No Brasil, o cenário é grave: déficit de profissionais digitais deve continuar crescendo a uma taxa de 24 mil pessoas ao ano!
Profissionais digitais, engenheiros de softwares, programadores, designers. São muitos os profissionais de TI (tecnologia ) responsáveis pela criação e desenvolvimento das diversas soluções tecnológicas em prática hoje nas grandes empresas, e também desenvolvendo pesquisas para buscar novas alternativas a cada desafio que surge.
A incorporação de novas tecnologias que atendem aos diversos tipos de demandas e serviços tem alterado consideravelmente o nosso modo de viver, trabalhar, aprender e se relacionar. No entanto, nenhuma tecnologia conseguiu substituir o potencial humano, pelo menos até hoje, de maneira definitiva.
Low-code: uma alternativa para a falta de profissionais de TI no Brasil, que pode atingir o número alarmante de mais de 300 pessoas até 2024!
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Low-code: uma alternativa para a falta de profissionais de tecnologia no Brasil
E a questão é: não existem profissionais suficientes em quantidade e formação exigida. No Brasil, o cenário é grave: a pesquisa realizada pelo BrazilLAB e pela Fundação Brava, em parceria com o Center for Public Impact (CPI), diz que, caso nenhuma medida seja tomada, o déficit de profissionais digitais deve continuar crescendo a uma taxa de 24 mil pessoas ao ano e pode atingir o alarmante número de mais de 300 mil pessoas até o ano de 2024.
Conhecidas como bootcamps ou edtechs, muitas iniciativas surgiram nos últimos anos para garantir a formação de profissionais em quantidade e qualidade necessárias. Elas prometem formar programadores em meses e até mesmo semanas, aplicando conceitos inovadores para o ensino, tais como self-paced, peer-to-peer e project based learning.
Existe a necessidade de formar pessoas que saibam trabalhar de maneira colaborativa, sejam especialistas em aprender e disponíveis para as mudanças rápidas desse mercado.
Com o objetivo de trazer mais fluidez, autonomia e rapidez, surgem as chamadas ferramentas low-code e no-code. Com elas, qualquer organização pode desenvolver soluções tecnológicas, mesmo que seus colaboradores não sejam experts em R, Java ou Python.
As tecnologias low-code e no-code têm como base a transformação digital de todas as empresas, o que não segrega mais as empresas de tecnologia das que não têm tecnologia como negócio principal. Todas as empresas são consideradas tecnológicas e, de algum modo, se valem de soluções digitais para ofertar seus produtos e/ou serviços. Ou seja, isso também significa que a produção de tecnologias precisa ser acessível e simples para os que não são especialistas em programação. Por isso, essas plataformas foram criadas com o objetivo de maximizar o poder dos times de TI, diminuindo ou até eliminando a quantidade de códigos necessários para o desenvolvimento de soluções.
Com treinamento e conhecimento básicos, os usuários podem desenvolver ferramentas com pouca ou nenhuma programação com um ambiente próprio para esse fim. E o cenário para esse mercado é muito positivo. Segundo análise da consultoria Gartner, até 2024, mais de 65% dos softwares e aplicativos serão desenvolvidos em low-code, com expansão média de 40% ao ano.
O chamado low-code nomeia as plataformas de “pouco código”. Esta foi a primeira modalidade a ganhar espaço, trazendo os componentes prontos para o profissional utilizá-los em sua aplicação, permitindo também a customização e a criação de novos elementos. Com ele é possível, por exemplo, criar aplicativos, automatizar processos, disponibilizar relatórios e dashboards em tempo real, tudo isso sem que haja a necessidade de um conhecimento mais aprofundado em linguagens de programação.
A redução da programação: o No-code
Já o no-code se difundiu posteriormente e possibilitou a redução completa da programação, ou seja, o profissional não precisa se preocupar em ter experiência e conhecimento prévio no desenvolvimento de códigos. A criação de softwares acontece por meio de uma interface com modelos que reúnem várias ações. O no-code é destinado, principalmente, aos micro e pequenos empreendedores, que possuem uma baixa demanda em TI. No mercado já existem diversas plataformas, amplamente difundidas em seus nichos, que fazem parte dessa modalidade de pouco código.
De acordo com estudo da Deloitte, só o processo de construção de códigos com o low-code pode ser de 50% a 90% mais rápido do que uma abordagem tradicional, isso porque os softwares possuem comandos que criam linhas automaticamente, facilitando o desenvolvimento de aplicativos por quem não sabe a linguagem da programação, beneficiando também quem domina essa tecnologia, já que libera tempo destes profissionais para o desenvolvimento de soluções mais complexas e disruptivas. O low e o no-code consolidaram o conceito de citizen developer no mundo da tecnologia. O termo representa pessoas que não possuem formação em tecnologia, mas que são capazes de criar soluções específicas para o próprio trabalho.
De acordo com o relatório, o mercado movimentou mundialmente cerca de US$ 13,8 bilhões (R$ 72,67 bilhões) em 2021, um crescimento de 22,6% em relação a 2020, quando foi alcançada a cifra de US$ 11,2 bilhões (R$ 58,98 bilhões). Tanto o low-code quanto o no-code possuem um desafio em comum: popularizar a cultura do pouco, ou nenhum código, no mercado brasileiro. É preciso entender, de fato, o potencial dessas tecnologias e adotá-las considerando o contexto nacional.
Ainda com as substituições das demandas humanas pelas tecnologias digitais, o cenário continua propício para que as pessoas sejam suas protagonistas em criar e desenvolver essas estratégias. O que não se pode negar é a democratização que essas tecnologias conseguiram aportar. Através delas, as organizações, mesmo pequenas e com poucos recursos, podem se inserir no universo digital, e os profissionais das mais diferentes áreas de atuação ganham suporte para melhorar seu trabalho e ter mais agilidade na resolução de problemas.