Nova rota ferroviária promete transformar a logística catarinense com conexão entre Itapoá e Joinville, ampliando acesso a portos e reduzindo custos de transporte
Santa Catarina pode ganhar um reforço estratégico na sua infraestrutura com a construção de uma ferrovia de 110 km entre Itapoá e Joinville. O projeto tem um custo estimado de R$ 2 bilhões e faz parte da “Agenda para a Infraestrutura” da Fiesc, que aponta os principais investimentos necessários para o setor logístico no estado.
Essa ferrovia surge como uma solução essencial para conectar o Porto de Itapoá à malha ferroviária nacional. Atualmente, a região depende quase exclusivamente do transporte rodoviário, o que pode gerar gargalos e elevar custos logísticos. Com a nova ferrovia, haverá um acesso direto à estrada de ferro que liga Joinville aos portos de São Francisco do Sul, criando uma nova alternativa de escoamento de mercadorias.
Investimentos e desafios da construção
Apesar do alto potencial da ferrovia, o projeto ainda enfrenta desafios significativos. O principal deles é a definição de fontes de financiamento. O custo estimado gira em torno de US$ 300 milhões, mas até o momento, não há uma fonte de recursos definida.
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A Fiesc tem um papel importante ao incluir essa obra na sua “Agenda para a Infraestrutura”, ajudando a destacar a necessidade do investimento. No entanto, sem um compromisso financeiro concreto, o projeto permanece no papel.
Se a construção for confirmada, os impactos na economia local serão expressivos. O novo modal ferroviário pode atrair investimentos, reduzir custos de transporte e impulsionar a competitividade do setor industrial catarinense.
Expansão da malha ferroviária em SC
De acordo com NSC Total, a ferrovia entre Itapoá e Joinville não é o único projeto em andamento. O governo de Santa Catarina também trabalha na elaboração de um projeto executivo para uma conexão de 62 km entre Araquari e os portos de Itajaí e Navegantes. Esse novo ramal pode fortalecer ainda mais a malha ferroviária do estado e oferecer alternativas logísticas para os setores portuário e industrial.
O Porto Itapoá solicitou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a outorga para a construção e exploração de duas ferrovias: a ligação entre Itapoá e Araquari e outro ramal de 83 km entre Itapoá e Morretes, no Paraná. Caso os pedidos sejam aceitos, novos estudos precisarão ser realizados antes da execução das obras.
O papel do governo e próximos passos da construção
O governo de Santa Catarina solicitou ao governo federal a inclusão dos estudos sobre essa ferrovia no Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Caso seja aprovado, o projeto pode ganhar novo fôlego com o apoio de investimentos federais.
Porém, até que haja uma decisão definitiva, diversos fatores precisam ser resolvidos, incluindo estudos de viabilidade, licenciamento ambiental e definição das fontes de recursos. Sem esses elementos, a obra pode demorar para sair do papel.