Airbus e SandboxAQ criam sistema de navegação quântica que dispensa GPS e usa o campo magnético da Terra. Tecnologia promete revolucionar segurança aérea e militar com precisão inédita.
Em meio ao aumento de fraudes e bloqueios em sinais de GPS, uma revolução silenciosa está em curso: a Airbus, em parceria com a SandboxAQ, desenvolveu uma nova tecnologia de navegação quântica capaz de operar de forma autônoma, precisa e inviolável — sem depender de satélites.
Batizada de MagNav, a inovação usa o próprio campo magnético da Terra para localizar aviões com alta precisão, mesmo em áreas onde o GPS é inútil ou sabotado. A tecnologia foi testada com sucesso por mais de 150 horas em voo nos Estados Unidos e já é apontada como o maior avanço na navegação aérea em meio século.
O GPS está sob ameaça — e isso afeta muito mais do que você imagina
A navegação por GPS revolucionou o transporte aéreo e militar, mas também se tornou um alvo vulnerável. Casos de “jamming” (bloqueio) e “spoofing” (falsificação de sinal) têm aumentado, afetando voos comerciais e operações militares em zonas de conflito.
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Em 2023, milhares de voos comerciais foram impactados por interferência proposital, especialmente em regiões próximas a áreas de conflito como Ucrânia, Síria e Irã. Em muitos casos, pilotos relatam perda momentânea do sinal ou posicionamento impreciso — situações que comprometem diretamente a segurança da aviação civil. É nesse cenário que entra o MagNav.
Como funciona a tecnologia MagNav da Airbus
Diferente de qualquer sistema anterior, o MagNav não depende de satélites, antenas ou infraestrutura externa. Seu funcionamento se baseia na leitura da “assinatura magnética” única de cada local do planeta.
A estrutura do MagNav:
- Sensores quânticos ultrassensíveis detectam o campo magnético local;
- A intensidade e variação desse campo é única e imutável em cada ponto geográfico;
- Um sistema de IA embarcada compara os dados captados com mapas magnéticos detalhados;
- O resultado: o avião sabe exatamente onde está — com erro inferior a 550 metros, mesmo sem GPS.
Navegação à prova de hackers — e quase impossível de falsificar
O verdadeiro segredo está na tecnologia quântica usada pelos sensores. O sistema dispara um pulso de laser que excita elétrons, e a resposta energética obtida é uma “impressão digital” do campo magnético local. Essa impressão é praticamente impossível de falsificar, tornando o MagNav imune a spoofing e interferências.
Diferente dos sistemas inerciais tradicionais, que acumulam erros com o tempo, o MagNav é autocorretivo: ele compara a leitura atual com o mapa magnético e se “recalibra” automaticamente em tempo real.
Resultados impressionantes em testes de voo
Em mais de 150 horas de testes nos EUA, a navegação com MagNav demonstrou:
- Precisão superior ao exigido pela FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA);
- Margens de erro consistentemente abaixo de 550 metros;
- Funcionamento robusto mesmo em áreas sem sinal de GPS;
- Total independência de infraestrutura externa ou comunicação remota.
Segundo os engenheiros da Airbus, essa pode ser a primeira alternativa realmente viável ao GPS desde a sua criação.
Um avanço com implicações além da aviação
Embora o foco atual esteja em segurança aérea e militar, a tecnologia MagNav pode ter diversas aplicações estratégicas:
Defesa:
- Detecção de submarinos ocultos, túneis e estruturas enterradas, por meio de distúrbios magnéticos;
- Guiagem de mísseis ou drones em ambientes onde o GPS é bloqueado.
Medicina:
- Sensores quânticos podem ser usados para ler sinais magnéticos do cérebro ou do coração com altíssima precisão;
- Possibilidades de criar exames neurológicos e cardíacos não invasivos.
Infraestrutura crítica:
- Monitoramento subterrâneo de oleodutos, cabos e estruturas metálicas;
- Prevenção de falhas com base em alterações do campo magnético local.
A nova era da navegação quântica já começou
Segundo Joe Depa, diretor global de inovação da EY (Ernst & Young), a revolução da navegação quântica não é futurismo:
“Essa tecnologia já está entre nós. E, ao contrário de outras promessas, ela já foi testada, validada e tem aplicações práticas e imediatas.”
A Airbus e a SandboxAQ agora avançam para a fase de validação industrial, buscando certificações e parcerias com órgãos reguladores. Se tudo correr como esperado, o MagNav poderá começar a equipar aeronaves comerciais e militares ainda nesta década.
É o fim do GPS como conhecemos?
Embora o GPS continue sendo útil e largamente adotado, o surgimento de uma tecnologia autônoma, inviolável e precisa como o MagNav indica que estamos entrando em uma nova era da navegação global.
A dependência de satélites — sujeitos a ataques, clima, falhas técnicas e espionagem — pode estar com os dias contados. E tudo isso, graças à combinação de física quântica e inteligência artificial.