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Fim do GPS como conhecemos? Nova tecnologia quântica promete navegação perfeita mesmo sem internet ou sinal de satélite

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 04/08/2025 às 09:44
Fim do GPS como conhecemos? Nova tecnologia quântica promete navegação perfeita mesmo sem internet ou sinal de satélite
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Airbus e SandboxAQ criam sistema de navegação quântica que dispensa GPS e usa o campo magnético da Terra. Tecnologia promete revolucionar segurança aérea e militar com precisão inédita.

Em meio ao aumento de fraudes e bloqueios em sinais de GPS, uma revolução silenciosa está em curso: a Airbus, em parceria com a SandboxAQ, desenvolveu uma nova tecnologia de navegação quântica capaz de operar de forma autônoma, precisa e inviolável — sem depender de satélites.

Batizada de MagNav, a inovação usa o próprio campo magnético da Terra para localizar aviões com alta precisão, mesmo em áreas onde o GPS é inútil ou sabotado. A tecnologia foi testada com sucesso por mais de 150 horas em voo nos Estados Unidos e já é apontada como o maior avanço na navegação aérea em meio século.

O GPS está sob ameaça — e isso afeta muito mais do que você imagina

A navegação por GPS revolucionou o transporte aéreo e militar, mas também se tornou um alvo vulnerável. Casos de jamming (bloqueio) e spoofing (falsificação de sinal) têm aumentado, afetando voos comerciais e operações militares em zonas de conflito.

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Em 2023, milhares de voos comerciais foram impactados por interferência proposital, especialmente em regiões próximas a áreas de conflito como Ucrânia, Síria e Irã. Em muitos casos, pilotos relatam perda momentânea do sinal ou posicionamento impreciso — situações que comprometem diretamente a segurança da aviação civil. É nesse cenário que entra o MagNav.

Como funciona a tecnologia MagNav da Airbus

Diferente de qualquer sistema anterior, o MagNav não depende de satélites, antenas ou infraestrutura externa. Seu funcionamento se baseia na leitura da “assinatura magnética” única de cada local do planeta.

A estrutura do MagNav:

  • Sensores quânticos ultrassensíveis detectam o campo magnético local;
  • A intensidade e variação desse campo é única e imutável em cada ponto geográfico;
  • Um sistema de IA embarcada compara os dados captados com mapas magnéticos detalhados;
  • O resultado: o avião sabe exatamente onde está — com erro inferior a 550 metros, mesmo sem GPS.

Navegação à prova de hackers — e quase impossível de falsificar

O verdadeiro segredo está na tecnologia quântica usada pelos sensores. O sistema dispara um pulso de laser que excita elétrons, e a resposta energética obtida é uma “impressão digital” do campo magnético local. Essa impressão é praticamente impossível de falsificar, tornando o MagNav imune a spoofing e interferências.

Diferente dos sistemas inerciais tradicionais, que acumulam erros com o tempo, o MagNav é autocorretivo: ele compara a leitura atual com o mapa magnético e se “recalibra” automaticamente em tempo real.

Resultados impressionantes em testes de voo

Em mais de 150 horas de testes nos EUA, a navegação com MagNav demonstrou:

  • Precisão superior ao exigido pela FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA);
  • Margens de erro consistentemente abaixo de 550 metros;
  • Funcionamento robusto mesmo em áreas sem sinal de GPS;
  • Total independência de infraestrutura externa ou comunicação remota.

Segundo os engenheiros da Airbus, essa pode ser a primeira alternativa realmente viável ao GPS desde a sua criação.

Um avanço com implicações além da aviação

Embora o foco atual esteja em segurança aérea e militar, a tecnologia MagNav pode ter diversas aplicações estratégicas:

Defesa:

  • Detecção de submarinos ocultos, túneis e estruturas enterradas, por meio de distúrbios magnéticos;
  • Guiagem de mísseis ou drones em ambientes onde o GPS é bloqueado.

Medicina:

  • Sensores quânticos podem ser usados para ler sinais magnéticos do cérebro ou do coração com altíssima precisão;
  • Possibilidades de criar exames neurológicos e cardíacos não invasivos.

Infraestrutura crítica:

  • Monitoramento subterrâneo de oleodutos, cabos e estruturas metálicas;
  • Prevenção de falhas com base em alterações do campo magnético local.

A nova era da navegação quântica já começou

Segundo Joe Depa, diretor global de inovação da EY (Ernst & Young), a revolução da navegação quântica não é futurismo:

“Essa tecnologia já está entre nós. E, ao contrário de outras promessas, ela já foi testada, validada e tem aplicações práticas e imediatas.”

A Airbus e a SandboxAQ agora avançam para a fase de validação industrial, buscando certificações e parcerias com órgãos reguladores. Se tudo correr como esperado, o MagNav poderá começar a equipar aeronaves comerciais e militares ainda nesta década.

É o fim do GPS como conhecemos?

Embora o GPS continue sendo útil e largamente adotado, o surgimento de uma tecnologia autônoma, inviolável e precisa como o MagNav indica que estamos entrando em uma nova era da navegação global.

A dependência de satélites — sujeitos a ataques, clima, falhas técnicas e espionagem — pode estar com os dias contados. E tudo isso, graças à combinação de física quântica e inteligência artificial.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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