Interrupção em data center da AWS nos Estados Unidos afetou plataformas de e-commerce, bancos digitais, redes sociais e apps de produtividade em escala mundial.
Uma falha global na Amazon Web Services (AWS) provocou instabilidade simultânea em mais de 500 aplicativos e serviços online nesta segunda-feira (20), derrubando temporariamente plataformas como Mercado Livre, Roblox, Duolingo, Canva, PicPay e Fortnite. O apagão digital, que durou cerca de três horas, atingiu principalmente a região US-East-1, na Virgínia do Norte (EUA) um dos principais polos da infraestrutura mundial da Amazon.
De acordo com informações do portal Tech Tudo, a interrupção, classificada como “crítica”, gerou um efeito em cascata: sistemas que dependem da AWS para armazenar dados e processar operações ficaram indisponíveis ou lentos, impactando usuários e empresas em vários países. Consultas no Google Trends dispararam, com buscas como “AWS fora do ar”, “PicPay não funciona” e “OLX caiu”.
O que causou a falha na AWS
Segundo a própria Amazon, o incidente foi causado por problemas na resolução de DNS relacionados ao DynamoDB, sistema de banco de dados da empresa. Em termos técnicos, os aplicativos não conseguiam se comunicar com os servidores da nuvem, travando operações básicas como login, pagamento, salvamento de arquivos e carregamento de conteúdo.
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O erro se concentrou em uma única zona US-East-1, mas, por ser a mais utilizada por grandes companhias, o impacto se espalhou globalmente. A empresa afirmou ter adotado “caminhos paralelos para acelerar a recuperação” e que os serviços foram restabelecidos de forma gradual até o final da manhã.
Principais serviços afetados pela falha global
O alcance da falha global na Amazon foi amplo, afetando desde entretenimento até finanças. Plataformas de jogos e streaming, como Roblox, Fortnite e Prime Video, ficaram fora do ar. Aplicativos de educação e produtividade, como Duolingo, Canva e Trello, também apresentaram lentidão e erros de conexão.
O Mercado Livre registrou instabilidade nas buscas e nas transações, enquanto o PicPay e outras carteiras digitais relataram falhas em transferências.
Até a Alexa, assistente virtual da própria Amazon, deixou de responder a comandos de voz, apesar de reconhecer os pedidos visualmente. No total, mais de 500 serviços tiveram algum tipo de interrupção parcial.
Como os usuários foram afetados
No Brasil, milhares de relatos foram registrados no site Downdetector entre 6h e 10h da manhã. Usuários relataram erros de autenticação, falhas em pagamentos e quedas intermitentes nos aplicativos. Empresas de e-commerce e bancos digitais sofreram especialmente com a sobrecarga de solicitações e com o congestionamento de APIs.
Embora os sistemas tenham voltado a funcionar, a restauração completa demorou, e muitos serviços continuaram instáveis durante a fase de estabilização.
Especialistas destacam que, em casos assim, as filas internas de processamento formadas durante a pane podem levar horas para serem esvaziadas, mesmo após a correção técnica.
O poder (e o risco) da Amazon Web Services
A AWS é responsável por cerca de 30% do mercado mundial de computação em nuvem, atendendo milhões de clientes corporativos de startups a gigantes como Netflix, Meta, Disney e governos.
Sua estrutura centraliza armazenamento de dados, processamento e APIs essenciais para boa parte da economia digital global.
Essa concentração explica o impacto: quando uma região da AWS cai, boa parte da internet desacelera junto. Embora as falhas sejam raras, o episódio reforça a dependência das empresas em poucos provedores de nuvem, um cenário que amplia o risco sistêmico.
Uma falha técnica localizada pode se transformar em apagão global, como o ocorrido nesta segunda.
A pane lembra incidentes recentes, como o apagão da CrowdStrike em 2024, quando uma atualização defeituosa derrubou sistemas operacionais e causou cancelamento de voos e perdas bilionárias.
Casos assim mostram como a interconexão digital moderna multiplica o alcance dos erros: uma única linha de código pode paralisar bancos, aviões e hospitais.
Para especialistas em infraestrutura, a resposta está em estratégias de redundância uso de múltiplos provedores de nuvem e planos de contingência locais.
Empresas que dependem exclusivamente da AWS ficam mais vulneráveis, pois qualquer instabilidade na Amazon afeta toda a operação.
Como reduzir o impacto de novas falhas
Mesmo sem controle sobre incidentes globais, empresas e usuários podem minimizar prejuízos. Organizações devem espalhar seus dados entre diferentes regiões e provedores, prática conhecida como multicloud, além de manter rotinas de backup e planos de emergência.
Para o público geral, ter alternativas offline e múltiplos canais de acesso como versões locais de documentos e opções de pagamento diversificadas ajuda a evitar transtornos quando plataformas caem.
A falha global na Amazon expôs novamente a fragilidade da infraestrutura que sustenta a vida digital. A AWS é o coração da nuvem mundial, mas sua dependência também é seu ponto mais vulnerável.
Três horas de instabilidade bastaram para paralisar centenas de serviços, afetando milhões de pessoas e empresas em todos os continentes.
E você? Foi impactado por essa falha? Acredita que as empresas dependem demais de um único provedor ou que essas panes são inevitáveis no mundo conectado? Deixe sua opinião nos comentários seu relato ajuda a entender o tamanho real dos impactos da nuvem na vida cotidiana.