Preço do feijão cai com baixo interesse comprador. Queda preocupa produtores e pressiona o agronegócio brasileiro.
Preço do feijão despenca e preocupa o agronegócio
O preço do feijão voltou a cair nesta sexta-feira (24/10), em meio ao baixo interesse dos compradores e à baixa liquidez do mercado interno.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o cenário preocupa o agronegócio brasileiro, já que o produto, essencial na mesa do consumidor, enfrenta pressões de oferta e qualidade.
A cotação do feijão-carioca registrou queda de 2,49% no leste de Goiás, segundo o indicador Cepea/CNA, fechando a R$ 221,13 por saca de 60 quilos. Assim, o recuo reforça a tendência negativa que vem sendo observada desde o início de outubro, influenciada principalmente pelo baixo ritmo das negociações e pouca disposição dos compradores.
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Baixo interesse comprador pressiona os preços
O baixo interesse comprador tem sido o principal fator por trás da queda no preço do feijão. Segundo o Cepea, as indústrias e atacadistas reduziram o volume de compras, alegando problemas na qualidade dos lotes disponíveis.
Muitos grãos apresentam impurezas, matérias estranhas e umidade elevada, o que diminui o valor de mercado mesmo quando possuem boa coloração. Por causa disso, a liquidez segue baixa, e os negócios avançam em ritmo lento.
Enquanto isso, os produtores com feijões de melhor classificação, conhecidos como “extras”, optam por manter os estoques armazenados, à espera de melhores oportunidades de venda.
Plantio da primeira safra avança, mas ritmo preocupa
Enquanto o mercado sente os efeitos da queda de preços, o campo segue com o plantio da primeira safra. De acordo com os dados mais recentes, 22,6% da área estimada já foi semeada, mostrando avanço moderado nas lavouras.
Mesmo com o progresso do plantio, o baixo ritmo de compra causa incerteza entre os produtores. Muitos agricultores temem que a oferta crescente nas próximas semanas pressione ainda mais as cotações, caso o interesse comprador não reaja.
Além disso, o clima irregular em algumas regiões tem afetado o desenvolvimento inicial das plantações, o que pode impactar a produtividade e a qualidade dos grãos.
Impactos para o agronegócio e para o produtor
O agronegócio brasileiro, fortemente dependente da estabilidade de preços agrícolas, sente os reflexos dessa queda no preço do feijão. Com a redução da rentabilidade, produtores enfrentam dificuldades para cobrir os custos de produção e planejar novas safras.
Por outro lado, o baixo interesse comprador também reflete o cauteloso comportamento do mercado diante de produtos com qualidade abaixo do padrão. Assim, o descompasso entre oferta e demanda mantém o mercado travado e pressiona ainda mais as cotações.
Segundo os pesquisadores do Cepea, “os valores são pressionados pelo baixo interesse de compra, diante de lotes com impurezas e umidade insatisfatória, ainda que com boa coloração”.
Expectativas e próximos passos no mercado do feijão
Com a persistência da queda de preços, o setor avalia estratégias para evitar maiores prejuízos. Especialistas acreditam que uma recuperação depende da retomada do interesse comprador, o que pode ocorrer com melhoras na qualidade dos lotes e ajuste na oferta.
Enquanto isso, os produtores continuam cautelosos, evitando negociar a preços baixos e armazenando o produto até que o mercado apresente sinais de valorização.
Por fim, o agronegócio brasileiro observa o cenário com atenção, já que o feijão é um dos principais itens da alimentação nacional. Portanto, o comportamento dos compradores e a qualidade das próximas colheitas serão decisivos para definir o rumo das cotações nas próximas semanas.
Conclusão: preço do feijão em queda exige cautela no agronegócio
O preço do feijão segue em queda, e o baixo interesse comprador mantém o mercado travado. Com isso, o agronegócio brasileiro enfrenta um período de atenção redobrada, marcado por estoques parados e plantio em andamento.
Em meio à baixa liquidez e à desconfiança do mercado, os produtores apostam na melhora da qualidade dos grãos e na reação da demanda para reverter a tendência negativa e restaurar o equilíbrio nas cotações.



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