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Fim dos empregos? Esses robôs humanoides já estão trabalhando em armazéns nos Estados Unidos e pode mudar o mercado de trabalho

Escrito por Lucas Carvalho
Publicado em 14/10/2024 às 17:05
Robôs humanoides
Foto: Reprodução

Já em ação nos Estados Unidos, um robô operário está causando preocupações sobre o futuro dos empregos em armazéns. Robôs humanoides o futuro?

A Agility Robotics Inc., uma das líderes no desenvolvimento de robôs humanoides, está prestes a transformar o cenário industrial com a produção de sua mais recente criação: o Digit. A Bloomberg fez uma visita à fábrica da Agility no mês passado, conhecida como RoboFab, revelou detalhes fascinantes sobre o futuro dessa tecnologia. Será o fim dos empregos?

Localizada em Salem, Oregon, a RoboFab está prestes a entregar seus primeiros robôs humanoides da quarta geração, que prometem redefinir a automação em ambientes de trabalho desenhados para humanos.

A Estrutura Inovadora da RoboFab e a Produção do Digit

 Foto: Agility Robotics

A planta de 70.000 pés (aprox. 21 km) quadrados da Agility foi projetada para produzir até 10.000 robôs por ano. No momento, uma das quatro linhas de produção já está em operação, com a montagem de braços, pernas, troncos e cabeças de robôs ocorrendo em estações dedicadas.

Diferentemente de outras fábricas de robôs, a RoboFab é descrita pela CEO da Agility, Peggy Johnson, como “capex light”, ou seja, não exige a maquinaria cara encontrada em fábricas automotivas. Os robôs da Agility podem ser montados manualmente por trabalhadores utilizando ferramentas simples, como chaves de fenda.

Apesar do processo manual, a complexidade da montagem é evidente. Durante a visita, um robô Digit estava em fase de prototipagem, com circuitos, sensores e atuadores expostos, criando uma imagem que lembrava um sistema nervoso humano.

Esta fase é essencial para garantir que o design esteja pronto antes que os trabalhadores instalem o hardware completo nas próximas gerações do robô.

A aplicação do Digit e a demanda crescente

 Foto: Agility Robotics

A Agility já possui robôs em operação em um armazém da Spanx, administrado pela GXO Logistics, e está realizando testes em centros de distribuição da Amazon.

Esses robôs são projetados para funcionar em espaços tradicionais de trabalho humano, utilizando baterias potentes, motores e sensores avançados. A demanda por essas máquinas está crescendo rapidamente, impulsionada pela necessidade de automação em setores logísticos e industriais.

Johnson mencionou que a empresa, que já arrecadou 180 milhões de dólares em investimentos, precisará de mais capital para financiar a transição da pesquisa e desenvolvimento para a produção em massa. Com a crescente procura, a Agility está acelerando o processo de fabricação para atender ao mercado.

Desafios na gestão e integração de IA no controle do Digit

Inicialmente, o gerenciamento da RoboFab seria supervisionado por Aindrea Campbell, uma ex-executiva da Apple e Ford, que, no entanto, retornou à Apple este ano.

O cofundador e ex-CEO da Agility, Damion Shelton, assumiu a responsabilidade pela operação de montagem. Além disso, a Agility contratou Daniel Diez, ex-colega de Johnson na Magic Leap, como diretor de estratégia.

Embora o mercado de robôs humanóides tenha sido alvo de um frenesi de investimentos no início do ano, com promessas de robôs capazes de “pensar” em seus ambientes, a Agility tem apostado em uma abordagem mais prática.

Em vez de criar robôs que façam performances acrobáticas para a internet, como Johnson apontou em comparação com concorrentes, o foco da empresa é colocar seus robôs para trabalhar em turnos em locais reais.

O software de controle do Digit também está evoluindo. A Agility está integrando modelos de linguagem de inteligência artificial semelhantes ao ChatGPT, permitindo que os robôs tomem decisões mais autônomas e aprimorem suas funções em ambientes complexos.

O Futuro dos Robôs Humanoides

A Agility Robotics está no caminho para se tornar uma das empresas mais relevantes no cenário da automação com robôs humanoides.

A RoboFab não é apenas uma fábrica, mas um exemplo de como a tecnologia de robôs humanoides pode ser adaptada a ambientes de trabalho tradicionais. Com a crescente demanda e investimentos, é provável que a produção de robôs da Agility se expanda rapidamente nos próximos anos.

O uso de robôs em armazéns e fábricas está prestes a se tornar uma norma, com máquinas como o Digit substituindo tarefas humanas repetitivas e desafiadoras fisicamente. O sucesso da Agility será um reflexo de sua capacidade de entregar robôs que não apenas executam tarefas específicas, mas que são capazes de se adaptar e evoluir no ambiente de trabalho, graças à inteligência artificial avançada.

Os robôs humanóides, como o Digit, podem parecer uma visão futurística, mas a Agility Robotics está demonstrando que esse futuro está mais próximo do que nunca.

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Lucas Carvalho

Jornalista experiente com ampla atuação na cobertura de temas relacionados a petróleo, gás e energia renovável. Especialista em análises aprofundadas e tendências do setor, com enfoque em inovações tecnológicas e impacto ambiental. Autor de artigos relevantes na área.

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