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Família compra tigela por US$ 3 em venda de garagem e descobre peça rara da dinastia Song, leiloada por US$ 2,2 milhões em Nova York

Escrito por Geovane Souza
Publicado em 08/10/2025 às 17:21
Família compra tigela por US$ 3 em venda de garagem e peça rara da dinastia Song é leiloada por US$ 2,2 milhões em Nova York
Uma tigela comprada por US$ 3 em uma venda de garagem no estado de Nova York revelou-se um exemplar de cerâmica Ding da dinastia Song do Norte.
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Comprada por alguns dólares em 2007, peça foi identificada como Ding da dinastia Song e arrematada na Sotheby’s por US$ 2,2 milhões.

Uma tigela comprada por US$ 3 em uma venda de garagem no estado de Nova York revelou-se um exemplar de cerâmica Ding da dinastia Song do Norte (séculos X–XI) e foi leiloada por US$ 2,225 milhões em 19 de março de 2013, na Sotheby’s, em Nova York.

A família vendedora permaneceu anônima. A peça tem pouco mais de 12,5 cm de diâmetro. A informação foi confirmada pela Reuters com dados fornecidos pela própria casa de leilões.

A Sotheby’s havia avaliado a tigela entre US$ 200 mil e US$ 300 mil, mas a disputa elevou o preço final. O comprador foi o marchand londrino Giuseppe Eskenazi, um dos nomes mais reconhecidos no mercado de arte chinesa, como noticiou a ABC News.

Segundo o catálogo da Sotheby’s, há apenas um outro exemplar conhecido, de forma, tamanho e decoração quase idênticos, conservado no British Museum, em Londres. O lote descreve o acabamento marfim característico e a decoração em lótus incisa.

A família havia comprado a peça em 2007 e a manteve em casa, sem saber do valor histórico. Após consultar especialistas, decidiu consigná-la ao leilão.

O que é a cerâmica Ding e por que vale tanto

Ding é um dos “cinco grandes fornos” celebrados pelos colecionadores para as cerâmicas Song. As peças são conhecidas pela paredes finas, corpo quase branco e vidrado marfim que forma pequenas “lágrimas” na base. Esses atributos, aliados à execução refinada e à raridade, sustentam preços elevados.

O exemplar leiloado exibe motivos de lótus incisos no interior e folhas sobrepostas moldadas no exterior, um repertório recorrente da estética Song, que privilegia sobriedade e naturalismo.

Além da técnica, pesa a escassez. O catálogo aponta a existência de um único paralelo muito próximo no British Museum, o que reduz a oferta disponível e amplia a competição entre colecionadores e instituições.

A autenticação, a estimativa e o resultado do leilão

De acordo com a Reuters, os proprietários levaram a peça a especialistas, que confirmaram se tratar de um Ding da Song do Norte. Com base em comparação tipológica e condição de conservação, a Sotheby’s definiu a estimativa em US$ 200 mil–300 mil, mas a disputa elevou o martelo a US$ 2,225 milhões (com comissão).

O comprador foi identificado pela ABC News como Giuseppe Eskenazi, que declarou ter considerado a tigela “perfeita” e estar disposto a pagar mais, dado o nível de preservação e a importância do motivo decorativo.

A unicidade também foi fator-chave: a Sotheby’s ressalta que apenas um outro exemplar similar consta em coleção pública, o que ajuda a explicar a distância entre estimativa e preço final. Para além do valor monetário, o caso reforça o papel dos catálogos de museus e publicações especializadas na autenticação.

Por dentro da dinastia Song e do “efeito Song” no mercado

A dinastia Song do Norte (960–1127) é reverenciada por seu requinte técnico e estética contida. As cerâmicas desse período, como as de Ding, tornaram-se sinônimo de excelência e sutileza, parâmetros que moldam o gosto de colecionadores até hoje, como destacam notas de catálogo da Sotheby’s.

No século XX, obras Song migraram para acervos ocidentais por meio de doações e compras — caso do exemplar correlato no British Museum. Esse histórico de proveniência bem documentado aumenta a confiança do mercado e serve de padrão comparativo para novas atribuições.

O interesse renovado por arte asiática tem mantido a demanda robusta por obras Song importantes, o que sustenta preços altos quando surgem peças raras, com proveniência clara e publicação em catálogo.

Achados em vendas de garagem

Casos assim não são comuns, mas não são únicos. Em 2021, um comprador em Connecticut pagou US$ 35 por uma tigela que acabou confirmada como Ming (período Yongle) e foi vendida por US$ 721,800 na Sotheby’s, após autenticação e divulgação. O episódio ilustra como verificação especializada e proveniência determinam preço e confiança.

Para quem garimpa, a orientação é não restaurar por conta própria, fotografar a peça e consultar especialistas ou casas de leilão com departamentos de arte asiática. Em paralelo, é prudente verificar regras de patrimônio e exportação do país de origem e do país onde a peça está, pois a conformidade legal também pesa na venda.

E você? Diante de uma raridade assim, venderia ao mercado privado ou preferiria ver a peça em um museu? Comente: preço recorde é justo reconhecimento de valor histórico ou sinal de especulação no mercado de arte? Qual deve ser o destino ideal para descobertas arqueológicas em vendas de garagem?

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Geovane Souza

Especialista em criação de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com atuação focada em crescimento orgânico, performance editorial e estratégias de distribuição. No CPG, cobre temas como empregos, economia, vagas home office, cursos e qualificação profissional, tecnologia, entre outros, sempre com linguagem clara e orientação prática para o leitor. Universitário de Sistemas de Informação no IFBA – Campus Vitória da Conquista. Se você tiver alguma dúvida, quiser corrigir uma informação ou sugerir pauta relacionada aos temas tratados no site, entre em contato pelo e-mail: gspublikar@gmail.com. Importante: não recebemos currículos.

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