A preocupação entre os agricultores brasileiros em relação à compra de fertilizantes para o plantio da safra 22/23 só faz crescer, pois a principal origem dos insumos usados nas lavouras brasileiras é a Rússia.
A Europa vive mais um capítulo envolvendo conflito armado entre países na sua história. Além das mortes de militares e civis, sem previsão para cessar, a guerra entre Rússia e Ucrânia desencadeia uma série de problemas na economia global, afetando nações que não têm nada a ver com a briga no leste europeu. Do outro lado do continente, o Brasil, por exemplo, já se vê ameaçado com a falta de abastecimento de fertilizantes, pois a agricultura depende de fornecedores russos.
Cerca de 80% dos adubos ou fertilizantes químicos usados na agricultura brasileira são importados, sendo que boa parte dos produtos são de fornecedores da Rússia (cerca de 23%), país que vem sofrendo sanções econômicas por promover a guerra contra os ucranianos.
A dependência brasileira em relação aos fertilizantes importados de outras nações contradiz com o fato de o nosso país ser uma potência mundial na produção agrícola.
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De acordo com o Ministério da Economia, só em 2021 os produtores agrícolas brasileiros compraram 41,6 milhões de toneladas do insumo, somando US$ 15,1 bilhões.
Os valores são altos. Poderiam ser minimizados se caso houvesse produção nacional, porém a Petrobras já não se envolve com o mercado de fertilizantes desde 2016, quando vendeu suas fábricas do insumo.
A última venda foi justamente aos russos. A negociação passou por alguns imbróglios ao longo dos últimos anos, mas deve ser efetivada até o meio do ano, segundo o Palácio do Planalto, mesmo com o estado de guerra que a Rússia es ecnontra.
Além disso, falta infraestrutura para o escoamento do que seria produzido. Portanto, diante desse contexto, é evidente que o país está com a agricultura pressionada e o fornecimento de fertilizantes comprometidos.
Confira o ranking de fornecedores de fertilizantes químicos ao Brasil por continente
A Europa é o continente com mais países fornecedores de fertilizantes para o Brasil, com 22 economias. A Rússia está em primeiro no lugar geral e a Ucrânia na última posição entre as parceiras do velho continente.
O continente asiático é o segundo com mais países que vendem fertilizantes para o Brasil, seguido da África. Chama atenção que os nossos vizinhos da América do Sul, juntos, não chegam a 2%. Confira o detalhamento a seguir:
Países da Europa que vendem fertilizantes para o Brasil
- Rússia: 23%
- Belarus: 3,4%
- Alemanha: 2,8%
- Países Baixos: 1,5%
- Noruega e Bélgica: 0,92%
- Finlândia: 0,63%
- Espanha: 0,60%
- Lituânia: 0,30%
- Reino Unido: 0,20%
- Polônia e Coveite: 0,16%
- Itália: 0,12%
- Turquia: 0,089%
- Geórgia: 0,036%
- Irlanda: 0,027%
- França: 0,017%
- Suécia: 0,010%
- Portugal: 0,0093%
- República Tcheca: 0,0053%
- Eslováquia: 0,0025%
- Sérvia: 0,0020%
- Polinésia Francesa: 0,000068%
- Ucrânia: 0,0000034%
Países da Ásia que vendem fertilizantes para o Brasil
- China: 14%
- Omã : 3,2%
- Arábia Saudita: 3,1%
- Israel: 2,6%
- Jordânia: 0,71%
- Turcomenistão: 0,55%
- Irã: 0,38%
- Emirados Árabes Unidos: 0,33%
- Azerbaijão: 0,30%
- Barein: 0,23%
- Coréia do Sul: 0,12%
- Indonésia: 0,0075%
- Singapura: 0,0062%
- Índia: 0,000022%
Países da África que vendem fertilizantes para o Brasil
- Marrocos: 11%
- Catar: 4,6%
- Argélia: 2,9%
- Nigéria: 2,6%
- Egito: 1,9%
- Tunísia e Líbano: 0,12%
- Senegal: 0,063%
- Líbia: 0,040%
Países da América do Norte que vendem fertilizantes para o Brasil
- Canadá: 9,8%
- Estados Unidos: 5,6%
- República Dominicana: 0,000036%
Países da América do Sul que vendem fertilizantes para o Brasil
- Chile: 0,64%
- Venezuela: 0,34%
- Bolívia: 0,25%
- Trindade e Tobago: 0,088%
- Colômbia: 0,064%
- Argentina: 0,021%
- Paraguai: 0,0084%
- Uruguai: 0,0078%
Países da América Central que vendem fertilizantes para o Brasil
- México: 0,15%
- Guatemala: 0,022%
A Austrália corresponde a 0,24% e é o único país da Oceania nesse ranking de fornecedores internacionais de fertilizantes. Todos os dados são da Comex Stat.
Principais empresas de fertilizantes no Brasil
- Bayer S.A.
- Adama Brasil S.A.
- Arysta Lifescience do Brasil IND. QUIM. E AGROP. LTDA
- Basf S.A.
- Binova Agro Industrial LTDA
- Brandt Soluções em Agricultura LTDA
- BRFértil S.A.
- Cibrafertil Companhia Brasileira de Fertilizantes
- Fertgrow S/A
- Heringer S.A.
- Fertilizantes Tocantins
- FMC Química do Brasil LTDA
- Haifa Química do Brasil LTDA
- Inquima LTDA
- Life Agro do Brasil Comércio de Insumos Agrículas LTDA
- Mosaic Fertilizantes do Brasil LTDA
- Nortox S.A.
- Nutriplant Indústria e Comércio LTDA
- Oxiquímica Agrociência LTDA
- Produtecnica Agroindustrial LTDA – EPP
- Rotam do Brasil Agroq. e Prods. Agrícolas LTDA
- Sipcam Nichino Brasil S.A.
- Stoller do Brasil LTDA
- Superbac Indústria e Comércio de Fertilizantes S.A
- Timac Agro Indústria e Comércio de Fertilizantes LTDA
- TMF Indústria De Fertilizantes Inteligentes LTDA
- UPL do Brasil Ind e Com de Ins Agrop SA
- Vittia Fertilizantes e Biológicos S.A
- Yara Brasil Fertilizante S.A.
O futuro da agricultura brasileira e as novas perspectivas de importação e produção interna de fertilizantes
O Brasil em nada tem a ver com a guerra envolvendo Rússia e Ucrânia, porém o conflito armado no leste europeu expos os problemas da nossa economia sobre a produção de fertilizantes.
Para não ser mais dependente da Rússia na importação de nitrogênio, fósforo e potássio, os representantes do Ministério da Agricultura estão de malas prontas para irem até o Canadá com o objetivo de ampliar os negócios envolvendo esses insumos.
Também é grande a expectativa para o anúncio do Plano Nacional de Fertilizantes. De acordo com a ministra da pasta, Tereza Cristina, o programa já estava pronto antes da guerra e deve ser apresentado até o fim de março.