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Tarifa imposta suspende exportações
A exportação de mel orgânico do Piauí para os Estados Unidos parou. A nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros começou a valer este mês.
A Casa Apis, Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro, confirmou no último domingo, 13 de julho de 2025, que conseguiu embarcar o último lote.
A liberação ocorreu após negociação intensa com os compradores norte-americanos. Desde então, entretanto, o mercado está paralisado e sem solução imediata.
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Sitônio Dantas, diretor-geral da Casa Apis, disse que as empresas americanas aguardam uma solução entre os governos para retomar as compras.
Apesar disso, há diálogo frequente para encontrar saídas alternativas. Os estoques da cooperativa mantêm o mel armazenado por até dois anos, o que dá fôlego.
Ainda assim, esse prazo é insuficiente para sustentar tantas famílias que dependem dessa produção local.
Produtores sentem impacto imediato
De acordo com Dantas, mais de 800 famílias de pequenos agricultores dependem diretamente dessa exportação.
A suspensão afeta de imediato o orçamento desses produtores, todos baseados na agricultura familiar.
A Casa Apis, localizada no semiárido nordestino, é referência na produção de mel orgânico. Essa produção se destaca pela qualidade reconhecida no exterior.
Na sexta-feira, 11 de julho de 2025, cerca de 95 toneladas de mel ficaram retidas no Porto do Pecém, no Ceará.
Os compradores americanos cancelaram o pedido. O motivo foi o risco de a carga chegar aos Estados Unidos depois do dia 1º de agosto.
A tarifa de 50% começa a valer nesta data. A cooperativa conseguiu liberar o embarque no domingo, 13 de julho, após acordo que transferiu o risco para os importadores.
Acordo emergencial evita prejuízo maior
Apesar da suspensão geral, a relação comercial de longa data foi determinante para garantir o embarque do último lote.
Sitônio Dantas ressaltou que, se a carga chegar antes do prazo final, não haverá incidência de tarifas.
Caso contrário, os importadores americanos se comprometeram a arcar com o custo extra. Dessa forma, os produtores ainda terão retorno financeiro imediato.
Esse retorno garante parte do custeio da produção nos próximos meses. Manter a exportação para os Estados Unidos assim se tornou insustentável.
O consumidor americano deverá sentir o aumento no preço final. Por isso, a cooperativa já planeja ampliar sua base de clientes.
Alternativas podem surgir
Mesmo com a negociação diplomática entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, os apicultores do Piauí sabem que precisam diversificar clientes.
A Casa Apis intensificou contatos com compradores internacionais na Ásia e na Europa. Essa abertura de novas rotas pode reduzir a dependência de um único mercado.
Assim, o negócio se torna mais resistente a futuras tarifas ou embargos. Enquanto isso, o mel permanece estocado, aguardando evolução das conversas diplomáticas.
Toda a cadeia produtiva precisa de recursos imediatos para continuar operando. Por isso, o esforço para viabilizar soluções alternativas não para.
Expectativa é por solução rápida
Até o momento, produtores, governo federal e parceiros comerciais permanecem alinhados para reverter essa situação que atinge diretamente centenas de famílias.
A Casa Apis, fundada há mais de duas décadas, sobrevive de exportações regulares. A cooperativa espera avanços nas tratativas até o início de agosto.
Assim, o impacto poderá ser controlado antes que se torne irreversível para tantas famílias.
Apesar das incertezas, a união entre cooperativa, compradores e governo sinaliza esperança para os produtores de mel orgânico do Piauí.
Ainda que a tarifa permaneça, o objetivo é garantir que o agronegócio regional não seja engolido por barreiras comerciais tão altas.
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