Os veículos elétricos enfrentam uma queda na demanda e excesso de estoque nas concessionárias. Descubra os principais fatores que afetam a venda e os lucros desses carros
O mercado de veículos elétricos, que antes era promissor, está enfrentando desafios significativos. A demanda diminuiu, governos estão recuando em seus planos de eletrificação e montadoras estão desacelerando seus projetos para conservar capital. Como resultado, concessionárias estão lidando com um excesso de veículos elétricos que não conseguem vender. Vamos explorar as cinco principais razões para esse cenário, de acordo com o vídeo do canal Mobility Channel – MOCHA.
1. Veículos elétricos acumulando poeira nos pátios
Nos primeiros dias dos veículos elétricos, concessionárias estavam entusiasmadas em estocar esses carros devido à alta demanda inicial. No entanto, essa fase passou, e o consumidor médio ainda não adotou totalmente os veículos elétricos, principalmente por causa do alto custo e da falta de conveniência em comparação com veículos a combustão interna.
Dados recentes mostram uma queda de 8% nas vendas de veículos elétricos, enquanto a produção aumentou mais de 500% em relação ao ano passado. Com isso, há um excesso de estoque, e modelos como Mercedes-Benz EQS e Mustang Mach-E estão ficando até 157 e 151 dias nos pátios, respectivamente.
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2. Margens de lucro encolhendo
No passado, a alta demanda permitia que concessionárias impusessem grandes margens nos veículos elétricos. Hoje, com a superoferta e a demanda reduzida, essas margens diminuíram drasticamente. Fabricantes e concessionárias estão desesperados para liberar o estoque atual, oferecendo grandes descontos. Por exemplo, a Tesla reduziu preços de modelos populares, e a Ford ofereceu descontos de até $15.000 no F150 Lightning. Nesse cenário, concessionárias mal conseguem empatar, muitas vezes vendendo veículos sem lucro apenas para recuperar o investimento.
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3. Venda de veículos elétricos: um desafio hercúleo
Vender veículos elétricos tem se mostrado uma tarefa complexa para os concessionários. O processo de venda desses carros é mais demorado e exige maior esforço dos vendedores. Estudos mostram que potenciais compradores de veículos elétricos fazem, em média, quatro visitas antes de decidir pela compra, ao contrário dos veículos a combustão, onde o processo é mais direto. Isso significa que os vendedores precisam investir muito mais tempo para concluir uma venda, muitas vezes trabalhando sem comissão por grande parte do tempo. Essa situação leva alguns vendedores a dissuadir os clientes em potencial de adquirir veículos elétricos.
4. Menos Lucro com Manutenção
A maioria dos lucros de uma concessionária vem dos serviços de manutenção e reparo. No entanto, veículos elétricos requerem menos manutenção regular, o que impacta diretamente os lucros. Os reparos dos veículos elétricos tendem a ser mais complexos, envolvendo software e eletrônica, e os funcionários muitas vezes não estão treinados para lidar com esses problemas. Como resultado, veículos elétricos quebrados ficam parados nos pátios das concessionárias por semanas, aguardando instruções dos fabricantes.
5. Investimento alto em infraestrutura
Para vender veículos elétricos, concessionárias precisam atender aos critérios dos fabricantes, incluindo a instalação de infraestrutura de carregamento e o treinamento da equipe. Esses requisitos exigem investimentos substanciais, frequentemente chegando a centenas de milhares de dólares. Com a atual situação do mercado, até mesmo os concessionários mais ambiciosos estão relutantes em fazer esses investimentos. A Ford, por exemplo, exigiu que concessionárias investissem entre $500.000 e $1,2 milhão em infraestrutura de eletrificação, mas a demanda não correspondeu às expectativas. Muitas concessionárias estão optando por não investir, preferindo programas de recompra ou resistindo às pressões dos fabricantes.