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Além da Rússia que está em guerra, quem são os outros fornecedores de fertilizantes da agricultura brasileira?

Escrito por Junior Aguiar
Publicado em 08/03/2022 às 08:08
Fábrica de Fertilizantes Unigel Petrobras
Fabrica de Fertilizantes da Unigel Agro: Fonte: Divulgação

A preocupação entre os agricultores brasileiros em relação à compra de fertilizantes para o plantio da safra 22/23 só faz crescer, pois a principal origem dos insumos usados nas lavouras brasileiras é a Rússia.

A Europa vive mais um capítulo envolvendo conflito armado entre países na sua história. Além das mortes de militares e civis, sem previsão para cessar, a guerra entre Rússia e Ucrânia desencadeia uma série de problemas na economia global, afetando nações que não têm nada a ver com a briga no leste europeu. Do outro lado do continente, o Brasil, por exemplo, já se vê ameaçado com a falta de abastecimento de fertilizantes, pois a agricultura depende de fornecedores russos.

Cerca de 80% dos adubos ou fertilizantes químicos usados na agricultura brasileira são importados, sendo que boa parte dos produtos são de fornecedores da Rússia (cerca de 23%), país que vem sofrendo sanções econômicas por promover a guerra contra os ucranianos.

A dependência brasileira em relação aos fertilizantes importados de outras nações contradiz com o fato de o nosso país ser uma potência mundial na produção agrícola.

De acordo com o Ministério da Economia, só em 2021 os produtores agrícolas brasileiros compraram 41,6 milhões de toneladas do insumo, somando US$ 15,1 bilhões.

Os valores são altos. Poderiam ser minimizados se caso houvesse produção nacional, porém a Petrobras já não se envolve com o mercado de fertilizantes desde 2016, quando vendeu suas fábricas do insumo.

A última venda foi justamente aos russos. A negociação passou por alguns imbróglios ao longo dos últimos anos, mas deve ser efetivada até o meio do ano, segundo o Palácio do Planalto, mesmo com o estado de guerra que a Rússia es ecnontra.

Além disso, falta infraestrutura para o escoamento do que seria produzido. Portanto, diante desse contexto, é evidente que o país está com a agricultura pressionada e o fornecimento de fertilizantes comprometidos.

Confira o ranking de fornecedores de fertilizantes químicos ao Brasil por continente

A Europa é o continente com mais países fornecedores de fertilizantes para o Brasil, com 22 economias. A Rússia está em primeiro no lugar geral e a Ucrânia na última posição entre as parceiras do velho continente.

O continente asiático é o segundo com mais países que vendem fertilizantes para o Brasil, seguido da África. Chama atenção que os nossos vizinhos da América do Sul, juntos, não chegam a 2%. Confira o detalhamento a seguir:

Países da Europa que vendem fertilizantes para o Brasil

  1. Rússia: 23%
  2. Belarus: 3,4%
  3. Alemanha: 2,8%
  4. Países Baixos: 1,5%
  5. Noruega e Bélgica: 0,92%
  6. Finlândia: 0,63%
  7. Espanha: 0,60%
  8. Lituânia: 0,30%
  9. Reino Unido: 0,20%
  10. Polônia e Coveite: 0,16%
  11. Itália: 0,12%
  12. Turquia: 0,089%
  13. Geórgia: 0,036%
  14. Irlanda: 0,027%
  15. França: 0,017%
  16. Suécia: 0,010%
  17. Portugal: 0,0093%
  18. República Tcheca: 0,0053%
  19. Eslováquia: 0,0025%
  20. Sérvia: 0,0020%
  21. Polinésia Francesa: 0,000068%
  22. Ucrânia: 0,0000034%

Países da Ásia que vendem fertilizantes para o Brasil

  1. China: 14%
  2. Omã : 3,2%
  3. Arábia Saudita: 3,1%
  4. Israel: 2,6%
  5. Jordânia: 0,71%
  6. Turcomenistão: 0,55%
  7. Irã: 0,38%
  8. Emirados Árabes Unidos: 0,33%
  9. Azerbaijão: 0,30%
  10. Barein: 0,23%
  11. Coréia do Sul: 0,12%
  12. Indonésia: 0,0075%
  13. Singapura: 0,0062%
  14. Índia: 0,000022%

Países da África que vendem fertilizantes para o Brasil

  1. Marrocos: 11%
  2. Catar: 4,6%
  3. Argélia: 2,9%
  4. Nigéria: 2,6%
  5. Egito: 1,9%
  6. Tunísia e Líbano: 0,12%
  7. Senegal: 0,063%
  8. Líbia: 0,040%

Países da América do Norte que vendem fertilizantes para o Brasil

  1. Canadá: 9,8%
  2. Estados Unidos: 5,6%
  3. República Dominicana: 0,000036%

Países da América do Sul que vendem fertilizantes para o Brasil

  1. Chile: 0,64%
  2. Venezuela: 0,34%
  3. Bolívia: 0,25%
  4. Trindade e Tobago: 0,088%
  5. Colômbia: 0,064%
  6. Argentina: 0,021%
  7. Paraguai: 0,0084%
  8. Uruguai: 0,0078%

Países da América Central que vendem fertilizantes para o Brasil

  1. México: 0,15%
  2. Guatemala: 0,022%

A Austrália corresponde a 0,24% e é o único país da Oceania nesse ranking de fornecedores internacionais de fertilizantes. Todos os dados são da Comex Stat.

Principais empresas de fertilizantes no Brasil

  1. Bayer S.A.
  2. Adama Brasil S.A.
  3. Arysta Lifescience do Brasil IND. QUIM. E AGROP. LTDA
  4. Basf S.A.
  5. Binova Agro Industrial LTDA
  6. Brandt Soluções em Agricultura LTDA
  7. BRFértil S.A.
  8. Cibrafertil Companhia Brasileira de Fertilizantes
  9. Fertgrow S/A
  10. Heringer S.A.
  11. Fertilizantes Tocantins
  12. FMC Química do Brasil LTDA
  13. Haifa Química do Brasil LTDA
  14. Inquima LTDA
  15. Life Agro do Brasil Comércio de Insumos Agrículas LTDA
  16. Mosaic Fertilizantes do Brasil LTDA
  17. Nortox S.A.
  18. Nutriplant Indústria e Comércio LTDA
  19. Oxiquímica Agrociência LTDA
  20. Produtecnica Agroindustrial LTDA – EPP
  21. Rotam do Brasil Agroq. e Prods. Agrícolas LTDA
  22. Sipcam Nichino Brasil S.A.
  23. Stoller do Brasil LTDA
  24. Superbac Indústria e Comércio de Fertilizantes S.A
  25. Timac Agro Indústria e Comércio de Fertilizantes LTDA
  26. TMF Indústria De Fertilizantes Inteligentes LTDA
  27. UPL do Brasil Ind e Com de Ins Agrop SA
  28. Vittia Fertilizantes e Biológicos S.A
  29. Yara Brasil Fertilizante S.A.

O futuro da agricultura brasileira e as novas perspectivas de importação e produção interna de fertilizantes

O Brasil em nada tem a ver com a guerra envolvendo Rússia e Ucrânia, porém o conflito armado no leste europeu expos os problemas da nossa economia sobre a produção de fertilizantes.

Para não ser mais dependente da Rússia na importação de nitrogênio, fósforo e potássio, os representantes do Ministério da Agricultura estão de malas prontas para irem até o Canadá com o objetivo de ampliar os negócios envolvendo esses insumos.

Também é grande a expectativa para o anúncio do Plano Nacional de Fertilizantes. De acordo com a ministra da pasta, Tereza Cristina, o programa já estava pronto antes da guerra e deve ser apresentado até o fim de março.

Junior Aguiar

Jornalista, formado pela Universidade Católica de Pernambuco | Produtor de conteúdo web, analista, estrategista e entusiasta em comunicação.

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