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Falta de executivos ameaça travar expansão da construção civil, alertam especialistas do setor

Publicado em 21/05/2025 às 08:42
Construção civil, Construção, Mão de Obra
Imagem ilustrativa: IA
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Mesmo em expansão, a construção civil brasileira sofre com a falta de profissionais preparados. Do canteiro de obras à diretoria, empresas relatam dificuldades crescentes para contratar e manter talentos

A construção civil vive um impasse no Brasil. Mesmo com o setor em expansão, empresas enfrentam um desafio que não dá trégua: a escassez de mão de obra. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), mais de 80% das empresas relatam dificuldade para contratar profissionais.

O problema vai além dos canteiros de obras. Desde a contratação de pedreiros até a busca por executivos para cargos estratégicos, o déficit de trabalhadores qualificados tem atrasado projetos e encarecido os custos.

Para a arquiteta Camila Palladino, do escritório Palladino Arquitetura, a maior dificuldade está na baixa qualificação técnica e na falta de comprometimento.

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Ela explica que é raro encontrar profissionais com domínio técnico, leitura de projetos e senso de responsabilidade. “Tanto para áreas hidráulicas quanto elétricas”, afirma. A situação mostra um descompasso entre o crescimento do setor e a capacidade de formar profissionais preparados.

Envelhecimento da mão de obra agrava o cenário

Os dados também mostram que a mão de obra está envelhecendo. Segundo o IBGE, a idade média dos trabalhadores da construção subiu de 37,4 anos, em 2012, para 41,2 anos, em 2023.

Isso indica que há menos jovens entrando na profissão e mais veteranos se aproximando da aposentadoria, o que pode piorar ainda mais o quadro nos próximos anos.

Apesar das diversas iniciativas e alertas do setor, o problema persiste. Incorporadoras seguem apontando a dificuldade de contratação como um dos maiores entraves para manter o ritmo de crescimento dos empreendimentos.

Alta demanda por executivos especializados

O problema não se limita aos cargos operacionais. Há também carência de executivos qualificados. Fabio Cassab, sócio da consultoria EXEC, afirma que já viu construtoras deixarem de lançar empreendimentos por falta de profissionais experientes para tocar os projetos.

Cassab destaca que, com a regionalização das construtoras, há uma corrida por talentos que tenham vivência prática em obras. “Hoje, você tem muitas construtoras, incluindo as regionais. Como a curva de aprendizado na construção civil é longa e depende de experiência prática no canteiro de obras, é comum bater na porta das construtoras consolidadas para buscar talentos”, explica.

Além da experiência técnica, o mercado exige conhecimentos em financiamento, linhas de crédito e controle de inadimplência. Executivos precisam ser versáteis, com visão completa da produção até a gestão dos empreendimentos.

Formação profissional também é desafio

A falta de qualificação começa ainda na formação. Dados do Censo da Educação Superior de 2023 mostram que, desde 2010, mais de 1,1 milhão de pessoas ingressaram no curso de Engenharia Civil, mas só 403 mil se formaram.

O índice de desistência é alto, e muitos formados não conseguem se inserir no mercado com preparo adequado.

O diploma não significa que estou diante de um profissional qualificado, capaz de entregar os resultados esperados”, diz Cassab. Para ele, a urgência do mercado exige soluções imediatas, e muitas vezes não há tempo para treinar alguém por anos. A pressão é por resultados rápidos.

Futuro depende de investimento em pessoas

Para Rafael Gregório Jaworski, diretor de Gente e Gestão do grupo Romitex, o cenário não vai mudar sem um plano de longo prazo. “Somente com investimento nas pessoas será possível alinhar crescimento com qualidade e responsabilidade”, afirma.

A construção civil brasileira segue crescendo, mas seu avanço está limitado por uma questão fundamental: gente. Sem profissionais preparados, a engrenagem trava.

Com informações de Estadão.

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Romário Pereira de Carvalho

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