1. Início
  2. / Economia
  3. / Fim do maior boom do século: China decreta o encerramento da era dourada do minério de ferro e gigantes como a Vale podem enfrentar um novo cenário de incertezas; preços futuros da commodity caíram para uma mínima de 7 semanas
Tempo de leitura 4 min de leitura Comentários 22 comentários

Fim do maior boom do século: China decreta o encerramento da era dourada do minério de ferro e gigantes como a Vale podem enfrentar um novo cenário de incertezas; preços futuros da commodity caíram para uma mínima de 7 semanas

Escrito por Alisson Ficher
Publicado em 08/01/2025 às 11:27
Preços do minério de ferro caem às mínimas de 7 semanas com estoques em alta na China. O mercado entra em uma nova era de incertezas.
Preços do minério de ferro caem às mínimas de 7 semanas com estoques em alta na China. O mercado entra em uma nova era de incertezas.
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
  • Reação
51 pessoas reagiram a isso.
Reagir ao artigo

O maior boom do século chegou ao fim. A China, maior consumidora de minério de ferro, enfrenta estoques elevados e demanda enfraquecida. Mineradoras globais como a Vale precisam se reinventar para sobreviver ao novo cenário. Políticas monetárias e estratégias sustentáveis serão cruciais em 2025.

Em um movimento que pode redesenhar o cenário global de commodities, a China tomou medidas que colocam um ponto final em um dos maiores ciclos de crescimento da indústria de minério de ferro.

As recentes quedas nos preços da commodity sinalizam o fim da “era dourada” do minério, colocando em alerta mineradoras globais como a Vale.

De acordo com o portal InvestNews, os preços futuros do minério de ferro despencaram para as mínimas de sete semanas nesta terça-feira (07), refletindo a desaceleração da demanda na China – principal consumidora global – e o aumento dos estoques nos portos do país.

Pai e filho sorrindo ao fundo de arte promocional da Shopee para o Dia dos Pais, com produtos e caixas flutuantes em cenário laranja vibrante.
Celebre o Dia dos Pais com ofertas incríveis na Shopee!
Ícone de link VEJA AS OFERTAS!

Este cenário revela um mercado pressionado não apenas pela diminuição da demanda, mas também pela ausência de novos estímulos monetários por parte do governo chinês, que eram amplamente esperados.

Quedas históricas e impactos globais

O contrato de maio, considerado o mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE), encerrou as negociações do dia com uma queda de 1,38%, fixando-se em 750 iuanes por tonelada (aproximadamente 102,38 dólares).

Durante o pregão, o preço chegou a atingir 745,5 iuanes, o menor nível registrado desde 19 de novembro do ano passado.

No mercado de Singapura, o contrato de referência para fevereiro teve uma leve alta de 0,06%, cotado a 96,65 dólares por tonelada.

Contudo, também não escapou das quedas mais amplas, tocando seu menor nível desde 18 de novembro no início do dia.

Essas variações mostram como o mercado está altamente vulnerável às expectativas em relação à economia chinesa.

Estoques crescentes e menor demanda

Uma combinação de estoques em alta e demanda reduzida nas siderúrgicas chinesas impulsiona o pessimismo do mercado.

Conforme explicou Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities, o aumento constante na chegada de cargas na China deve ampliar os estoques portuários, mantendo os preços sob pressão.

A consultoria chinesa Mysteel reforça essa visão: há um excedente prolongado de oferta no mercado local, com mineradoras globais aumentando a produção enquanto a demanda das usinas chinesas diminui.

Isso reforça a previsão de que os preços permanecerão pressionados ao longo de 2025.

Política monetária sob os holofotes

Outro fator que influencia o mercado é a expectativa em torno das políticas monetárias chinesas.

Traders otimistas apostavam em cortes na taxa de juros ainda em 2024.

Contudo, o Banco Popular da China indicou que medidas como a redução dos índices de reservas obrigatórias e das taxas de juros só devem ocorrer “em um momento apropriado”, o que sugere possíveis mudanças apenas a partir de março de 2025.

Esse adiamento gera insegurança entre investidores e adiciona pressão ao mercado de minério de ferro.

A falta de estímulos mais imediatos torna o cenário mais desafiador para o setor, impactando diretamente empresas como a Vale, que dependem do mercado chinês para boa parte de suas receitas.

Impactos para mineradoras e estratégias futuras

Gigantes como a Vale, a Rio Tinto e a BHP enfrentam um dilema.

O aumento da produção global de minério pode não encontrar compradores suficientes na China, levando a uma possível queda na rentabilidade.

Em contrapartida, a necessidade de diversificar mercados ganha mais relevância do que nunca.

No caso da Vale, a situação no mercado de ações reflete essas incertezas.

Na terça, os papéis da mineradora na B3 registraram desvalorização, encerrando o pregão a R$ 52,05 – uma queda de 0,97% em relação ao fechamento anterior.

Analistas apontam que o desempenho está diretamente atrelado às preocupações com a demanda chinesa e às perspectivas globais para o minério de ferro.

De acordo com especialistas, mineradoras que investirem em tecnologia e soluções sustentáveis podem ter vantagem competitiva nesse novo cenário.

A aposta em produtos de maior valor agregado e mercados alternativos será essencial para enfrentar a turbulência do setor.

O futuro do minério de ferro

Com a desaceleração da China e o aumento da oferta global, o mercado de minério de ferro passa por uma transformação sem precedentes.

O fim da “era dourada” exige adaptações rápidas das empresas para sobreviver a um período de incertezas.

Será que veremos uma nova era de consolidação no setor ou uma transformação completa na forma como o minério de ferro é produzido e comercializado?

Inscreva-se
Notificar de
guest
22 Comentários
Mais recente
Mais antigos Mais votado
Feedbacks
Visualizar todos comentários
Ruben
Ruben
11/01/2025 19:53

Olha….há anos invisto em bolsa. E a Vale sempre foi parte da minha carteira. E quando aparece uma notícia dessas “fim do ciclo de ouro do minério de ferro na China” corro para a plataforma comprar mais ações!!!!! Quando a manada vende por causa dessas “notícias” é hora molecada de comprar!!

Rodrigo De Filippo
Rodrigo De Filippo
10/01/2025 20:46

Quase duas décadas atrás, Lula sugeriu ao ex-presidente da Vale que a empresa investisse em siderúrgica para agregar valor ao seu produto de exportação. A sugestão foi ignorada. O país permaneceu exportando matéria prima, como desde a sua independência. Agora a Vale depende de seu principal cliente, e sofre as dores do mercadi chinês. Faz mais de dois anos que as ações da Vale perdem valor de mercado sistematicamente. Se tivesse ouvido Lula, a empresa poderia exportar aço para outros clientes, além do minério para a China.
Basta comparar com o agro, que exporta soja, mas também carne de aves, suínos e bovinos para muitos outros países.

Bernardo Tadeu dos Reis Valério
Bernardo Tadeu dos Reis Valério
10/01/2025 14:49

Obviamente que a movimentação do “mercado” em busca de maiores resultados (LUCRO) mediante posicionamento de clientes que por necessidade momentânea pagavam o que se pedia pelo produto, mas que agora tal cenário se alterou… faz com que as cotações deste commoditie oscilem!!
Mas vejamos:
– O uso do minério de ferro na produção de insumos industriais (aço, ligas metálicas, etc…) ainda não se alterou para que estw desse substituído rotal ou parcialmente!!
Carros, caminhões, vagões, trilhos, locomotivas, navios, aviões, tratores, maquinaria pesada, blindados, canhões, submarinos, foguetes, construção civil, etc…etc… não deixarão de usar o AÇO!!
Assim, vejo realmente que uma vez concluída grande parte das GRANDES OBRAS na China, sua demanda diminua… mas não se encerre!!
Mas a produção industrial daquele país continuará a necessitar da compra do minério de ferro!!
E neste momento de baixa demanda, os concorrentes da VALE se adiantam em negociar!!
Austrália por exemplo, investiu pesadamente na produção deste minério nos últimos 20 anos!!
E seu mercado alvo é o sudeste asiático!!
China, Coreias, Japão, Taiwan, Indonésia…. são parques industriais que necessitam de ferro, carvão, enxofre, magnésio, etc….!!!
Muita oferta…. preço cai!!!
– Assisti à Vale ser maior fornecedora de minério de ferro aos EUA, Europa, Japão e China!!
Esta expertise dará vantagem a esta empresa nestes tempos de mudanças!!

Alisson Ficher

Jornalista formado desde 2017 e atuante na área desde 2015, com seis anos de experiência em revista impressa, passagens por canais de TV aberta e mais de 12 mil publicações online. Especialista em política, empregos, economia, cursos, entre outros temas. Registro profissional: 0087134/SP. Se você tiver alguma dúvida, quiser reportar um erro ou sugerir uma pauta sobre os temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: alisson.hficher@outlook.com. Não aceitamos currículos!

Compartilhar em aplicativos
1
0
Adoraríamos sua opnião sobre esse assunto, comente!x