conscientização sobre eficiência energética têm estimulado residências e empresas a adotarem energia solar, ampliando o alcance e consolidando o setor como referência em energia limpa na América Latina.
Transformações culturais e sociais e contraste com eólica
A trajetória da energia solar no Brasil também reflete mudanças culturais e sociais. Assim, empresas e residências buscam soluções que garantam economia e responsabilidade ambiental.
A adoção de sistemas fotovoltaicos passou a ser vista não apenas como investimento financeiro, mas também como contribuição para um futuro mais sustentável.
Essa percepção fortalece o mercado e cria um ciclo positivo, em que a demanda por energia limpa incentiva novos projetos e aumenta a competitividade tecnológica.
O contraste com a energia eólica mostra que, apesar de seu potencial, alguns setores renováveis enfrentam desafios específicos. A eólica depende de grandes investimentos iniciais e, muitas vezes, de linhas de financiamento governamentais, tornando-se mais sensível a mudanças na política de crédito.
Por outro lado, a energia solar, com sua flexibilidade e menor custo inicial, consegue captar recursos de diferentes fontes e se adaptar às necessidades do mercado.
Além disso, a expansão da energia solar promove maior inclusão social, permitindo que famílias de diferentes classes econômicas acessem energia limpa por meio de programas de incentivo e cooperativas de geração compartilhada.
Em resumo, o fenômeno de que a energia solar dispara no Brasil em 2024 evidencia uma mudança importante na matriz energética nacional e no perfil de investimentos.
Perspectivas futuras e consolidação do setor
O setor cresce de forma consistente, apoiado por tecnologia, financiamento diversificado e consciência ambiental. Assim, a energia solar transforma a maneira como o país produz eletricidade e impulsiona o desenvolvimento econômico e social.
Isso fortalece o Brasil no cenário global de energias renováveis.
A expectativa é que essa tendência continue nos próximos anos, com aumento da geração distribuída, novos modelos de autoconsumo e maior participação do mercado de capitais.
Além disso, a experiência acumulada no setor solar pode servir de referência para outras fontes renováveis, criando um ciclo de aprendizado e inovação que beneficia toda a sociedade.
Portanto, a expansão da energia solar no Brasil não é apenas um resultado financeiro, mas um marco estratégico para o futuro energético do país.
Consequentemente, a trajetória de crescimento constante e o aumento do interesse de investidores indicam que o setor continuará a se fortalecer, consolidando-se como peça-chave na construção de uma matriz energética moderna, sustentável e eficiente.
O Brasil demonstra que políticas públicas, investimento privado e tecnologia podem trabalhar juntos para criar soluções duradouras.
Assim, a energia solar, agora consolidada como um setor estratégico, tem potencial para transformar não apenas a matriz energética, mas toda a economia e sociedade brasileiras.